Barcos à vela
As idéias de longitude e latitude elaboradas pela astronomia e a introdução de novos conceitos geométricos, na Era Cristã, originaram a ciência da navegação, tendo as constelações como guias. As técnicas desenvolvidas nesse período foram perdidas na Idade Média, sendo recuperadas apenas na época dos descobrimentos.
Mas os avanços nos estudos da aerodinâmica diversificaram os formatos das velas e, consequentemente, suas peculiaridades. Assim, velas bojudas podem gerar uma área de turbulência mais abrangente que sua área real, e o seu aperfeiçoamento para a vela balão permite aproveitar melhor esta turbulência. Na navegação chamada empopada, em que os ventos empurram a embarcação, as velas quadradas mostram-se mais eficientes.
As triangulares, ou latinas, permitem navegar diretamente ao destino estabelecido. Excepcionalmente eficientes, utilizam o principio aerodinâmico do avião, o efeito Bernoulli do empuxo, onde a força do vento atua perpendicularmente à sua própria direção, possibilitando uma navegação contrária aos sopros dos ventos, denominada “à bolina”. O efeito reverso é obtido de acordo com a posição da vela. Embora o embate “à bolina” seja possível, a embarcação navega quatro vezes mais lentamente do que quando tem o vento a favor.
Barcos a velas dispõem de motor, mas ele só é acionado quando não há correntes de ar, ou para manobras específicas, em que é preciso domar o vento. Nas ventanias, busca-se a posição adequada da vela para traçar movimentos em ziguezague e seguir adiante, driblando os ventos.
O barco a vela sempre preservou, em sua história e em suas versões, as premissas da viagem e da aventura. Experimente velejar e conheça a sensação única de desafiar o mar.