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Início > Textos > Categoria > DVD Filmes > Ó Evaristo, tens cá disto?

Ó Evaristo, tens cá disto?

Categoria: DVD Filmes
Comentários: 1
Ó Evaristo, tens cá disto?

Lembro-me de ser miúda, talvez com uns 4 ou 5 anos, e do meu pai chegar a casa num sábado à tarde, com um vídeo! Lembro-me, também, que na altura não percebi para que servia tal aparelho, que se apoderou da prateleira inferior à que suportava a televisão, lugar que ocupou anos seguidos, sendo apenas removido para dar lugar a um modelo mais recente, bastantes anos mais tarde. Não sabia para que servia, assim como não sabia os companheiros que viríamos a ser!

Com constantes crises de asma, muitos eram os dias em que não saía de casa. Não havia escola, nem brincadeiras com os colegas e amigos. Os dias eram passados em casa, na cama ou, quando a febre dava tréguas, no sofá. Nesses dias, o vídeo era o meu grande amigo e aliado! Todas as cassetes, originais ou com “gravações caseiras”, em que se aproveitava para gravar aquele filme que passava na televisão pública (únicos canais na altura), eram devoradas pelo aparelho! No início, não havia muita variedade. Talvez 2 ou 3 com desenhos animados, que o meu pai comprou a pensar em mim, e outras tantas com Festivais da Eurovisão e uns clássicos portugueses.

Como a escolha não era muito variada e depois de me cansar dos desenhos animados, enveredei pelo mundo dos clássicos portugueses. Apesar de serem a preto e branco, eram falados em português, pelo que acompanhava a história com facilidade. E como me divertia! Comecei pela “Canção de Lisboa”, grande sucesso com magníficas interpretações de Vasco Santana, Beatriz Costa e António Silva.

Ria-me com as piadas fáceis e com a animação das músicas e actores. Depois, quando os meus pais descobriram que achava piada a este tipo de filmes, arranjaram cópias ou originais de “O Leão da Estrela”, “O Páteo das Cantigas”, “O Grande Elias”, “O Costa do Castelo”... enfim, eram já vários, mas que eu via e revia, de tal forma que decorei várias passagens que ainda hoje recordo!

Os tempos mudaram, a tecnologia também e hoje já não há lugar para as velhinhas VHS. Todas foram substituídas por DVD e todos estes clássicos fazem parte da minha colecção privada.

Bem sei que não serei a única que recorda claramente a cena em que o Evaristo da drogaria fica bastante irritado por fazerem um trocadilho fácil com o seu nome, mas sou, provavelmente, das portuguesas mais novas que revê estes filmes com muita saudade. Saudades de uma época em que não era nascida.



Cláudia Bandeira

Título: Ó Evaristo, tens cá disto?

Autor: Cláudia Bandeira (todos os textos)

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Comentários     ( 1 )    recentes

  • Ana ClaudiaAna Claudia

    15-11-2009 às 23:13:27

    Gostei muito do que disseste está muito bem escrito e ditalografado também. beijinhos

    ¬ Responder

Comentários - Ó Evaristo, tens cá disto?

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

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