Animação na Infancia
Brincar, assim como as oportunidades de lazer têm um papel fundamental no desenvolvimento deste processo. É muito importante proporcionar à criança oportunidades de vida que lhes permita proceder à exploração de si, dos outros e dos contextos em que se incluem, para progressivamente procederem à descentração de si, de tal forma que estejam aptos para se situarem como seres únicos no meio dos outros. Poder-se-á dizer que o brincar é um meio que permite fomentar o desenvolvimento da criança e dos sujeitos em geral.
A participação dos pais nas brincadeiras dos filhos também é fundamental, sempre que solicitados para tal. É claro que podem também tomar a iniciativa, no entanto, não devem exagerar e por exemplo, fazerem eles a atividade quando a criança só pediu uma pequena colaboração.
Toda a criança tem direito a brincar. Ela deve escolher aquilo que lhe dá mais prazer. Cada criança tem os seus gostos próprios e que devem ser respeitados. Normalmente há uma tendência dos adultos em imporem as suas regras às crianças, não lhes dando oportunidade de escolha.
As atividades de animação são, assim de extrema importância para a criança, estimulando o seu desenvolvimento quer físico, quer emocional. O brincar, em todos os aspetos, contribui para o desenvolvimento integral das crianças, tornando-as felizes e alegres, sensações que as acompanham durante todas as etapas da vida. Através das atividades de animação desenvolvem a criatividade o que lhes permite resolver os seus problemas, exploram o mundo físico, preparando-se para no futuro serem adultos competentes, responsáveis, sociáveis e tolerantes, contribuindo assim para a solidariedade com os outros como pedras essenciais na construção de um mundo mais feliz e justo para todos. É neste contexto que a animação infantil deve desempenhar um papel primordial.
Segundo Lopes (2006) o desenvolvimento da Animação infantil surgiu com o Portugal democrático, ganhando expressão como forma de Animação socioeducativa. Teve como objetivo central complementar as funções atribuídas tradicionalmente à escola, pela via da Educação Não Formal.
A ação da Animação na Infância foi traduzida na execução de atividades de carácter lúdico, destinadas a crianças entre os 8 e os 13 anos de idade, as quais se podem desenvolver independentemente ou em articulação com a Educação Formal.
Num primeiro momento (anos 70), a Animação Infantil era encarada como um conjunto de atividades que aconteciam no espaço exterior á escola – Educação Não Formal. Estas atividades consistiam em colónias de férias, passeios e visitas de estudo, permitindo às crianças visitarem e conhecerem lugares e regiões diferentes dos seus locais de residência. Deste tipo de atividades resultavam a partilha e a interação das crianças entre si e com os seus monitores, criando-se assim uma dimensão intergeracional.
Em concordância com esta opinião está Jaume Trilla (1998) quando refere que a Animação Infantil tem como primeiro objetivo permitir à criança que possa brincar, mas sobretudo que o faça em condições que lhe permitam o seu desenvolvimento pessoal e em grupo.
Atualmente, a escola não é o único agente educativo, pois, também se educa a partir de muitas outras instituições, meios e âmbitos nem sempre reconhecidos como especificamente educativos. Desta forma, a Animação Infantil é vista não só como um conjunto de atividades escolares (Educação Formal), como também um conjunto de atividades que se podem desenvolver independentemente ou em articulação com a escola (Educação Informal e Educação Não Formal). Estas últimas atividades consistem na realização de ações de expressão dramática, plástica, musical, jogo dramático e jogo simbólico.
- Criatividade: Promovida a partir do envolvimento em áreas expressivas, que considerem formas inovadoras e processos de aprendizagem, a improvisação e a espontaneidade;
- Componente Lúdica: Fazer com que o prazer da ação se manifeste na alegria de participar, num clima de confiança, em atividades portadoras de satisfação e promotoras de um permanente estado de convívio;
- Atividade: geradora de uma dinâmica, fruto de uma interação resultante da ação;
- Socialização: encontrada a partir da envolvência com outros e de programas que promovem dentro de processos criativos;
- Liberdade: Fruto de ações sem constrangimentos, castrações e repressões, o sentimento de liberdade é uma procura permanente e uma necessidade vital;
-Participação: mediante a qual todos são atores protagonista de papéis principais e não relegados para planos secundários.
Para a Animação Sociocultural na infância, as atividades não são um fim, mas um meio com o qual se conta para atingir o objetivo, educar no ócio.