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Opinião sobre "Cultura", de Dietrich Schwanitz

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Literatura
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Opinião sobre "Cultura", de Dietrich Schwanitz

“Cultura- Tudo o que é preciso saber”, publicado pela primeira vez em alemão no ano de 1999, é um livro da autoria de Dietrich Schwanitz, nascido em 1940. A obra, que se propõe apresentar um resumo da história das ideias e do conhecimento estende-se, na edição portuguesa, por 575 páginas.

Para além de cobrir os períodos de tempo que vão desde a Grécia Antiga até à atualidade, Schwanitz complementa a sua obra com duas listas de livros: a primeira, a mais importante, é uma listagem dos livros que mudaram o mundo, enquanto a segunda é um rol de obras que o próprio afirma serem “para se ir lendo”. Acrescenta ainda alguns capítulos que têm por objetivo dar a conhecer ao leitor de que tipo de conhecimento se deve manter afastado para que seja aceite como uma pessoa culta.

“Cultura” tem um ponto forte a seu favor. Tem o condão de, em pouco mais de meio milhar de páginas, nos dotar de uma visão geral da história do conhecimento e da própria História. Conhecendo esta linha, fica desbravado o caminho para procurarmos, por nossa conta e risco, mais informações sobre os temas que mais nos apelam em termos de interesses pessoais. É uma grande vantagem, bem entendido.

No entanto, aí se esgota o proveito que dele podemos retirar, uma vez que “Cultura” é um livro escrito por um autor, o que faz com que todos os livros sejam subjetivos. O problema é que este livro não pretende ser subjetivo, pretende ser exatamente o oposto. Afinal, o autor atribui-lhe o subtítulo de “Tudo o que é preciso saber.” A obra pretende almejar o estatuto de uma enciclopédia, não o sendo.

Schwanitz é alemão e essa pertença nacional transparece no livro, que se detém sobre a importância da Alemanha, em vários períodos, para a história mundial, especialmente no que à história das ideias diz respeito. Mas, talvez mais grave que isso, o autor concentra a história da cultura no ocidente. E é essa presunção, tão característica da metade do mundo em que vivemos, que constitui o verdadeiro ponto fraco da sua obra. Em suma, “Cultura” é um bom ponto de partida, que conduzirá certamente o leitor a muitas questões, desde que o este não se esqueça de ser, simultaneamente, crítico.


Sofia Nunes

Título: Opinião sobre "Cultura", de Dietrich Schwanitz

Autor: Sofia Nunes (todos os textos)

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Pulp Fiction: 20 anos depois

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Arte
Pulp Fiction: 20 anos depois\"Rua
Faz hoje 20 anos que estreou um dos mais importantes ícones cinematográficos americanos.

Pulp Fiction é um marco do cinema, que atirou para a ribalta Quentin Tarantino e as suas ideias controversas (ainda poucos tinham visto o brilhante “Cães Danados”).

Repleto de referências ao cinema dos anos 70 e com uma escolha de casting excepcional, Pulp Fiction conquistou o público com um discurso incisivo (os monólogos bíblicos de Samuel L. Jackson são um exemplo disso), uma violência propositadamente mordaz e uma não linearidade na sucessão dos acontecimentos, tudo isto, associado a um ritmo alucinante.

As três narrativas principais entrelaçadas de dois assassinos, um pugilista e um casal, valeram-lhe a nomeação para sete Óscares da Academia, acabando por vencer na categoria de Melhor Argumento Original, ganhando também o Globo de Ouro para Melhor Argumento e a Palma D'Ouro do Festival de Cannes para Melhor Filme.

O elenco era composto por nomes como John Travolta, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Uma Thurman e (porque há um português em cada canto do mundo) Maria de Medeiros.

Para muitos a sua banda sonora continua a constar na lista das melhores de sempre, e na memória cinéfila, ficam eternamente, os passos de dança de Uma Thurman e Travolta.

As personagens pareciam ser feitas à medida de cada actor.
Para John Travolta, até então conhecido pelos musicais “Grease” e “Febre de Sábado à Noite”, dar vida a Vincent Vega foi como um renascer na sua carreira.

Uma Thurman começou por recusar o papel de Mia Wallace, mas Tarantino soube ser persuasivo e leu-lhe o guião ao telefone até ela o aceitar.

Começava ali uma parceria profissional (como é habitual de Tarantino) que voltaria ao topo do sucesso com “Kill Bill”, quase 10 anos depois.

Com um humor negro afiadíssimo, Tarantino provou em 1994 que veio para revolucionar o cinema independente americano e nasceu aí uma inspirada carreira de sucesso, que ainda hoje é politicamente incorrecta, contradizendo-se da restante indústria.

Pulp Fiction é uma obra genial. Uma obra crua e simultaneamente refrescante, que sobreviveu ao tempo e se tornou um clássico.
Pulp Fiction foi uma lição de cinema!

Curiosidade Cinéfila:
pulp fiction ou revista pulp são nomes dados a revistas feitas com papel de baixa qualidade a partir do início de 1900. Essas revistas geralmente eram dedicadas às histórias de fantasia e ficção científica e o termo “pulp fiction” foi usado para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas.

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Carla Correia

Título:Pulp Fiction: 20 anos depois

Autor:Carla Correia(todos os textos)

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