É só um sonho
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Era cada vez mais difícil dormir, os meus olhos continuavam esbugalhados, já os tinha esfregado ai umas 27 vezes, mas do que me valia? Continuava sem adormecer, o meu estado de zumbi permanecia. A minha boca já arranhava de tanto a abrir, andava a contar os bocejos, já tinham ultrapassado os 200 (sem contar com as espreguiçadelas, uma espreguiça equivalia a 5 bocejos e eu tinha feito mais de dez).
O meu objetivo era dormir, precisava de repouso, precisava de fechar os olhos e ver que o mundo não é tão horrível. Sentir o bem fresco pela manhã. Mas isso não me era permitido, eu não sabia o que me impedia de dormir, insónias? Consciência? Cama mal feita? Eu não era capaz, já faz cinco noites que não durmo, tinha ouvido que um ser humano pode morrer senão dormir, adicionando-me mais preocupações então impedido o descanso. Se finalmente dormir terei o descanso interno.
É meia-noite, tomei 20 comprimidos daqueles para adormecer, não sentia qualquer efeito, só agarrei-me muito aos lençóis da cama, mas reparei em algo. Algo abrutou do meio do nada, os meus olhos estavam mais do que abertos, um rasgo, era isso. Um rasgo da fábrica do tempo e do espaço e lá dentro vi as rodinhas. Aquelas que costumamos ver em relógios, vi as todas e de lá saia uma luz brilhante.
A luz engoliu-me, via tudo os astros, as pequenas linhas da ordem, compreendia a razão do caos, poder ver porque tudo se movimentava, aonde íamos, aonde começamos, a informação ficava em mim, o meu cérebro ao rubro, simplesmente nada e nem ninguém deste mundo saberia agora tanto como eu, tudo funcionava, os porquês finalmente tinham resposta, eu sentia-me feliz, já não estava da escuridão.
Sentia o meu corpo a deixar-me e eu a flutuar duma zona estranha, olhei para baixo e vi que o conhecimento era uma força maciça de destruição, que só eu podia levá-la para o bloqueio de tudo, cessava tudo com aquilo que eu sabia. Tentei-me concentrar mas a luz chamava por mim, dizia o meu nome “Patrício”, esse não era o meu nome. Pelos vistos nem a luz sabia tudo…
…
Tinha acordado, parece que eu só agora compreendia a simetria humana, mas chamou por um nome que eu não tinha, tudo não passava dum sonho. Mas já era de manhã, certamente eu dormi, em grande estilo provavelmente. Vesti-me, comi, e avancei para o meu dia, hoje ia começar o meu trabalho. O meu trabalho envolve compreender os sonhos. Agora que me lembro um dos nossos pacientes ser chamado de Patrício, interessante. O sonho talvez signifique…absolutamente nada.
É só um sonho, significa que sonhamos e que precisamos descansar, afinal consta-se que os sonhos sejam criados pela atividade elétrica gerada do cérebro (pois significa por outras palavras nada).
FIM
O meu objetivo era dormir, precisava de repouso, precisava de fechar os olhos e ver que o mundo não é tão horrível. Sentir o bem fresco pela manhã. Mas isso não me era permitido, eu não sabia o que me impedia de dormir, insónias? Consciência? Cama mal feita? Eu não era capaz, já faz cinco noites que não durmo, tinha ouvido que um ser humano pode morrer senão dormir, adicionando-me mais preocupações então impedido o descanso. Se finalmente dormir terei o descanso interno.
É meia-noite, tomei 20 comprimidos daqueles para adormecer, não sentia qualquer efeito, só agarrei-me muito aos lençóis da cama, mas reparei em algo. Algo abrutou do meio do nada, os meus olhos estavam mais do que abertos, um rasgo, era isso. Um rasgo da fábrica do tempo e do espaço e lá dentro vi as rodinhas. Aquelas que costumamos ver em relógios, vi as todas e de lá saia uma luz brilhante.
A luz engoliu-me, via tudo os astros, as pequenas linhas da ordem, compreendia a razão do caos, poder ver porque tudo se movimentava, aonde íamos, aonde começamos, a informação ficava em mim, o meu cérebro ao rubro, simplesmente nada e nem ninguém deste mundo saberia agora tanto como eu, tudo funcionava, os porquês finalmente tinham resposta, eu sentia-me feliz, já não estava da escuridão.
Sentia o meu corpo a deixar-me e eu a flutuar duma zona estranha, olhei para baixo e vi que o conhecimento era uma força maciça de destruição, que só eu podia levá-la para o bloqueio de tudo, cessava tudo com aquilo que eu sabia. Tentei-me concentrar mas a luz chamava por mim, dizia o meu nome “Patrício”, esse não era o meu nome. Pelos vistos nem a luz sabia tudo…
…
Tinha acordado, parece que eu só agora compreendia a simetria humana, mas chamou por um nome que eu não tinha, tudo não passava dum sonho. Mas já era de manhã, certamente eu dormi, em grande estilo provavelmente. Vesti-me, comi, e avancei para o meu dia, hoje ia começar o meu trabalho. O meu trabalho envolve compreender os sonhos. Agora que me lembro um dos nossos pacientes ser chamado de Patrício, interessante. O sonho talvez signifique…absolutamente nada.
FIM