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Uma manhã com o Professor José Hermano Saraiva

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Outros
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Comentários: 2
Uma manhã com o Professor José Hermano Saraiva

Desde criança que me habituei a ver o Professor Hermano Saraiva na televisão, e a admirar o seu estilo de comunicador. História, tradições, lendas e curiosidades do povo português eram dadas a conhecer e explicadas de um modo claro, vibrante e expressivo. Nunca me cansava de o ouvir, pois, apesar do seu tom grave e da seriedade dos temas que tratava, conseguia não ser enfadonho, usando um discurso que toda a gente conseguia entender.

Era, sem dúvida, uma referência na área da História de Portugal, e recordo-me de ter utilizado algumas das suas obras, durante a minha formação em Arqueologia. Lá na Faculdade, conheci, diretamente ou por leituras, outros grandes vultos da Historiografia portuguesa, mas creio que o Professor Hermano Saraiva seria o mais mediático – e com esse mediatismo, não divulgou somente a História de Portugal, mas também o próprio estudo dessa disciplina.

Alguns anos depois de sair da Faculdade, estava a colaborar com o Museu Nacional de Arqueologia, através do Centro de Emprego, quando soube que o Professor iria realizar um documentário acerca das exposições do Museu. Embora essas gravações fossem ter lugar numa data em que o meu protocolo com o Museu já teria chegado ao fim, ofereci-me para colaborar e acompanhar os trabalhos, até porque era uma altura em que muitos dos colegas estariam de férias e eu, estando desempregado, até tinha tempo disponível.




Assim, na manhã de uma sexta-feira, algures entre o fim de agosto e o princípio de setembro, via entrar aquele senhor de quase 90 anos, de estatura um pouco mais baixa do que aparentava nos seus programas, acompanhado da sua distinta esposa. Formavam um casal que inspirava apreço e respeito.

O Professor revelou uma enorme humildade, não tendo qualquer “tique” de estrela, nem demonstrando qualquer ideia de superioridade, face à equipa que o acompanhava nas filmagens. Ele coordenava os trabalhos, é certo, mas não de modo prepotente. Parecia apenas uma peça na engrenagem, nem mais nem menos importante que todas as outras. E essa mesma humildade usou-a comigo – quase três vezes mais novo e com uma carreira infinitamente mais modesta. Tratou-me de igual para igual, como se eu fosse um colega de longa data, de um modo que sempre recordarei com uma comovedora admiração.

Antes das primeiras filmagens, ele contou-me a história de como tinha conhecido o Professor Leite de Vasconcelos, fundador e primeiro director do Museu. Leite de Vasconcelos era professor universitário e o, então, estudante Hermano Saraiva, foi ter com ele para esclarecer uma dúvida, levantada por, nas suas palavras “uma namorada que eu tinha, na altura”. Infelizmente, o Professor Saraiva não me disse qual foi a pergunta que pôs ao Professor Vasconcelos. Apenas me contou que via o fundador do Museu como a única pessoa capaz de lhe responder, pois era possuidor duma vasta cultura. Vasconcelos respondeu-lhe realmente e, ao agradecer-lhe a resposta, o estudante Hermano Saraiva afirmou que só aquele professor lhe poderia responder, pois sabia tudo! Ao que Leite Vasconcelos contrapôs do seguinte modo: “Não. Eu não sei tudo. E quanto mais estudo, mais me apercebo que sei muito pouco!”

As filmagens correram de um modo fluido e bastante rápido, até. Se bem me lembro, o Professor filmou em três das cinco exposições que o Museu tinha ao público, nessa altura. Antes de cada sessão, ele revia as suas anotações, mas, durante as filmagens, o que dizia, mostrava que era conhecimento de há vários anos, sólido e bem assimilado, já. Na transição entre pontos de filmagem, o Professor apoiava-se no meu braço, ao mesmo tempo que ia debatendo comigo, e escutando a minha opinião, também, acerca dos vários temas que faziam parte do quotidiano de então.

No final das filmagens, ajudei-o a entrar no carro e a prender o cinto de segurança. Bastou o período da manhã, para se fazer o documentário. Foi exibido num dia em que se realizaram eleições (27 de Setembro de 2009), pelo que não deve ter tido grande audiência. Mesmo assim, foi um enorme privilégio que eu pude viver. Uma experiência que será muito difícil de igualar.

Ao respeito e admiração que eu tinha ao comunicador e historiador, juntou-se uma enorme estima, consideração e respeito pelo ser humano. Uma daquelas pessoas que gostávamos de ver viver para sempre.


Paulo c. Alves

Título: Uma manhã com o Professor José Hermano Saraiva

Autor: Paulo c. Alves (todos os textos)

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • Vicente SilvaVicente

    18-08-2014 às 06:29:58

    Adorei a abordagem do texto desse renomado professor, o José Hermano Saraiva. Muito bom e ele é bem famoso!

    ¬ Responder
  • Jovita CapitãoJovita Capitão

    17-09-2012 às 23:27:22

    Partilho do teu sentimento em relação ao Professor Hermano Saraiva. Era realmente uma pessoa notável!

    ¬ Responder

Comentários - Uma manhã com o Professor José Hermano Saraiva

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Como fazer disfarces de Carnaval

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Vestuário
Como fazer disfarces de Carnaval\"Rua
O ano começa e depressa chega uma data muito ansiada principalmente pelos mais jovens: o desejado Carnaval!

Esta é uma data que os pequenos adoram e deliram com as fantasias. O problema maior é a despesa que os disfarces representam e no ano seguinte já não usarão o mesmo disfarce ou, no caso dos mais pequenos, já não lhes serve.
O melhor nesta data é mesmo reciclar e aprender a fazer disfarces caseiros utilizando truques mais económicos e materiais reciclados para preparar as fantasias dos pequenitos!

Uma sugestão para os meninos é o traje de pirata que pode facilmente ser criado a partir de peças que tenha em casa. Procure uma camisa de tamanho grande e, de preferência, de cor branca com folhos. Se não tiver uma camisa com estas características facilmente encontrará um modelo destes no guarda-vestidos de alguma familiar, talvez da avó.

Precisará de um colete preto. Na falta do colete pode utilizar um casaco preto que esteja curto, rasgue as mangas pelas costuras dos ombros. As calças devem ser velhas e pretas para poderem ser cortadas na zona das pernas para envelhecer a peça. Coloque um lenço preto ou vermelho na cabeça do menino e, de seguida, com um elástico preto e um pouco de velcro tape um dos olhos.

Para as meninas não faltam ideias originais para fazer disfarces bonitos e especiais para este dia. Uma ideia original é a fantasia de Flinstone. É muito fácil e prática de fazer e fica um disfarce muito bonito. Comece por arranjar um pedaço de tecido branco. Coloque o tecido em volta do corpo como uma toalha de banho e depois amarre num dos braços fazendo uma alça. Depois corte as pontas em ziguezague mantendo um lado mais comprido que o outro. Amarre o cabelo da menina todo no cimo da cabeça, como se estivesse a fazer um rabo-de-cavalo mas alteie-o mais. Com o auxílio de um pente frise o cabelo, pegando nas pontas e passando o pente em sentido contrário até que fique todo despenteado. Numa loja de disfarces compre um osso de plástico e prenda na fita da criança.

Pegue nos materiais, puxe pela imaginação e ponha mãos ao trabalho!

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Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    09-06-2014 às 04:01:21

    Não em carnaval, mas em bailes de fantasia, sempre usei o TNT. Eles são ótimos para trabalhar o corte, para costurar e deixa bem bonito!
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

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