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"O Fado" - Pintura de José Malhoa

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Arte
Visitas: 204
Comentários: 2
"O Fado" - Pintura de José Malhoa

“ O Fado” de José Malhoa é uma obra muito intensa a nível temático tendo sido por isso motivo de análise ao longo de toda a sua vida, é uma das obras mais conhecidas no estrangeiro. Esta obra mostrou algo de novo na pintura do artista (conjuntamente com a obra “Os bêbados”). Nela é possível denotar a sua vontade de representar o que de mais popular podia haver na Lisboa mais encoberta.

Almada Negreiros definiu a obra de Malhoa “Ele tem que dizer a pintar o que não sabem dizer aqueles que ele pinta! Já não é só de pintura que se trata, concerteza é mais do que isso! […] desde as tábuas do político de S. Vicente na Sé de Lisboa, que este povo admirável nunca mais teve quem lhe tirasse o retrato”.

A obra “ O Fado” do pintor José Malhoa é considerada como «Obra-prima de Malhoa». É um ícone do naturalismo da Pintura Portuguesa. É um quadro feito a óleo sobre tela, com 1525mm por 1855mm datado de 1910.

Teve a sua primeira apresentação pública em 1910 na Exposição Internacional de Arte do Centenário da República da Argentina, em Buenos Aires com o título Bajo el Encanto na qual obteve uma medalha de ouro. Só em Janeiro do ano de 1912, num evento realizado por Augusto Gama, seu amigo e discípulo a obra fez parte duma exposição denominada “José Malhoa” e foi exposta em Portugal, na cidade do Porto.

Sous le Charme foi o título da obra no Salão de Paris para onde seguiu após a exposição do Porto e após este esteve patente em Liverpool com o título The Native Song. No ano de 1915 esta obra viajou até S. Francisco, e esteve exposta na Panamá – Pacific International Exposition. Esta obra só esteve exposta no ano de 1917 em Lisboa na 14ª exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes, após a qual foi adquirida pela Câmara Municipal de Lisboa, e foi colocada no salão nobre dos Paços do Concelho (na época Sala de Sessões) onde esteve até passar para a exposição permanente do Museu da Cidade.

Á data de hoje a obra encontra-se no Museu do Fado na mesma cidade, tendo sido cedida temporariamente pelo Museu da cidade para fazer parte da exposição integrante do museu do Fado. O Museu do fado oferece ao público um tributo ao fado e aos seus divulgadores. Neste mesmo local é possível ver uma das obras testemunho do universo do fado e da influencia de José Malhoa, O mais Português dos quadros a óleo, de João Vieira, 2005. Muitas foram as obras inspiradas por este quadro e muitas vezes este foi representado por diversos artistas nos mais variados materiais e técnicas de expressão plástica.

A obra «os Bêbados» de 1907 parece mostrar uma sociedade rural que vem corresponder ao individualismo na transgressão moral e urbana do «Fado» de 1910.

«O Fado» é uma homenagem boémia e marginal da sociedade Lisboeta de inícios do século XX pouco representada na altura. Existem duas versões de “O Fado” uma pintada em 1909 e outra em 1910, as duas puderam ser vistas lado a lado numa exposição comemorativa de cem anos na Sociedade Nacional de Belas-Artes em Lisboa. O proprietário da obra datada de 1909 é o empresário Vasco Pereira Coutinho. Esta é uma obra que sintetiza socioculturalmente um povo de uma época.

Nesta obra o artista procurou modelos reais, e um ambiente popular adquirido através da Mouraria, bairro mal “falado” de Lisboa. As suas personagens foram encontradas por lá mesmo, Amâncio, (que conheceu através do fotografo Júlio Novais) arruaceiro e tocador de guitarra e a sua amante Adelaide da Facada (que deve o seu nome à cicatriz que tinha no lado esquerdo da face e era considerada por muitos de fama duvidosa). A acção aqui representada tem como cenário o interior de uma habitação numa zona da Lisboa popular, aquilo que se julga a casa da própria Adelaide (Malhôa realizou alguns estudos para este quadro das personagens integrantes no mesmo).

Existe uma relação entre o título da obra “O Fado” e aquilo que se encontra representado na obra. O fado encontra-se representado de uma maneira característica, as suas personagens, a envolvência do ambiente, a melancolia foi uma inspiração para o quadro. Na obra de Malhoa figurou uma classe baixa da sociedade pouco representada. É uma obra cheia de referências tipicamente portuguesas.

Foi um quadro que viajou por alguns países e agora se encontra na cidade que se representa nele, Lisboa. O seu sentido documental de imagens retratava aquilo que era uma parte da sociedade. Foi uma obra que viveu uma “vida” intensa, tendo viajado por muitos países e tendo sido vista e interpretada por muitas pessoas de características muito diferentes e que ficaram a conhecer algo que de tão português existe o fado e a obra de José Malhoa.


Sónia Henriques

Título: "O Fado" - Pintura de José Malhoa

Autor: Sónia Henriques (todos os textos)

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • SophiaSophia

    17-06-2014 às 02:57:32

    O fado que ultrapassa a música, agora em forma de pintura e isso é genial! Muito linda a história.
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de Climatizaçãorita

    28-01-2013 às 19:53:27

    que amor de texto sobre o FADO, gostei e aprendi que afinal Fado nao é só musica "triste" da "saudade" ou do destino , mas um maravilhoso quadro de nome FADO

    ¬ Responder

Comentários - "O Fado" - Pintura de José Malhoa

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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