Woodstock – Uma memória Inesquecível
Não será obviamente pela associação que fazemos do rock muito alto acompanhado por drogas e bebidas. A intenção do festival era outro, e na realidade todos defendemos a ideia. Paz e Amor.
Pelas razões que todos conhecemos, o woodstock foi repleto de excessos cometidos por uma juventude ansiosa e faminta de liberdade, mas também de uma sociedade descontente que desejava manifestar-se de forma pacífica.
Os Estados Unidos da América estavam em guerra no Vietname há já 10 anos (começou em 1959, tendo os EUA intervindo somente em 1964- terminou em 1975), e a imposição militar, afetava muitas famílias, mas sobretudo jovens que encontravam na revolução das flores, um sentido direto para o que sentiam. O desejo absoluto de um mundo em paz e harmonia.
Em 1969 e com a transmissão televisiva das imagens cruéis da guerra e da violência com que eram retratadas notícias de guerra, a América protestavam em tom de manifestações pacifistas e o desespero pela paz invadia os Estados Unidos. Ora chegavam combatentes desmembrados e traumatizados, ora muitas famílias perderam por completo o rasto dos seus entre queridos e o mau estar da população teimava.
No espírito supremo de Paz no mundo, nasciam grupos pacifistas que se identificavam com músicas criadas e tocadas em forma de protesto contra a descriminação e guerra e gritavam palavras de ordem por um mundo melhor.
“Make Love not War”, era o mote, e o festival nascia da vontade de se deixarem exprimir.
Realizado entre 15 a 18 de agosto de 1969, o festival de woodstock reuniu cerca de meio milhão de espectadores num espaço rural cedido para o evento. Inicialmente prevista, as atuações para o centro de Nova York, o festival acabou por acontecer numa quinta rural a cerca de 1 hora do sítio previsto anteriormente.
Num fim de semana chuvoso, o movimento hippie acreditou e concretizou o maior festival de música de todos os tempos. Existem documentários e filmes que exploram a imagem daqueles dias.
Uma ideia original de Michael Lang, Joel Rosemman, Artie Kornfeild e John Roberts, que colmatou na manifestação mais pacifica de todos os tempos. Antecipadamente foram vendidos cerca de 190.000 bilhetes a 18 dólares cada um, mas durante o evento, foram reunidas 500.000 pessoas.
Com nomes sonantes como Janis Joplin, Santana, Sweetwater, Creedence Clearwater Revival, Joe Cocker, Neil Young, Jimy Hendrix, o espetáculo sofreu alguns problemas devido á chuva. Há quem indique que a banda Grateful Dead sofreu vários choques elétricos durante a atuação.
Algumas bandas conhecidas do grande público recusaram o convite, como os Beatles (John Lennon recusou participar por ter sido intercetada a atuação de Yoko Ono), Led Zeppelin que culpam o seu agente de ter considerado o festival um evento com demasiada lama.
Independentemente da cotação que queiramos dar ao movimento hippie e a tudo o que associemos ao Peace and Love, temos de dar a mão á palmatória. Foi um movimento pacifista, uma revolução numerosa, sem incidentes de violência (as duas mortes ocorridas foram devido a consumo excessivo de heroína), uma forma de chamar a atenção do mundo com arte de cantar e dançar e em especial, com muito, muito amor! Será que nos dias de hoje, uma manifestação assim ainda seria possível?
Comentários ( 4 ) recentes
- Bia
24-07-2012 às 09:52:58Será que se falou mesmo do Woodstock? Daquele sentimento de entrega e de liberdade? Podem não defender, pode ser até para muitos “igual ao litro”, mas a verdade é que o espirito estava lá e o sentimento de liberdade, união, amor, igualdade de ser humano (e aqui não tem nada a haver com o capitalismo ou o comunismo ou qualquer outra politiquice) estiveram presentes. Muitos woodstock’s deveriam ser feitos com bandas a oferecer musica e não a vendê-la e muita gente em perfeita harmonia e união. Isto sim, seria viver um Woodstock para várias gerações.
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- Alfredo
23-07-2012 às 11:40:53O Woodstock foi de facto um marco na vida de muitos (mesmo para os que não participaram) e ainda hoje movem multidões, mas há que entender que a igualdade não pode ser tão linear assim. Há capitalismo, é certo e em excesso cria desigualdades, mas até que ponto o comunismo pode ser tido em conta. Desculpem-me se considero esta conversa politica, mas usar o capitalismo para culpar os males do mundo é completamente absurdo.
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Porque é que eu trabalhador, tenho de dividir com quem não faz nada e não passa de um parasita da sociedade? A igualdade de direitos deve ser considerada de uma forma diferente. Sem trabalho o pais não anda e isto inclui aqueles que fingem trabalhar.
- Sol
23-07-2012 às 11:40:23Não acho nada que seja utopia nem sonhos alimentados por uma onda Piece and Love. É a realidade. Viver num mundo sem fronteiras, numa liberdade absoluta de religião e opinião. O capitalismo destrói as pessoas e ambiciona-as da pior forma.
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O Woodstock foi organizado e conseguido com esforço de quem acreditava num verdadeiro sonho e também os julgavam utópicos.
Viver num mundo materialista onde a vontade para a igualdade pouco conta e só os materiais fúteis são o que mais interessa torna este em que vivemos, um mundo estragado e indesejável para os de fora (se é que existem). Make Love Not War.
- Roberto
19-07-2012 às 12:07:51Aposto e acredito que foi o maior evento de todos os tempos. Numa sociedade em que os festivais de verão são obrigatórios entre a juventude de hoje, há quem queira comparar estes novos eventos com aquele que foi o maior movimento de todos os tempos. Não se pagava entrada e a partilha era religiosa. A ideia dos festivais é a de criar e gerar dinheiro, enquanto que o Woodstock foi a vontade de manifestar em prol na igualdade, da escolha e principalmente da paz no mundo.
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O capitalismo rouba as ideias ao mais puro e transforma-o em máquinas de dinheiro absurdo. Já John Lennon dizia em “Imagen” que não dificil imaginar um mindo de igualdades. E não me considerem utópico, considerem um crente.