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O triste espectáculo da tourada

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Outros
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Comentários: 8
O triste espectáculo da tourada

Lembro-me de ser pequeno e até achar graça às touradas que via na televisão. Gostava particularmente dos cavalos, com os seus gestos elegantes e graciosos e o seu porte sempre nobre. Também apreciava as pegas de caras, admirando a coragem dos forcados. Quando ia à praia e a ondulação estava forte, lembrava-me muitas vezes dos forcados a enfrentarem o impacto do touro, quando eu recebia o impulso das ondas que, ora me faziam recuar alguns passos, ora me derrubavam e arrastavam para terra.

Nessa altura, não dava muita importância ao sangue, às farpas, aos ferros e bandarilhas que se cravam no touro. Mas creio que até foi mesmo o sangue que começou a chamar-me a atenção para o conjunto de sofrimentos desnecessários a que se assiste, na festa brava. Ao que parece, hoje em dia, já não se veem tantos cavalos brancos como outrora. Mas, naquela altura, vários eram os cavaleiros que montavam cavalos brancos. Ao aplicarem as suas esporas no cavalo, faziam correr um fio de sangue, de cada flanco do animal, que se notava, contra a cor do cavalo, e isso começou a deixar-me negativamente impressionado. E a simpatia ou pena pelo sofrimento do cavalo, depressa se alargou para o touro.

Assim, e há já muitos anos, tornei-me um opositor das touradas. Considero-as um espetáculo degradante, cruel e injustificado, duma violência e riscos desnecessários, que apenas alimenta (e talvez até o fomente, também) o sádico gozo e desejo de infligir sofrimento que existe nalgumas pessoas.

Há mais de uma década, quando a polémica tradição dos touros de morte em Barrancos ganhou protagonismo, confesso que me senti dececionado com a cobardia do Governo, perante o crime que recorrentemente se praticava naquela localidade. O Governo devia ter tomado uma posição forte e impedido a continuação dessa situação, impondo aos barranquenhos o respeito pelas leis do País. Ao invés disso, acobardou-se e criou um regime de exceção. Ou seja, passaram a haver portugueses normais e portugueses especiais, furtando-se o Estado de promover a evolução moral do seu povo, como devia ser a sua obrigação pedagógica.

No caso de Barrancos, para além de me opor à lide do touro em arena (sendo igualmente condenável, quer resulte ou não na morte do Touro), também me sentia revoltado com a falta de respeito que se demonstrava pelas leis nacionais, as quais, no seu todo, são o garante das liberdades, direitos e garantias que todos (incluindo os barranquenhos, certamente) gostam de ter.

Portugal é um país riquíssimo em história e tradições. São o que nos individualiza como povo. Mas não acredito que o fim da tourada, seja com ou sem morte do touro, vá afectar a nossa identidade. Quanto muito, poderia testemunhar maturidade, mostrando que sabemos ser os mesmos, ainda que abdiquemos de algum dos nossos hábitos, e elevação moral e desejo de evolução, abandonando o que de mais bárbaro e retrógrado ainda existe em nós.

A morte de animais é necessária. Faz parte de como funciona a natureza. Abater animais é necessário, quer para controlo e equilíbrio de habitats, quer para a alimentação. E isso, embora se possa considerar algo triste, não é o que me choca. O que me revolta na tourada ou noutras situações em que tal aconteça, é que se cause e promova o sofrimento e a morte de um animal, sem qualquer outro propósito que não seja o espectáculo e o entretenimento. Gostava que o ser humano já tivesse ultrapassado essa fase do seu percurso evolutivo, e aguardo com esperança que essa evolução se concretize finalmente, passando as touradas a ser apenas uma faceta triste do passado.


Paulo c. Alves

Título: O triste espectáculo da tourada

Autor: Paulo c. Alves (todos os textos)

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Comentários     ( 8 )    recentes

  • SophiaSophia

    26-05-2014 às 04:07:41

    É sempre engraçado ver esses espetáculos de tourada. Todas as vezes que eu ia assistir a Feira Agropecuária de minha cidade, não perdia os shows delas! Muito bom!
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder
  • Carla HortaCarla Horta

    16-09-2012 às 16:31:10

    Muitas vezes se defendem as touradas com as tradições que existem desde sempre e com o argumento de que também se matam os animais para comer. O grave problema reside no facto de uma tourada divertir pessoas em prol do sofrimento dos animais. Qualquer tipo de iniciativa deste género deve e tem de ser repensada. Não podemos proteger somente alguns animais, temos de protege-los a todos.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoJoel Gomes

    12-09-2012 às 14:36:34

    não entendo é o continuo protesto contra esta tradição...
    São APENAS touros, animais, nada mais....
    Mas pronto, os que se acham superiores pararam de pensar no ser humano e passar a proteger que não tem necessidade disso...

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoSofia Nunes

    12-09-2012 às 12:19:23

    Triste, hediondo, cruel... Tudo isto é sinónimo de touradas. Um espectáculo para o qual é arrastado um herbívoro pacífico, dele se esperando que seja bravo, que invista, que dê um bom espectáculo à multidão (felizmente cada vez menor) sedenta de sangue. Tourada não é cultura! Torturar animais para gáudio de uns quantos que escolhem ocupar-se com entretenimento ultrapassado não é próprio de um mundo que devia estar a caminhar para o progresso moral.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoJoel Gomes

    12-09-2012 às 11:48:13

    Não entendo qual é o problema em matar os touros!
    Não matamos galinhas para comer? Então qual o problema de matar um touros de vez em quando? O pior de tudo é o perder de uma tradição tão bonita como a que se tem em Barrancos.

    Estou a ver que aqui ninguém gosta desta beleza tão nossa...
    http://www.ruadireita.com/eventos/info/barrancos-os-touros-de-morte/

    ¬ Responder
  • Paulo c. AlvesPaulo c. Alves

    12-09-2012 às 12:41:51

    Caro Joel. O problema não está em matar o touro, nem na morte de qualquer animal, para a alimentação.
    O que é triste é que se explore o sofrimento desnecessário do animal para fazer espectáculo. Não há nada de bonito nisso.
    Existem tradições muito mais bonitas e úteis que se devem defender e preservar, na cultura portuguesa.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoJoel Gomes

    12-09-2012 às 12:49:22

    Gostava de saber que tradição consegue ser mais bonita, bela e vibrante que a de uma bela tourada, onde onde o homem e o animal se encontra frente a frente num duelo de forças... Onde o sangue jorra do animal a cada estocada.
    E a multidão aplaude o belo espectáculo oferecido pelo toureiro...

    Incultos.... se soubessem mais sobre touradas não falavam assim...

    ¬ Responder
  • Paulo c. AlvesPaulo c. Alves

    12-09-2012 às 13:54:08

    Não sou inculto. Apenas não gosto da tua "cultura". Tal como tu podes não gostar da minha. Todos temos a nossa opinião. Felizmente, conheço muitas outras expressões da cultura portuguesa que aprecio. É muito bom ser "inculto" aos teus olhos.

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Superstições Náuticas

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Barcos
Superstições Náuticas\"Rua
Todos temos as nossas manias e superstições. Não que se trate de comportamentos compulsivos, mas a realidade é que mesmo para quem diz que não liga nenhuma a estas coisas, as superstições acompanham-nos.

Passar por baixo de uma escada, deixar a tesoura, uma porta de um armário ou uma gaveta aberta ou até deixar os sapatos em posição oposta ao correcto, são das superstições mais comuns. As Sextas-feiras 13 também criam alguma confusão a muita gente, mas muitos são os que já festejam e brincam com a data.

Somos assim mesmo, supersticiosos, uns mais do que outros, mas é uma essência que carregamos, mesmo que de forma inconsciente.

Existem no entanto profissões que carregam mitos mais assustadores do que outros, e por exemplos muitos actores não entram em palco sem mandar um “miminho” uns aos outros.

Caso de superstição de marinheiro é dos mais sérios e se julga que se trata só de casos vistos em filmes de piratas, desengane-se. Os marinheiros dos dias de hoje carregam superstições tão carregadas de emoção quanto os de outros tempos.

Umas mais caricatas do que outras, as superstições contam histórias e truques. Por exemplo, contra tempestades, muitos marinheiros colam uma moeda no mastro dos navios.

Tal como fazem os actores, desejar boa sorte a um marinheiro antes de embarcar, também não é boa ideia. Os miminhos dados antes de entrar em palco também servem para o efeito.

Dar um novo nome a um barco é uma péssima ideia para um marinheiro. Dizem que muitos há que não navegam em barcos rebaptizados.

Lembra-se que os piratas de outros tempos utilizavam brincos? Pois isto faz parte de uma superstição. Dizem que os brincos evitam que se afoguem.

Entrar com um pé direito na embarcação é sinal de bons ventos. Tal como acontece com muitos de nós, os marinheiros também não gostam de entrar de pé esquerdo.

Já desde remotos tempos se dia que assobiar traz tempestades. Ora aqui está um mote dos marinheiros, pelo que se assobiar numa embarcação, arrisca-se a ter chatices com o marinheiro.

Verdades ou mentiras, as superstições existem e se manter os seus próprios mitos acalma um marinheiro, então que assim seja. Venham as superstições náuticas que cá estamos para as ouvir.

Já agora uma curiosidade ainda maior. Dizem que se tocar a gola de um marinheiro passará a ter sorte. Será verdade ou foi um marinheiro que inventou?

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Título:Superstições Náuticas

Autor:Carla Horta(todos os textos)

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Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    17-06-2014 às 06:39:27

    Não acredito em superstições de forma alguma.
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

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