Bem vindo à Rua Direita!
Eu sou a Sophia, a assistente virtual da Rua Direita.
Em que posso ser-lhe útil?

Email

Questão

a carregar
Textos | Produtos                                                    
|
Top 30 | Categorias

Email

Password


Esqueceu a sua password?
Início > Textos > Categoria > Arte > A Lenda De São Vicente, O Padroeiro De Lisboa

A Lenda De São Vicente, O Padroeiro De Lisboa

Categoria: Arte
Visitas: 384
Comentários: 3
A Lenda De São Vicente, O Padroeiro De Lisboa

Vicente nasceu em Huesca nos finais do século III, filho de Eutiquio e de Enola. A educação do futuro santo foi em Saragoça, onde absorveu com fervor as lições de religião e letras proporcionadas pelo Bispo Valério, o mesmo Bispo que o ordenou diácono.

No tempo em que viveu S. Vicente, Diocleciano, Imperador de Roma, obrou uma brutal perseguição aos cristãos, em que a Península Ibérica não ficou imune. Daciano foi o escolhido para empregar a política de perseguição nos territórios que são hoje Portugal e Espanha.

Quando Daciano chegou a Saragoça, o Bispo Valério e o seu ajudante perderam a liberdade, sendo enviados para Valência, onde foram encarcerados e torturados. O cruel Daciano, com o intuito de persuadi-los a negar a sua fé cristã e a aceitar o culto dos deuses pagãos, manda-os chamar à sua presença. Contudo, nem o Bispo Valério nem Vicente aceitam esta proposta baseada em ameaças de tortura, acabando o primeiro por ser desterrado e o outro condenado à morte.

Vicente foi conduzido de novo ao cárcere, onde lhe foram infligidos múltiplos suplícios, como a flagelação e o rasgar das carnes, acabando por falecer a 22 de Janeiro de 304. O seu corpo foi largado num pântano com o objectivo de ser comido pelas aves, mas foi salvo por um corvo. Desesperado, Daciano mandou que lançassem o corpo no mar alto, mas depressa este regressou a terra.

No entanto, o corpo de S. Vicente ainda não estava a salvo, pois em 711, iniciou-se a conquista da Península Ibérica pelos muçulmanos, sendo que em 714 se encontrava totalmente controlada à excepção da faixa asturiana. Em 755 chega à Península o califa omíada Abd al-Rahmān I, que tinha fama de profanar os locais santos por onde passava. Os moçárabes, com receio que tal coisa viesse acontecer com o corpo do mártir, fugiram, levando consigo o mesmo, e implementaram-se na costa do Algarve. Não se sabe o motivo por que os cristãos decidiram fugir para um território ocupado por muçulmanos, em vez de rumarem para as Astúrias, o sítio mais seguro da Península Ibérica.

Segundo al-Rāzī, os valencianos quando chegaram ao cabo algarvio ergueram habitações para ali habitarem e as relíquias, inicialmente, foram colocadas numa destas habitações ou numa construção já existente com função religiosa. Possivelmente no século X, os cristãos já tinham uma igreja onde guardavam as relíquias, designada a “igreja dos corvos de S. Vicente”, remontando, assim, o culto de S. Vicente no Algarve a este século.

D. Afonso Henriques, depois que tomou a cidade de Lisboa aos mouros, em 1147, mandou construir um mosteiro em honra do mártir, a que pôs o nome de São Vicente de Fora , e empreendeu a primeira expedição ao Algarve com grande agrado para encontrar as tão famosas relíquias. Foram precisas duas expedições ao promontório algarvio para encontrar as relíquias, sendo a primeira falhada, pois D. Afonso Henriques não conseguiu encontra-las. A segunda expedição foi facilitada pela informação de dois moçárabes residentes em Lisboa, que sabiam a localização exacta da sepultura do mártir. Alguns homens, aproveitando então umas tréguas entre o rei português e os mouros, dirigiram-se para o Algarve, e após desbravarem a terra abandonada, encontraram o que tanto desejavam.

Antes de abandonarem o sudoeste algarvio, sucederam ainda dois milagres: o primeiro foi protagonizado por um homem que roubou parte de uma relíquia e foi castigado, com a perda da visão; o segundo ocorreu quando S. Vicente transformou o mar bravo naquela zona num lago, de fácil navegação.

A chegada das relíquias a Lisboa decorreu durante a noite para evitar conflitos que acabaram por ocorrer no dia seguinte. Naquela noite o corpo foi depositado na igreja mais próxima do local de desembarque, a igreja de Santa Justa.

No outro dia, as relíquias de São Vicente foram colocadas na Sé de Lisboa.


Daniela Vicente

Título: A Lenda De São Vicente, O Padroeiro De Lisboa

Autor: Daniela Vicente (todos os textos)

Visitas: 384

762 

Deixe o seu comentárioDeixe o seu comentário

Comentários     ( 3 )    recentes

  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoAlbert

    21-01-2017 às 18:29:34

    Amanhã celebra-se a Solenidade do martírio de S. Vicente Mártir do Séc. IV.
    Gostaria só de referir um erro neste texto e pedir que se puderem reponham a veracidade do facto de S. Vicente não ser o Padroeiro de Lisboa.
    O Padroeiro de Lisboa é Santo António de Lisboa, por isso mesmo é que o feriado municipal e as festas da Cidade se celebram a 13 de junho dia de S. António.
    S. Vicente é Padroeiro do Patriarcado de Lisboa, isto é, da Diocese de Lisboa e não da Cidade de Lisboa.
    Grato

    ¬ Responder
  • Salvador Raga

    23-02-2015 às 11:47:05

    La Asociación VIA VICENTIUS VALENTIAE , que presido , está recuperando un camino histórico de Roda de Isábena a Valencia que rememora los pasos de San Vicente Mártir , el gran santo aragonés, cuando en el siglo IV fue apresado en Caesar Augusta junto al Obispo Valero por los soldados romanos enviados por el Cónsul Daciano y trasladado a Valencia para sufrir martirio ante la negativa a renunciar a su fe. Así la difusión del conocimiento de este hecho provocó en los siglos siguientes una corriente de peregrinaciones desde toda Europa hasta Valencia para visitar los restos del mártir , convirtiéndose este fenómeno en algo muy anterior a las peregrinaciones medievales a Santiago de Compostela.

    Todos los detalles del Camino de San Vicente Mártir, que discurre desde Roda de Isábena, hasta Traiguera, atravesando de Norte a Sur la provincia de Zaragoza , y enlazando con la antigua Via Augusta hasta llegar a Valencia en un camino de unos 750 km , y multitud de aspectos históricos y leyendas del santo pueden consultarse en las webs que la asociación ha creado en Internet: www.caminodesanvicentemartir.es y http://viavicentius.blogspot.com. En ellas, junto a la información práctica como mapas y perfiles de la ruta, el peregrino puede acceder a consejos para caminantes, un foro especializado y abundantes datos sobre la biografía de San Vicente Mártir y el arte o la arquitectura dedicados al Santo, además de consultar la Carta Vicentina y el Libro de Peregrinos, e incluso obtener la Credencial Vicentina. Asimismo realizamos reportajes, conferencias, videos y artículos que pretenden difundir la historia del santo . Se insiste particularmente en la idea de que este es un gran proyecto de recuperación histórica que queda al servicio de la sociedad con aspectos tan maravillosos como son las peregrinaciones, el senderismo , el cicloturismo y la recuperación del tránsito por pueblos olvidados y de la misma Via Augusta como parte de su trayecto. Quedo a vuestra más absoluta disposición para aportar nuestro granito de arena en el conocimiento de nuestra historia . Un saludo afectuoso.

    Salvador Raga Navarro
    PRESIDENTE
    Asociación VIA VICENTIUS VALENTIAE – VIA ROMANA

    www.caminodesanvicentemartir.es

    http://viavicentius.blogspot.com/

    ¬ Responder
  • Miguel

    22-07-2015 às 12:32:27

    Bom dia
    Salvador Raga Navarro
    Pretendia saber um pouco mais sobre a vinda de São Vicente para Portugal. Gostava de marcar uma entrevista para poder discutir e aprender alguns aspetos.
    Cumprimentos
    Miguel Dias ([email protected])

    ¬ Responder

Comentários - A Lenda De São Vicente, O Padroeiro De Lisboa

voltar ao texto
  • Avatar *     (clique para seleccionar)


  • Nome *

  • Email

    opcional - receberá notificações

  • Mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios


  • Notifique-me de comentários neste texto por email.

  • Notifique-me de respostas ao meu comentário por email.

Superstições Náuticas

Ler próximo texto...

Tema: Barcos
Superstições Náuticas\"Rua
Todos temos as nossas manias e superstições. Não que se trate de comportamentos compulsivos, mas a realidade é que mesmo para quem diz que não liga nenhuma a estas coisas, as superstições acompanham-nos.

Passar por baixo de uma escada, deixar a tesoura, uma porta de um armário ou uma gaveta aberta ou até deixar os sapatos em posição oposta ao correcto, são das superstições mais comuns. As Sextas-feiras 13 também criam alguma confusão a muita gente, mas muitos são os que já festejam e brincam com a data.

Somos assim mesmo, supersticiosos, uns mais do que outros, mas é uma essência que carregamos, mesmo que de forma inconsciente.

Existem no entanto profissões que carregam mitos mais assustadores do que outros, e por exemplos muitos actores não entram em palco sem mandar um “miminho” uns aos outros.

Caso de superstição de marinheiro é dos mais sérios e se julga que se trata só de casos vistos em filmes de piratas, desengane-se. Os marinheiros dos dias de hoje carregam superstições tão carregadas de emoção quanto os de outros tempos.

Umas mais caricatas do que outras, as superstições contam histórias e truques. Por exemplo, contra tempestades, muitos marinheiros colam uma moeda no mastro dos navios.

Tal como fazem os actores, desejar boa sorte a um marinheiro antes de embarcar, também não é boa ideia. Os miminhos dados antes de entrar em palco também servem para o efeito.

Dar um novo nome a um barco é uma péssima ideia para um marinheiro. Dizem que muitos há que não navegam em barcos rebaptizados.

Lembra-se que os piratas de outros tempos utilizavam brincos? Pois isto faz parte de uma superstição. Dizem que os brincos evitam que se afoguem.

Entrar com um pé direito na embarcação é sinal de bons ventos. Tal como acontece com muitos de nós, os marinheiros também não gostam de entrar de pé esquerdo.

Já desde remotos tempos se dia que assobiar traz tempestades. Ora aqui está um mote dos marinheiros, pelo que se assobiar numa embarcação, arrisca-se a ter chatices com o marinheiro.

Verdades ou mentiras, as superstições existem e se manter os seus próprios mitos acalma um marinheiro, então que assim seja. Venham as superstições náuticas que cá estamos para as ouvir.

Já agora uma curiosidade ainda maior. Dizem que se tocar a gola de um marinheiro passará a ter sorte. Será verdade ou foi um marinheiro que inventou?

Pesquisar mais textos:

Carla Horta

Título:Superstições Náuticas

Autor:Carla Horta(todos os textos)

Alerta

Tipo alerta:

Mensagem

Conte-nos porque marcou o texto. Essa informação não será publicada.

Deixe o seu comentárioDeixe o seu comentário

Comentários

  • Rua DireitaRua Direita

    17-06-2014 às 06:39:27

    Não acredito em superstições de forma alguma.
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

Pesquisar mais textos:

Deixe o seu comentário

  • Nome *

  • email

    opcional - receberá notificações

  • mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios