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Mantenha a conta aberta! ...

Categoria: Restaurantes
Comentários: 2
Mantenha a conta aberta! ...

Faca, garfo e guardanapo são, geralmente, os símbolos que indicam a proximidade ou fazem alusão a “comes e bebes”, que é como quem diz, casas que oferecem, a troco de algum dinheiro, uma refeição ou um petisco. Porém, alguns destes estabelecimentos deveriam começar a fornecer, juntamente com a comida, apetrechos e extras coadjutores, tais como uns martelinhos para partir o arroz mal cozido, uma moca que sove os bifes, no intuito de os tornar mais facilmente mastigáveis sem perigo de quebrar algum dente, sais de frutos que auxiliem a digestão de alimentos menos frescos, óculos que permitam a rápida identificação de bolor no pão, que nem do dia anterior é, e, já agora, uma bacia para vomitar quando se vê apanhar algo do chão e, com a maior das naturalidades, depositá-lo, como se nada fosse, na travessa, depois de ter soprado ou raspado as partículas emprestadas pelo soalho.

Ainda assim, e não obstante o que se pode observar e o que não se sente, porque os olhos não vêem, e, como diz o ditado, «longe da vista, longe do coração», verifica-se que muita gente não presta atenção ou não liga à qualidade daquilo que ingere fora de casa. Esta qualidade não se refere somente à frescura e à categoria das matérias-primas utilizadas na confecção dos menus, mas também à higienização das mesmas, dos recipientes que as recebem, dos utensílios empregues, das instalações onde decorrem os actos culinários, e de tudo o que, directa ou indirectamente, contacte com a paparoca.

De vez em quando, as autoridades sanitárias competentes lançam-se em inspecções em massa sobre a restauração, sendo que nos meses subsequentes ninguém ouve falar destes profissionais. Deve cansar imenso fechar dezenas de restaurantes por dia, portanto é legítimo repousar a seguir… Para além de que, se continuarem o trabalho, eles próprios correm o risco de deixar de ter onde almoçar no decurso da sua função!

As más-línguas até os podem apelidar de “arroz-doce”, como a querer insinuar que os inspectores alimentares estão em todas, ou melhor, em todos (os restaurantes). O que é que se passa com as pessoas? Preferem comer “gato por lebre” e tragar congelados de há três anos (para não ser demasiado pessimista)?!... Os pobres senhores apenas velam pela saúde pública…!

Se calhar, quem assim critica, de forma maldosa, diga-se, faz parte do “clube” dos “amigos da onça”. Estes alegam que, não fora a sua conta aberta em determinado espaço estar fechada, pagariam aos comparsas um belo jantar. Devem ser os efeitos da crise…



Maria Bijóias

Título: Mantenha a conta aberta! ...

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • Vicente SilvaVicente

    16-09-2014 às 02:47:25

    É muito bom apreciar o sabor de uma comida bem feita e que nos satisfaz. Ir ao bom restaurante, até mesmo o pagar mais caro para se obter um maior resultado, maior qualidade, pode valer bastante a pena.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoPedro R.

    17-05-2009 às 22:19:31

    Adoro a parte final das refeições - a sobremesa - e tu mencionaste a minha preferivel : arroz-doce.

    Recordo-me que a minha avó materna fazia um arroz-doce divinal. Ela morreu mas a minha mãe continua a fazer aquela iguaria com o mesmo espirito e gosto. Eu não consigo nunca resistir ao mais saboroso arroz-doce do mundo.

    ¬ Responder

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Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

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Tema: DVD Filmes
Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.\"Rua
Este texto irá falar sobre o filme Ex_Machina, nele podem e vão ocorrer Spoillers, então se ainda não viram o filme, vejam e voltem depois para lê-lo.

Impressões iniciais:

Ponto para o filme. Já que pela sinopse baixei a expectativa ao imaginar que era apenas mais um filme de robôs com complexo de Pinóquio, mas evidentemente que é muito mais que isso.

Desde as primeiras cenas é possível perceber que o filme tem algo de especial, pois não vemos uma cena de abertura com nenhuma perseguição, explosão ou ação sem propósito, típica em filmes hollywoodianos.
Mais um ponto, pois no geral o filme prende mais nos diálogos cerebrais do que na história em si, e isso é impressionante para o primeiro filme, como diretor, de Alex Garland (também roteirista do filme). O filme se mostrou eficiente em criar um ambiente de suspense, em um enredo, aparentemente sem vilões ou perigos, que prende o espectador.

Entrando um pouco no enredo, não é difícil imaginar que tem alguma coisa errada com Nathan Bateman (Oscar Isaac), que é o criador do android Ava (Alicia Vikander), pois ele vive isolado, está trabalhando num projeto de Inteligência Artificial secreto e quando o personagem orelha, Caleb Smith (Domhnall Gleeson), é introduzido no seu ambiente, o espectador fica esperando que em algum momento ele (Nathan) se mostrará como vilão. No entanto isso ocorre de uma forma bastante interessante no filme, logo chegaremos nela.

Falando um pouco da estética do filme, ponto para ele de novo, pois evita a grande cidade (comum nos filmes de FC) como foco e se concentra mais na casa de Nathan, que fica nas montanhas cercadas de florestas e bastante isolado. Logo de cara já é possível perceber que a estética foi pensada para ser lembrada, e não apenas um detalhe no filme. A pesar do ambiente ser isolado era preciso demonstras que os personagens estão em um mundo modernizado, por isso o cineasta opta por ousar na arquitetura da casa de Nathan.

A casa é nesses moldes novos onde a construção se mistura com o ambiente envolta. Usando artifícios como espelhos, muitas paredes de vidro, estruturas de madeira e rochas, dando a impressão de camuflagem para a mesma, coisa que os ambientalistas julgam favorável à natureza. Por dentro se pode ver de forma realista como podem ser as smart-house, não tenho certeza se o termo existe, mas cabe nesse exemplo. As paredes internas são cobertas com fibra ótica e trocam de cor, um efeito que além de estético ajuda a criar climas de suspense, pois há momentos onde ocorrem quedas de energia, então fica tudo vermelho e trancado.

O papel de Caleb á ajudar Nathan a testar a IA de AVA, mas com o desenrolar da história Nathan revela que o verdadeiro teste está em saber se Ava é capaz de “usar”, ou “se aproveitar” de Caleb, que se demonstra ser uma pessoa boa.

Caleb é o típico nerd introvertido, programador, sem amigos, sem família e sem namorada. Nathan também representa a evolução do nerd. O nerd nos dias de hoje. Por fora o cara é careca, barbudão com uns traços orientais (traços indianos, pois a Índia também fica no Oriente), bebê bastante e ao mesmo tempo malha e mantém uma dieta saudável pra compensar. E por dentro é um gênio da programação que criou, o google, o BlueBook, que é um sistema de busca muito eficiente.

Destaque para um diálogo sobre o BlueBook, onde Nathan fala para Caleb:
“Sabe, meus concorrentes estavam tão obcecados em sugar e ganhar dinheiro por meio de compras e mídia social. Achavam que ferramenta de pesquisa mapeava O QUE as pessoas pensavam. Mas na verdade eles eram um mapa de COMO as pessoas pensavam”.

Impulso. Resposta. Fluido. Imperfeição. Padronização. Caótico.

A questão filosófica vai além disso esbarrando no conceito de “vontade de potência”, de Nietzche, mas sobre isso não irei falar aqui, pois já há textos muito bons por aí.

Tem outra coisa que o filme me lembrou, que eu não sei se é referência ou se foi ocasional, mas o local onde Ava está presa e a forma como ela fica deitada num divã, e questiona se Caleb a observa por detrás das câmeras, lembra o filme “A pele que habito” de Almodóvar, um outro filme excelente que algum dia falarei por aqui.

Talvez seja uma versão “O endoesqueleto de metal e silicone que habito”, ou “O cérebro positrônico azul que habito”, mesmo assim não podia deixar de citar a cena por que é muito interessante.

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Jhon Erik Voese

Título:Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

Autor:Jhon Erik Voese(todos os textos)

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Comentários

  • Suassuna 11-09-2015 às 02:03:47

    Gostei do texto, irei conferir o filme.

    ¬ Responder
  • Jhon Erik VoeseJhon Erik Voese

    15-09-2015 às 15:51:02

    Que bom, obrigado! Espero que goste do filme também!

    ¬ Responder

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