O Estimado cão Faísca.

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Quando conheci o Faísca ainda não sabia o impacto que teria o nosso encontro. Vi-o entrar em minha casa com um ar tão satisfeito que me contagiou logo à primeira. Foi amor à primeira vista. O rapazito era pequeno e bem peludo com dois tons diferentes de castanho. Filho de duas raças caninas diferentes tinha um aspecto único. O feitio também era bem original. Corria vezes sem conta à volta da casa até se cansar. Daí o nome também original de Faísca. Corria tanto e tão rápido como uma faísca. Depois deitava a língua de fora à espera de uma pinga de água fresca, para depois se deitar ao comprido em cima do telhado da pequena casota situada num canto do quintal para dormir uma soneca como era o seu hábito. Durante anos foi o meu melhor amigo. Era ele que ouvia as minhas opiniões sem nunca me julgar, ria comigo e fazia-me companhia quando estava triste. Sei que mesmo sem falar me percebia. Era um cão muito inteligente.
Mas como em todas as histórias de amor, existem coisas menos boas para recordar. Foi num dia muito triste e cinzento que tivemos de nos separar. Era inverno, estava frio, e os meus pais decidiram que o Faísca, o meu querido amigo e companheiro de tantos anos, tinha de ir viver para longe, mais propriamente para Vila Nova de Fóz Côa. Assim foi com muita tristeza que o vi partir. Naquele momento senti uma angústia tão forte no meu peito, que me fartei de chorar. O meu melhor amigo de infância ia embora e provavelmente para sempre. E assim foi. Nunca mais voltou a Lisboa. Só o voltei a ver alguns meses depois, bastante velhinho e cansado e deprimido. As saudades de casa tiraram-lhe a alegria. E quando olhou para mim soltou duas lágrimas gordas que escorreram pelas suas faces felpudas. Abracei-o com muita força para prolongar aquele momento. Era a última despedida. Dias depois faleceu.
Esta história é verídica e quero usa-la como homenagem a ser vivo que foi muito mais do que um simples animal de estimação. Foi o meu melhor amigo que vai permanecer para sempre na minha memória e no meu coração.
Jovita Capitão
Mas como em todas as histórias de amor, existem coisas menos boas para recordar. Foi num dia muito triste e cinzento que tivemos de nos separar. Era inverno, estava frio, e os meus pais decidiram que o Faísca, o meu querido amigo e companheiro de tantos anos, tinha de ir viver para longe, mais propriamente para Vila Nova de Fóz Côa. Assim foi com muita tristeza que o vi partir. Naquele momento senti uma angústia tão forte no meu peito, que me fartei de chorar. O meu melhor amigo de infância ia embora e provavelmente para sempre. E assim foi. Nunca mais voltou a Lisboa. Só o voltei a ver alguns meses depois, bastante velhinho e cansado e deprimido. As saudades de casa tiraram-lhe a alegria. E quando olhou para mim soltou duas lágrimas gordas que escorreram pelas suas faces felpudas. Abracei-o com muita força para prolongar aquele momento. Era a última despedida. Dias depois faleceu.
Esta história é verídica e quero usa-la como homenagem a ser vivo que foi muito mais do que um simples animal de estimação. Foi o meu melhor amigo que vai permanecer para sempre na minha memória e no meu coração.
Jovita Capitão