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Maria Callas

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Biografias
Comentários: 2
Maria Callas

Apesar de ter nascido em Nova Iorque, Maria Callas era filha de Gregos, tendo sido essa descendência, aquela que mais marcou a sua vida e forma de ser e de estar no mundo.
Dona de uma voz única e ímpar, da sua estreia existem algumas versões. No entanto, leva-se a crer que em 1397 enquanto estudante no Conservatório de Atenas subiu ao palco na peça estudantil “cavaleira Rusticana” de Mascagni.

Estava descoberto ao público a forma única e a voz apaixonante de Callas.

Foi em 1948 que ao interpretar a protagonista da ópera “Norma” de Bellini que Callas arrebatou todos aqueles que ainda tivessem a ousadia de ter duvidas quanto ao poder desta grande diva.
A partir do início dos anos 50, Callas comparecia com uma enorme regularidade nas mais importantes casas de espetáculo de ópera como a La Scara e o Metropolitan.

Com um temperamento explosivo, tinha na cantora Renata Tebaldi uma rivalidade extrema o que valeu a ambas trocas de palavras azedas através de comunicações e declarações nos jornais. Ganhava fama não só pela voz impar mas também por ser conhecida pelo seu feitio agressivo.

No início dos anos 60 a sua voz começa a mostrar sinais de fraqueza, recusando participar em montagens de óperas completas, limitando-se a cantar em recitais e noites de galas. Mesmo com as dificuldades que apresentava ao cantar, em 1964 subiu aos palcos para apresentar a “Tosca” no Convent Garden através do cineasta italiano Franco Zaferelli e em parceria com o seu amigo Tito Gobbi.

Em 1965 decidiu abandonar os palcos após ter desmaiado ao cair da cortina no fim da terceira parte em Paris.

Apesar do desgaste vocal da cantora, aponta-se o abandono dos palcos ao grego Aristóteles Onassis. Estava casada há mais de uma década com o seu empresário Meneghini, mas foi com Onassis que viveu uma tórrida mas infeliz paixão. Dizia a diva que a sua vida somente tinha começado quando o conhecera e que queria dedicar-lhe toda a sua atenção e tempo. Era por esta altura figura constante em festas da alta sociedade onde bebia e fumava desalmadamente.

Terminado o romance, começa a colaborar com a escola Julliard School, onde se dedica ao ensino de canto lírico em 1970. Cantou pela última vez em público no Japão em 1974.

Por esta altura falecia Aristóteles Onassis (casado com Mrs Kennedy). Callas entrega-se a um declínio enorme e passa a viver em paris completamente isolada do resto do mundo.

Morre sozinha (por opção) a 16 de Setembro de 1977 pouco antes de completar 54 anos de ataque cardíaco. Deixa um simples último pedido que foi concretizado. As suas cinzas foram largadas no Mar Egeu.


Carla Horta

Título: Maria Callas

Autor: Carla Horta (todos os textos)

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • SophiaSophia

    24-04-2014 às 22:19:15

    A Maria Callas além de linda, sua voz encantou a muitos. Belo texto se referindo a ela, parabéns!

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoDaniela Vicente

    09-09-2012 às 19:52:24

    Maria Callas é uma personagem muito singular, mas ao mesmo tempo colectiva. Tal como todos os artistas estupendo na sua área, ela isolou-se. Mas porquê? Tinha tudo para ser uma mulher feliz, enchendo o coração de quem a ouvia com a sua linda voz. Engraçado você referir que ela era grega, pois muitos ignoram esta sua descendência tão importante pelo menos para ela. O seu último pedido diz-nos muito sobre ela, uma mulher nostálgica.

    ¬ Responder

Comentários - Maria Callas

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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