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Início > Textos > Categoria > Literatura > SER MISERÁVEL

SER MISERÁVEL

Categoria: Literatura
Visitas: 122
SER MISERÁVEL

Ser miserável é viver sob a ponte,
Não ter água da fonte,
Não comer, não beber e quase não viver.

Ser miserável é não poder ter prazer,
Não ter livros pra ler,
Não ter caminhos a percorrer.

Ser miserável é viver isolado,
Como um doente terminal,
Consciente do seu final.

Ser miserável é ter o passado negado,
Ter uma vida restrita,
Na calçada em que habita.

Ser miserável é estar desprotegido,
A mercê dos perigos,
Aguardando o ocorrido.

Ser miserável é esquecer a limpeza,
Conhecer os odores humanos,
Ter pensamentos insanos.

Ser miserável é viver na pobreza,
Ter a certeza que ninguém te vê,
E não quer estar com você.

Ser miserável é acordar todo dia,
Sem pensar no amanhã,
Acreditando que será melhor.

Ser miserável é nos dias frios,
Conseguir um jornal,
E por isso se achar o tal.

Ser miserável é olhar para o lado,
Se sentir retratado,
E não ficar zangado.

Ser miserável pode trazer muitas coisas,
Garra para a sobrevivência,
Esperança no futuro.

Ser miserável é não ter escolhas,
Saber que a vida não é boa,
E mesmo assim insistir.

Ser miserável por consequência,
É diferente de ser um miserável por opção.

Ser miserável é olhar o mendigo dormindo,
Atear fogo em seu corpo,
E achar bom ele estar morto.

Ser miserável é discutir com um velhinho,
E só por discordar do que ele tem a falar,
Espancar seu corpo até matar.

Ser miserável é violar uma flor,
E durante seus gritos de dor,
Conseguir imaginar que aquilo é amor.

Ser miserável é atirar num estranho,
Podando seus sonhos,
E não se sentir medonho.

Ser miserável é em nome do dinheiro,
Prejudicar o mundo inteiro,
E se achar um grande investidor.

Ser miserável é não ajudar um miserável,
É não dividir a comida,
E apesar de bem vestida,
Ser mais pobre que o miserável.

Ser miserável e não respeitar o direito do outro,
Sempre achar que o seu livro é sagrado,
E o do outro é descartável.
Ser miserável é gritar suas verdades,
Ignorando as maldades,
Que diz acreditar.

Ser miserável é ver o sofrimento do outro,
E se ele fizer parte do seu rol de inimigos,
Desejar que tivesse um fim preciso.

Ser miserável é achar o outro diferente,
Sem perceber que a desigualdade,
Reside apenas na sua mente.

Ser miserável é viver na miséria,
Miséria da fome,
Miséria da alma,
Miséria de amor,
Miséria de valores.

Quando o ser conseguir vencer seu lado miserável por opção,
E ajudar o miserável por consequência,
Poderá eliminar da existência toda a miséria dos miseráveis.

E como em um passe de mágica nos tornaremos seres mais humanos.


Maria Cecilia Barbosa de Oliveira

Título: SER MISERÁVEL

Autor: Maria Cecilia Oliveira (todos os textos)

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Martelos e marrettas

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Tema: Ferramentas
Martelos e marrettas\"Rua
Os martelos e as marretas são, digamos assim, da mesma família. As marretas poderiam apelidar-se de “martelos com cauda”. Elas são bastante mais robustas e mantêm as devidas distâncias: o cabo é maior.

Ambos constituem, na sua génese, amplificadores de força destinados a converter o trabalho mecânico em energia cinética e pressão.

Com origem no latim medieval martellu, o martelo é um instrumento utilizado para “cacetear” objectos, com propósitos vários, pelo que o seu uso perpassa áreas como o Direito, a medicina, a carpintaria, a indústria pesada, a escultura, o desporto, as manifestações culturais, etcétera, variando, naturalmente, de formas, tamanhos e materiais de composição.

A diversidade dos martelos é, realmente, espantosa. O mascoto, por exemplo, é um martelo grande empregue no fabrico de moedas. Com a crise económica que assola o mundo actualmente, já se imaginam os governantes, a par dos banqueiros, de martelo em punho para que não falte nada às populações…

Há também o marrão que, mais do que o “papa-livros” que tira boas notas a tudo, constitui um grande martelo de ferro, adequado para partir pedra. Sempre poupa trabalho à pobre água mole…

O martelo de cozinha serve para amaciar carne. Daquela que se vai preparar, claro está, e não da de quem aparecer no entretanto para nos martelar a paciência…!

Já no âmbito desportivo, o lançamento do martelo representa uma das provas olímpicas, tendo sido recentemente adoptado na modalidade feminina. Imagine-se se, em vez do martelo, se lançasse a marreta… seria, certamente, mesmo sem juiz nem tribunal, a martelada que sentenciaria a sorte, ou melhor, o azar de alguém!

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