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Caçada

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Literatura
Comentários: 2
Caçada

Eu estava a viajar, pelo mundo inteiro, e a viagem que eu tomava, já me tinha exausto completamente, eu estava a dar as últimas, sentia o meu corpo exausto, sem energia nenhuma, quase a dar as últimas. Só me restava um simples pão com manteiga, e um pacote de leite. A fome apertando tive que começar a minha demanda por nutrientes.

Por trás das silvas, vi coelhos a saltitar, deliciosos e gordinhos, prontos para irem à minha pança, e eu mal conseguia aguentar. Passo a passo aproximava, um deles começou a remexer o nariz e alevantou-se, olhando para vários lados, o meu instinto há muito adormecido despertou, e assustei o coelho, atacando-lhe por cima, apanhei-lhe o pescoço.

O dia de ontem tinha sido um belo jantar a carne (mesmo apesar de crua) era deliciosa. Mas eu ansiava por mais, a fome era forte. Mas tive que aguentar, iam comendo umas ervas pelo caminho, continuando a minha viagem, indo por sítios cada vez mais inóspitos, escalando a montanha, via várias cabras e bodes, saltitando, fez-me lembrar novamente os coelhos, os meus olhos arregalaram, e comecei a salivar.

Eu tinha comido um simples e inocente cabrito, o coelho era diferente, era adulto, e havia tantos dele, mas este cabrito tinha-se perdido, e eu da minha inesgotável fome comi-o, eu não sou o seu predador natural, e penso que senti que desviei a fauna deste local. A minha fome continuava a perturbar-me, a carne fazia-me deliciar, eu tinha que continuar a comer cada vez mais e mais, mais, mais, mais, não podia parar.

Encontrava duma região húmida, uma floresta não muito longe encontrava-se ali, de perto havia uma pequena lagoa, garças andavam por ali e a vegetação misturava-se com a agua, fui bebe-la, e comecei olhar para o meu reflexo, eu tinha um ar estranho, tinha-me tornando dum animal sedento de sangue, a lutar pela sobrevivência. Os meus olhos amarelos, a minha pela escamosa, de lábios enormes, de dentes aguçados. O crocodilo queria comer a minha cara, mas desviei-me mesmo a tempo, era isso que tinha visto do reflexo, mas sabia que não era diferente dele. Eu por mim já me tinha transformado em tal coisa.

Pouco tempo depois eu libertei-me das minhas roupas, andava nu, apenas com o pelo em que com o tempo foi-me tapando protegendo-me do inverno, eu fui aumentando os meus músculos, comecei a usar os meus braços como pernas para correr mais depressa, transformei-me duma besta.

Sendo agora mais animal que homem, tinha-me libertando daquilo que em humano não podia fazer, sentir o vento ir contra a minha cara em grandes velocidades, chegar ao fim do dia com satisfação depois duma caçada, enfim a liberdade era me garantida o que a civilização não o fazia, mas por vezes tinha saudades. Não, não tinha.

Um certo dia, vejo um leão macho maduro errante, esta parecia-me ser uma grande hipótese para mostrar os meus dotes de guerreiro. Esperando pacientemente para que ele abaixa-se a guarda, ele deitou-se num vasto arbusto, com intenções de dormir, ai lancei ferozmente, e ele rosnou para cima da mim erguendo-se a grande velocidade, mostrando caninos aguçados, os meus braços do tamanho pedregulhos gigantes, fizeram força a tal criatura, a sua boca era poderosamente musculada, mas eu também era, mandei-lhe ao, levantando-se logo a seguir, apanhei o tronco e saltei para cima dele esmagando-o, mas sem me arranhar a barriga, muito sangue jorrou.

Horas passaram e via vários abutres atras de mim, o sol escadeava, eu precisava de muita agua, tinha ido ao lago, aonde tinha começado a transformação, antes do crocodilo me ter morto, pensava se da civilização teria tal morte?

Manuel Velez

Título: Caçada

Autor: Manuel Velez (todos os textos)

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Comentários     ( 2 )    recentes

  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoDaniela Vicente

    10-09-2012 às 13:46:33

    Ainda estou a reflectir sobre o seu texto/história: interessante, intrigante ou apenas uma história? Pois não sei. Se a história foi imaginada por si, parabéns. Parece realmente uma forma de contar histórias muito vanguardista, se não foi você escrever, parabéns por contá-la mesmo assim. Percebi que faz alusão a uma pequena lição de moral com a pergunta final relativamente à civilização. Já a sua outra história do Diabo tinha esta vertente tão "sei lá".

    ¬ Responder
  • Wallace RandalWallace Randal

    01-09-2012 às 21:47:12

    Escreve muito bem! muito bom o texto

    ¬ Responder

Comentários - Caçada

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Martelos e marrettas

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Ferramentas
Martelos e marrettas\"Rua
Os martelos e as marretas são, digamos assim, da mesma família. As marretas poderiam apelidar-se de “martelos com cauda”. Elas são bastante mais robustas e mantêm as devidas distâncias: o cabo é maior.

Ambos constituem, na sua génese, amplificadores de força destinados a converter o trabalho mecânico em energia cinética e pressão.

Com origem no latim medieval martellu, o martelo é um instrumento utilizado para “cacetear” objectos, com propósitos vários, pelo que o seu uso perpassa áreas como o Direito, a medicina, a carpintaria, a indústria pesada, a escultura, o desporto, as manifestações culturais, etcétera, variando, naturalmente, de formas, tamanhos e materiais de composição.

A diversidade dos martelos é, realmente, espantosa. O mascoto, por exemplo, é um martelo grande empregue no fabrico de moedas. Com a crise económica que assola o mundo actualmente, já se imaginam os governantes, a par dos banqueiros, de martelo em punho para que não falte nada às populações…

Há também o marrão que, mais do que o “papa-livros” que tira boas notas a tudo, constitui um grande martelo de ferro, adequado para partir pedra. Sempre poupa trabalho à pobre água mole…

O martelo de cozinha serve para amaciar carne. Daquela que se vai preparar, claro está, e não da de quem aparecer no entretanto para nos martelar a paciência…!

Já no âmbito desportivo, o lançamento do martelo representa uma das provas olímpicas, tendo sido recentemente adoptado na modalidade feminina. Imagine-se se, em vez do martelo, se lançasse a marreta… seria, certamente, mesmo sem juiz nem tribunal, a martelada que sentenciaria a sorte, ou melhor, o azar de alguém!

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Título:Martelos e marrettas

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