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Capítulo 5 – Augusto o cara que atropelou Eduardo.

Categoria: Literatura
Capítulo 5 – Augusto o cara que atropelou Eduardo.

Já fazia três dias que Augusto tinha encontrado o bilhete em seu carro. Desde lá dormir era um grande problema.
No primeiro dia de insônia tentou se embebedar. Estava em seu apartamento no centro da cidade e tomou sozinho, uma garrafa de Jack Deniels. Com isso conseguiu ficar tonto, vomitou toda a pizza que comera em sua janta, cambaleou por todos os cômodos, mas não apagou em definitivo. Com o raiar do sol teve um apagão, pois não pode considerar sono um período que não se descansa absolutamente nada.

O segundo dia que já começou com uma ressaca infernal, seguiu lerdo e doloroso. Como Augusto trabalha em casa sentiu-se gratificado por não ter que enfrentar o mundo naquele estado. A noite resolveu que iria se comportar então não bebeu nada alcoólico. Arriscou uns comprimidos que tinha em casa e nem sabia por quê. O resultado foi parecido com o da noite anterior, exceto pela ausência de náuseas, vômitos e a melhor de todas: a ressaca de manhã. Ainda assim, sono e descanso de verdade nada.

Como precisava fazer compras no terceiro dia, optou por enfrentar o medo do dia e resolveu que lutaria contra o próprio cansaço com mais cansaço físico. Foi ao mercado que ficava próximo ao seu apartamento a pé mesmo. Comprou coisas para comer, coisas para beber, coisas para limpar e coisas para diversão. Dentre essas últimas algumas cervejas, uma nova garrafa de uísque e alguns cigarros, mesmo assim não chegaria a usar nenhuma delas.

A preocupação com o que dizia no bilhete só retornou nessa terceira tarde quando o reencontrou junto de algumas contas na beira da porta, logo que voltava do mercado.
“O que você acha que aconteceu é o que realmente está certo, não se deixe confundir pelas aparências, menos ainda pelas opiniões dos outros.”

E nem um remetente, ou qualquer identificação que seja.
Na primeira vez que leu achou que pudesse ser algum tipo de corrente, ou alguma brincadeira de mau gosto dos amigos, mas agora tinha um sentimento diferente. Parecia mais otimista. Afinal a frase dizia que ele estava certo, então era só confiar em si mesmo.

- Se for uma mensagem do além, tudo bem já entendi! – exclamou em voz alta para a porta a sua frente que permaneceu calada.
O tom era de zombaria, mas no fundo Augusto tinha mesmo uma impressão de que se algo ruim fosse acontecer ele, e somente ele estaria certo.

Augusto não tinha estabelecido uma relação entre o bilhete misterioso e sua insônia, pois estava no começo de sua vida adulta, fazia pouco tempo que estava morando sozinho e o trabalho andava exigindo bastante dele ultimamente. Vender coisas que não são suas por um preço maior do que os donos pedem para pessoas que nem sabiam que queriam comprar alguma coisa, não parecia e nem era um negócio fácil.

Quando o sol finalmente deixou de iluminar essa parte do globo, Augusto já estava debaixo das cobertas. Tinha comido apenas o necessário, não bebera nada além de água e uma caneca de chocolate quente. Não trabalhou. E como estava confiante resolveu que hoje seria o último dia seguido que passaria acordado.
Rodou várias vezes na cama, antes de tentar a técnica da imobilização corpórea, que consiste basicamente de ficar parado e aproveitar-se do adormecimento dos músculos para tentar dormir. Horas e horas passando e nada. O corpo estava adormecido, mas a cabeça saltava de pensamentos em pensamentos voltado às vezes para o tal bilhete.

Dessa vez não tinha o jogado fora. Guardou numa gaveta na estante da sala. Próximo das cinco da manhã levantou-se e foi pegar o bilhete para tentar obter alguma informação nova.
Encarou. Leu em voz baixa. Leu em voz alta. Amassou. Desamassou. Dobrou de várias formas. Fez até um avião de papel com ele.
Quando o sol ascendeu Augusto finalmente apagou.

Dormiu enquanto o dia durou. Parecia ser o melhor sono de sua vida. Quando acordou estava revigorado, forte, corado, podia até dizer que engordou, mas não chegou a pensar nisso. Resolveu sair um pouco para aproveitar seu novo ânimo.
Desta vez queria ir além do mercado. Queria dar uma volta na cidade. Se pudesse faria uma viagem, mas não queria decidir nada agora. Queria simplesmente dirigir e mais nada.

Saiu no seu carro preto. Cortando as ruas de forma muito responsável, mas com uma dose pequena de ousadia. Fez algumas ultrapassagens arriscadas, mas tudo dentro da lei.
Sua felicidade e disposição eram tanta que mal pode ver o homem atravessando a rua na frente de uma escola. Quando freou era tarde de mais. O corpo do sujeito estava voando e se Augusto não estivesse assustado e confuso demais poderia jurar que viu um sorriso de tranquilidade no rosto do corpo voador.

O som dos freios foi abafado pelos vidros grossos que permaneciam fechados. Ou seu carro era muito resistente, ou a vítima do acidente era feita de papel, pois o carro estava intacto, não fosse o movimento do corpo subindo tal alto e o fato de ter sido ele próprio quem bateu quase não acreditava que o atropelamento realmente havia acontecido.

Já estava próximo do homem, que estava esticado no chão, quando o mesmo se mexeu. É interessante com o simples respirar de um desconhecido pode trazer tanto alívio para alguém. Além do fato de saber que não havia matado o mesmo e consequentemente não precisaria conviver com a ideia de ser um assassino.

- Você está bem? – perguntou Augusto.
- Acho que sim, mas não aguento mais ficar acordado. – respondeu Eduardo.
- Puxa, que bom, quer dizer, acho que sei pelo que está passando acabei de enfrentar quase três dias de insônia. Você quer que eu chame uma ambulância ou algum conhecido? – inquiriu o motorista.
- Se puder ligar pro meu pai, já estaria bom. Acho que ele esta no trabalho então tente ligar do meu telefone esta aqui. – respondeu o atropelado estendendo a mão com o celular engatilhado na chamada.
Augusto concluiu a ligação e enquanto esperava descreveu uns círculos pequenos na frente do moço que agora estava sentado. Entre uma careta e outra, Augusto finalmente disse:
- Acho que ele não pode atender. Posso ficar aqui com você e tentar mais algumas vezes. Como é o seu nome?
- Eu sou Eduardo. E você?
- Augusto.

O motorista confuso esboçou um aperto de mão, mas ao perceber que não seria correspondido, pois Eduardo não fazia contato visual e estava ocupado examinando possíveis ferimentos.
- Quer tentar do seu celular, talvez uma ligação logo em seguida com um número diferente indique a meu pai que preciso dele. – falou o acidentado sonolento.
- Não quer mandar uma mensagem de texto ou um recado pela internet? – sugeriu Augusto.
- Acho, que não, meu pai é meio ignorante nesse tipo de comunicação.

- Tudo bem, então ligaremos para ele do meu telefone.
E fizeram isso por mais algumas vezes até que Augusto decidiu que deveria tomar outro tipo de postura. Achou que era melhor que o acidentado fosse levado ao médico então ele poderia voltar pra casa com a consciência mais tranquila.
Sugeriu que Eduardo se levantasse e fosse com ele até o carro, mas este se encontrava num sono profundo. Então Augusto foi até o carro para pegar uma garrafa de água e ver se estava tudo realmente em ordem com o funcionamento do carro e depois levaria Eduardo até alguma unidade médica.
Achou que era melhor assim do que chamar uma ambulância ou a polícia.

Quando se sentou no banco do carro e verificou o que o funcionamento esta tudo em ordem com exceção do relógio interno do carro que parecia não ter se mexido desde a hora que saiu, logo após o acidente. Ele tinha reparado na hora antes de descer, pois caso precisasse chamar algum amigo para busca-lo queria ter certeza de que não era muito tarde. E realmente não era.
Apenas 20h e 30min. Quando foi pegar a água que estava no porta-luvas esbarrou no bilhete misterioso. E quando ia levantar-se para ir à busca de Eduardo, simplesmente apagou ainda no banco do motorista. Assim sem mais nem menos.

Continua...


Jhon Erik Voese

Título: Capítulo 5 – Augusto o cara que atropelou Eduardo.

Autor: Jhon Erik Voese (todos os textos)

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Comentários - Capítulo 5 – Augusto o cara que atropelou Eduardo.

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A história da fotografia

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Tema: Fotografia
A história da fotografia\"Rua
A história e princípios básicos da fotografia e da câmara fotográfica remontam à Grécia Antiga, quando Aristóteles verificou que os raios de luz solar e com o uso de substâncias químicas, ao atravessarem um pequeno orifício, projetavam na parede de um quarto escuro a imagem do exterior. Este método recebeu o nome de câmara escura.

A primeira fotografia reconhecida foi uma imagem produzida em 1826 por Niepce. Esta fotografia foi feita com uma câmara e assente numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo, tendo estado exposta à luz solar por oito horas, esta encontra-se ainda hoje preservada.

Niepce e Louis –Jacques Mandé Daguerre inciaram em 1829 as suas pesquisas, sendo que dez anos depois foi oficializado o processo fotográfico o nome de daguerreótipo. Este processo consistia na utilização de duas placas, uma dourada e outra prateada, que uma vez expostas a vapores de iodo, formando uma pelicula de iodeto de prata sobre a mesma, ai era a luz que entrava na camara escura e o calor gerado pela luz que gravava a imagem/fotografia na placa, sendo usado vapor de mercúrio para fazer a revelação da imagem. Foi graças á investigação realizada por Friedrich Voigtlander e John F. Goddard em 1840, que os tempos de exposição e revelação foram encurtados.




Podemos dizer que o grande passo (não descurando muitas outras mentes brilhantes) foi dado por Richard Leach Maddox, que em 1871 fabricou as primeiras placas secas com gelatina, substituindo o colódio. Três anos depois, as emulsões começaram a ser lavadas com água corrente para eliminar resíduos.

A fotografia digital


Com o boom das novas tecnologias e com a capacidade de converter quase tudo que era analógico em digital, sendo a fotografia uma dessas mesmas áreas, podemos ver no início dos anos 90, um rápido crescimento de um novo mercado, a fotografia digital. Esta é o ideal para as mais diversas áreas do nosso dia a dia, seja a nível profissional ou pessoal.

As máquinas tornaram-se mais pequenas, mais leves e mais práticas, ideais para quem não teve formação na área e que não tem tempo para realizar a revelação de um rolo fotográfico, sem necessidade de impressão. Os melhores momentos da nossa vida podem agora ser partilhados rapidamente com os nossos amigos e familiares rapidamente usando a internet e sites sociais como o Facebook e o Twitter .

A primeira câmara digital começou a ser comercializada em 1990, pela Kodak. Num instante dominou o mercado e hoje tornou-se produto de consumo, substituindo quase por completo as tradicionais máquinas fotográficas.

Sendo que presentemente com o aparecimento do FullHD, já consegue comprar uma máquina com sensores digitais que lhe permitem, além de fazer fotografia, fazer vídeo em Alta-Definição, criando assim não só fotografias quase que perfeitas em quase todas as condições de luz bem como vídeo com uma qualidade até agora impossível no mercado do vídeo amador.

Tirar fotografias já é acessível a todos e como já não existe o limite que era imposto pelos rolos, “dispara-se” por tudo e por nada. Ter uma máquina fotográfica não é mais um luxo, até já existem máquinas disponíveis para as crianças. Muitas vezes uma fotografia vale mais que mil palavras e afinal marca um momento para mais tarde recordar.

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Título:A história da fotografia

Autor:Bruno Jorge(todos os textos)

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Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    05-05-2014 às 03:48:18

    Como é bom viver o hoje e saber da história da fotografia. Isso nos dá a ideia de como tudo evoluiu e como o mundo está melhor a cada dia produzindo fotos mais bonitas e com qualidade!

    ¬ Responder

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