Assinatura do Tratado de Lisboa
No final de 2007, o Mosteiro dos Jerónimos foi o palco escolhido para a assinatura de um acordo entre os diversos países que, à data, integravam a União Europeia. Esse acordo ficou conhecido como o Tratado de Lisboa, tendo os vários signatários chegado a Belém num elétrico da Carris, especialmente decorado para o efeito. Tal como em 1986, quando se ratificou a entrada de Portugal para a CEE, o claustro dos Jerónimos voltou a ser escolhido para um evento desta natureza e dimensão.
Alguns meses depois deste acontecimento solene (ainda se via o elétrico com a decoração alusiva à assinatura do tal tratado em circulação), num dia de forte sol e céu limpo, eu e alguns colegas do Inventário do Museu Nacional de Arqueologia assistimos a uma obra no passeio, diretamente em frente à varanda da nossa sala.
A obra decorreu ao longo de várias horas e nós íamos lançando palpites, tentando adivinhar qual o objetivo daquela intervenção. Uma vez que eram perfeitamente visíveis duas áreas individuais, ainda que contíguas, colocámos a hipótese de se tratar de duas casas de banho públicas, de carácter mais ou menos definitivo. No entanto, aquela não seria a melhor localização para uma estrutura com essas funções, mesmo em frente à entrada para o claustro e um dos acessos à igreja do mosteiro.
Além disso, também não se viam ligações nem canalizações que se conectassem, quer com o abastecimento de água, quer com o escoamento dos eventuais dejetos. Reinava o mistério!
Ainda se conjeturaram outras hipóteses, mas confesso que a que mais me ficou na memória foi mesmo a das casas de banho que, embora o local escolhido não fosse realmente o melhor, acabava por ser a uma infraestrutura com bastante utilidade, naquela zona da cidade.
Creio que foi só um ou dois dias depois do início desses trabalhos que se desvendou o mistério, revelando-se o propósito da obra. Esta destinava-se à colocação de duas lajes quadradas de mármore, as quais evocavam a assinatura desses dois acordos – a entrada de Portugal na CEE e o Tratado de Lisboa, ambos tendo como cenário o claustro do Mosteiro dos Jerónimos. Nestas duas lajes (cada uma consagrada a um dos tratados a que faziam alusão), encontram-se gravadas as assinaturas dos políticos envolvidos.
Várias foram já as ocasiões em que me vieram perguntar onde está o monumento evocativo da assinatura do Tratado de lisboa, pois trata-se de uma obra muito discreta, sem qualquer indicação para a sua presença, ali – uma sinalização vertical, por exemplo. E é, também, necessário ir com muita atenção a onde se passa, pois, sem querer (ou de propósito!) pode-se estar a pisar o nome de alguma individualidade digna de admiração e respeito.
Alguns meses depois deste acontecimento solene (ainda se via o elétrico com a decoração alusiva à assinatura do tal tratado em circulação), num dia de forte sol e céu limpo, eu e alguns colegas do Inventário do Museu Nacional de Arqueologia assistimos a uma obra no passeio, diretamente em frente à varanda da nossa sala.
A obra decorreu ao longo de várias horas e nós íamos lançando palpites, tentando adivinhar qual o objetivo daquela intervenção. Uma vez que eram perfeitamente visíveis duas áreas individuais, ainda que contíguas, colocámos a hipótese de se tratar de duas casas de banho públicas, de carácter mais ou menos definitivo. No entanto, aquela não seria a melhor localização para uma estrutura com essas funções, mesmo em frente à entrada para o claustro e um dos acessos à igreja do mosteiro.
Além disso, também não se viam ligações nem canalizações que se conectassem, quer com o abastecimento de água, quer com o escoamento dos eventuais dejetos. Reinava o mistério!
Ainda se conjeturaram outras hipóteses, mas confesso que a que mais me ficou na memória foi mesmo a das casas de banho que, embora o local escolhido não fosse realmente o melhor, acabava por ser a uma infraestrutura com bastante utilidade, naquela zona da cidade.
Várias foram já as ocasiões em que me vieram perguntar onde está o monumento evocativo da assinatura do Tratado de lisboa, pois trata-se de uma obra muito discreta, sem qualquer indicação para a sua presença, ali – uma sinalização vertical, por exemplo. E é, também, necessário ir com muita atenção a onde se passa, pois, sem querer (ou de propósito!) pode-se estar a pisar o nome de alguma individualidade digna de admiração e respeito.