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Gotas de Verde

Categoria: Outros
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Gotas de Verde

… E um dia, apareceste.

Bateste-me à porta e esboçaste um sorriso, ao ver-me de novo.
Creio que sorri também, por um momento, mas reparei nos teus olhos tristes e o meu sorriso dissipou-se, então…

Estupefacto pela tua presença, fiquei mudo, tentando ver se seria um sonho ou se estaria acordado.

E, por isso tu me perguntaste se eu não te convidava para entrar.
Atrapalhado, envergonhado pela minha inacção, apressei-me a fazer um gesto, quase uma vénia, apontando-te o interior da casa.
Entraste.

Estava sozinho nesse momento. Os meus pais tinham saído, por isso, levei-te para a sala.
Sentámo-nos, tu no sofá comprido, eu no maple, quase de frente para ti.
E depois das habituais perguntas acerca de como iam as coisas nas nossas vidas, como ia a saúde e o emprego, perguntaste-me como estava o meu coração.

Tentando não ser muito dramático, disse apenas que estava sozinho, não resistindo a acrescentar um “ainda…” que te revelava há quanto tempo assim estava.

Permanecia sozinho, desde que quiseste sair da minha vida. Pensava que “apenas” querias acabar a nossa relação, mas tu fechaste mesmo todas as portas, todo o contacto. E durante muito tempo (talvez não tanto como me pareceu), não me senti mais do que uma vaga memória de um passado teu, que eu nem sei com que sentimentos recordavas; não parecia ser mais do que um mero cliente do teu negócio – e nunca quis deixar de o ser para não pensares que o fazia por represália, ao mesmo tempo que, desse modo, sentia que continuava a ajudar-te, de certa forma, continuando a preocupar-me com o teu sucesso e desejando contribuir como pudesse.

Tal como te havia declarado numa carta, o meu coração estava em coma, desde que havíamos decidido o fim do nosso romance. Estava como que congelado, bloqueado naquele ponto do tempo. E, claro, ainda sentindo o mesmo amor…

Mas não te repeti essas palavras… não foi necessário, pois percebeste-as veladas no tal “ainda”! Confesso que essa palavra não me saiu com franca inocência. E tu também o percebeste, porque és uma mulher inteligente, porque me conheces bem e tens uma boa experiência no que toca a relações.

A minha resposta pôs-te mais à vontade para me falares do que te havia trazido à minha porta. Pediste-me que me sentasse a teu lado e pegaste-me nas mãos. Estavam frias, as tuas …

Não me deixaste dizer mais nada. Ao pegares nas minhas mãos, calaste a pergunta que já ia sair dos meus lábios

E começaste a contar-me uma história. Uma história de opções, de ilusões, de cedências, de decepções, de tratos menos bons, de lágrimas, arrependimentos e saudade. A relação que tinhas iniciado, depois de terminares a nossa, não te tinha realizado. Muito pelo contrário. Mas, como é teu hábito, foste calando as primeiras desilusões ou desencontros. E acumulaste frustrações até que não pudeste mais e saíste. Nesse momento, olhaste para trás, na tua vida, procurando um momento diferente, um momento mais intenso e bonito. E lembraste-te de nós. Lembraste-te do homem que fui para ti. Apesar dos meus erros e da minha situação, tinha sido a pessoa mais carinhosa e que mais se tinha dado a ti. E isso fez-te falta. Nunca me havias esquecido, totalmente. Nunca tinhas deixado de acreditar que conseguiríamos ser felizes. No fundo, nunca tinhas deixado de gostar de mim e, por isso, te tinhas mantido em silêncio, simulando um desprezo e indiferença, extremos. Procuravas fugir de nós, virar a cara, seguir com a vida, como se não tivesse sido mais do que um sonho, como se não tivesse sido real. Precisavas de esquecer aquele amor, aquela força que nos unia, para seguires em frente e procurares o contentamento na obtenção, com outro homem, daquilo que eu parecia não poder dar-te, da segurança que, realmente, não podia prometer-te, quando havíamos acabado.

Mas quando chegaste ao limite da tua resistência e resignação, o coração falou mais alto que a razão que o tinha calado, antes. E choraste.

Choraste o risco que correste de me perder, choraste o tempo que estivemos separados, choraste o carinho e a atenção que não tiveste de mim, desde então… e choraste a minha angústia, a minha mágoa, a solidão em que vivi e o meu desespero. Choraste o desprezo de que me senti alvo. E acima de tudo, choraste o ódio que nunca senti por ti, a revolta com que nunca tentei atingir-te.

Sim… tive atitudes menos correctas, depois do nosso fim. Mas acabei por respeitar as tuas escolhas e perceber que o amor não depende só da vontade de um dos membros do casal – pelo menos, para se manter.

Abrimos os nossos corações. Revelámo-nos!

Contaste-me o que eu precisava para perceber que não tinhas sido feliz. E remataste, declarando-te arrependida por me teres fechado a porta, por não teres lutado pelo amor que havia entre nós. Por o teres desprezado e desvalorizado, perante outros ideais e objectivos. Afirmaste-te mudada, com uma nova percepção da vida e do que realmente importa. E pediste-me desculpa por não teres sabido ser a companheira que eu precisava de ter, no exacto momento em que, ironicamente, tiveste foi vontade de acabar…

Calei-te, com um dedo nos lábios. Afinal, eu também tinha cometido erros, em relação a ti. Tinha-te tomado por certa, tinha-te “explorado” e abusado do teu afecto, porque eu tinha muito para descobrir e parecia que nunca ia ter tempo; que o tempo que tínhamos juntos nunca era suficiente; porque te achava mais “sintonizada” com a minha visão das coisas e da nossa relação, do que realmente estavas.

Eu também não soube revelar-me totalmente a ti, de um modo que aprendesses a tolerar-me e a mudar o que havia a mudar em mim. Foram os meus erros que te levaram a ir embora. Só depois dessa opção é que te poderias responsabilizar pelos passos que deste.

Sentaste-te ao meu colo e abraçaste-me. Uma lágrima ameaçou sair dos teus olhos, mas apenas lhes deu um brilho mais intenso. Mantive-te nos meus braços, cingindo-te bem contra mim, como que a matar saudades.

E percebeste, nesse abraço, que eu ainda era completamente teu. Que toda a mágoa, toda a angústia que suportei, todo aquele tempo que passei perdido, sem rumo, sem ti, se apagaria e perderia o seu valor, se me desses um beijo e me pedisses para voltar…

Então confessaste que gostavas de poder voltar atrás, de poder voltar para mim. E deste-me esse beijo que selou o rumo da minha resposta. Nada mais pude fazer do que retribuir-te e corresponder-te a esse beijo. E percebeste que me tinhas de novo. Perguntei-te se era mesmo isso que querias e respondeste que sim, sorrindo ternamente e dando-me outro beijo.

Eu não precisava de falar para saberes a minha resposta. Estava estampada na minha expressão de menino grande e perdido. Percebia-la no modo desejoso como retribuía os teus beijos e te abraçava. Viste-a bem no fundo e no brilho do meu olhar. E não disse mais nada. As palavras só iriam estragar o momento. E a felicidade que eu estava a sentir regressar ao meu peito, já havia enterrado todo aquele tempo sem ti, tudo o que sofri… Eu tinha-te de volta, de novo nos meus braços, e era como se não tivesse passado mais do que uma longa semana, como tantas que nos haviam separado no passado, e nos tinham parecido eternas, apesar de não terem mais do que cinco dias…

Ficaste, nessa noite.

A cama era demasiado pequena para nós, mas lá nos ajeitámos. Pouco dormimos. Apenas ficámos abraçados a relembrar, em silêncio, outros momentos, outros lugares. Os nossos corpos sentiam saudade desse nosso contacto, desse toque. E abraçados, quietos, deixámos as horas da madrugada irem passando. Até que a manhã começou a nascer e os pássaros, lá fora, despertaram para um novo dia. Saímos da cama.

Pedi à minha mãe que nos arranjasse algo para uma ou outra refeição. Era sábado e eu queria levar-te de novo àquela casa onde tínhamos começado “oficialmente” a nossa primeira relação. Ao fim de uma hora de carro, chegámos.

Corremos para a cama e dormimos profundamente. Era mais larga, essa. Estávamos mais à vontade. Dormimos e sonhámos, despertando do pesadelo que foi o tempo que nos separou de um modo que parecia para sempre…

Acordámos, já a tarde ia a meio. Tu olhaste para mim, sorrindo. E olhei-te bem dentro dos olhos e disse: Amo-te, meu anjo lindo! É maravilhoso voltar a acordar nos teus braços e seres a primeira coisa que vejo, ao abrir os olhos.

Beijaste-me e deitaste a cabeça sobre o meu peito, como gostavas de fazer… e assim ficámos, enquanto o dia ia escurecendo e os nossos corpos se iam libertando da preguiça de um sono vespertino, juntos! Juntos de novo. Juntos para sempre!

Ex Panta Spirito


Paulo c. Alves

Título: Gotas de Verde

Autor: Paulo c. Alves (todos os textos)

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Como fazer disfarces de Carnaval

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Tema: Vestuário
Como fazer disfarces de Carnaval\"Rua
O ano começa e depressa chega uma data muito ansiada principalmente pelos mais jovens: o desejado Carnaval!

Esta é uma data que os pequenos adoram e deliram com as fantasias. O problema maior é a despesa que os disfarces representam e no ano seguinte já não usarão o mesmo disfarce ou, no caso dos mais pequenos, já não lhes serve.
O melhor nesta data é mesmo reciclar e aprender a fazer disfarces caseiros utilizando truques mais económicos e materiais reciclados para preparar as fantasias dos pequenitos!

Uma sugestão para os meninos é o traje de pirata que pode facilmente ser criado a partir de peças que tenha em casa. Procure uma camisa de tamanho grande e, de preferência, de cor branca com folhos. Se não tiver uma camisa com estas características facilmente encontrará um modelo destes no guarda-vestidos de alguma familiar, talvez da avó.

Precisará de um colete preto. Na falta do colete pode utilizar um casaco preto que esteja curto, rasgue as mangas pelas costuras dos ombros. As calças devem ser velhas e pretas para poderem ser cortadas na zona das pernas para envelhecer a peça. Coloque um lenço preto ou vermelho na cabeça do menino e, de seguida, com um elástico preto e um pouco de velcro tape um dos olhos.

Para as meninas não faltam ideias originais para fazer disfarces bonitos e especiais para este dia. Uma ideia original é a fantasia de Flinstone. É muito fácil e prática de fazer e fica um disfarce muito bonito. Comece por arranjar um pedaço de tecido branco. Coloque o tecido em volta do corpo como uma toalha de banho e depois amarre num dos braços fazendo uma alça. Depois corte as pontas em ziguezague mantendo um lado mais comprido que o outro. Amarre o cabelo da menina todo no cimo da cabeça, como se estivesse a fazer um rabo-de-cavalo mas alteie-o mais. Com o auxílio de um pente frise o cabelo, pegando nas pontas e passando o pente em sentido contrário até que fique todo despenteado. Numa loja de disfarces compre um osso de plástico e prenda na fita da criança.

Pegue nos materiais, puxe pela imaginação e ponha mãos ao trabalho!

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Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    09-06-2014 às 04:01:21

    Não em carnaval, mas em bailes de fantasia, sempre usei o TNT. Eles são ótimos para trabalhar o corte, para costurar e deixa bem bonito!
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

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