Ganhe pedalada
O sentido de clubismo foi fomentado, em boa medida, pelo ciclismo, enquanto desporto mais acessível ao seguimento atento dos espectadores, numa altura em que não existia ainda televisão para acompanhar jogos de futebol, os rádios eram raros, os jornais chegavam quando as notícias já tinham “cabelos”, e os caminhos revelavam-se pouco convidativos a deslocações. A passagem das caravanas dos ciclistas constituía, portanto, o grande momento desportivo, ansiado e “vibrado” por todos. A bandeirinha que então ofereciam era motivo de orgulho e contentamento genuíno.
Pedalar representa um esforço considerável, nomeadamente nas provas de estrada, e de forma muito particular nas etapas de montanha. A reconhecida exigência destes desafios leva a uma incondicional admiração pelos atletas que revelam superioridade. Não obstante, para alguns, inclusive dos mais afamados, é difícil resistir ao apelo do doping como auxiliar do seu empenho. Esta má opção tem conduzido a desfechos trágicos, em plena actuação ou como consequência do uso continuado e/ou exagerado de substâncias ilícitas e nocivas.
No século XVIII, as bicicletas mais podiam chamar-se triciclos, pois ostentavam uma roda da frente muito maior do que as duas traseiras, e que comportava os pedais. Esta estrutura dificultava o equilíbrio em altitude e não favorecia a velocidade. Eram muito poucos os “artistas” da bicicleta. Mais tarde, já no século XIX, apareceram bicicletas com rodas iguais e mecanismos de tracção. Tiveram, então, início as primeiras disputas de velocípedes.
Hoje em dia, pode adquirir-se uma bicicleta por menos de 50 euros, embora as de competição possam atingir os 2500 ou mais. A escolha dos locais de treino deve ser cuidada, uma vez que se constatam mais acidentes a treinar do que nas provas. Isto é válido para a preparação de corridas em estrada, em pista e fora de estrada (ciclocrosse, BMX e trial).