Futebol e religião – A fé dos atletas
É muito comum, sobretudo em jogos decisivos, verem-se futebolistas a fazer o sinal da cruz à entrada em campo ou a dirigir para o alto o seu olhar depois de um golo, em jeito de oferta e agradecimento. Os adeptos, por seu turno, fazem promessas a Deus e aos santos, rezam com muita veemência e usam imagens, crucifixos e medalhas ao peito ou apertam-nos entre as mãos com a força do seu entusiasmo.
Assim de repente, parece que um estádio de futebol e um templo religioso se encontram tão distantes como os dois hemisférios do globo, mas a verdade é que, tendo um jogo de futebol o estranho dom de colocar a nu índoles, emoções e reacções, de facto a proximidade com Deus no decorrer da partida pode ser uma realidade bastante profunda. Experimenta-se ali uma espécie de amor traduzido num sentimento de união. Deste modo, dá-se crédito e fundamento à frase «Deus este em todo o lado», num testemunho claro de que religião e desporto não são adversários, mas que, ao invés, têm tudo para ser bons aliados no aporte de felicidade naquele dia, e não só.
Os atletas, porém, carregam sobre os ombros o peso dos resultados, vendo-se obrigados a lidar com as suas emoções e com as dos adeptos. São, em geral, homens de convicções profundas, ensaiadas também nos treinos.
Rui Borges, por exemplo, oriundo de uma família tradicional católica, afastou-se da Igreja, mas por altura da adolescência percebeu que o vazio que sentia só poderia ser colmatado com o regresso à comunidade. Desde então, decidiu entregar a Deus todos os aspectos da sua vida, o que nos momentos mais difíceis de revelou uma preciosa ajuda. A presença que sentia (Deus) fê-lo seguir adiante e superar os obstáculos, dando sempre a volta às situações. Pretendendo retribuir esta presença, no ano em que foi para o Boavista candidatou-se a dar catequese, passando primeiramente por um grupo de jovens, o que alimentou sobremaneira a comunicação social na época.
Fary, senegalês, já nasceu muçulmano. O jogador reconhece que lhe é impossível satisfazer todos os requisitos da sua religião, mas procura fazer tudo o que está ao seu alcance.. Este atleta cumpre o que é exequível do Ramadão, o que, embora não lhe seja nada fácil, realiza com toda a felicidade, pois acredita ser necessário fazer com prazer o que entende como a vontade de Deus. Para Fary, a fé não está na boca, mas no coração da pessoa. E, quando a fé em Deus é real, há certas coisas de mal que não se conseguem realizar. Paralelamente, os outros são muito importantes na vivência de Fary enquanto muçulmano, uma vez que a bondade, a generosidade e a paz representam alguns dos principais ensinamentos do Alcorão, os quais tenta seguir à risca para ser uma boa pessoa.
Comentários ( 1 ) recentes
- Rafaela
30-06-2014 às 22:12:57É notório a expressão da fé em Deus dos jogadores de várias seleções, principalmente, a brasileia. Eles revelam até mesmo em campo, após o entrar da bola no gol. É muito lindo ver isso, muito mesmo!!!!
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