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D. Pedro I, o Cruel

Categoria: Biografias
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D. Pedro I, o Cruel

Filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela, D. Pedro nasceu a 8 de Abril de 1320, em Coimbra. Em 1328, foi acordado o primeiro casamento do ainda infante D. Pedro com D. Branca de Castela, sobrinha de Afonso XI, rei de Leão e de Castela até 1350. Esta acabou por ser abandonada, em 1336. Neste mesmo ano, D. Pedro volta a casar por procuração com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel e D. Constança de Aragão. Só em 1340, D. Constança chegou a Portugal. Deste casamente teve três filhos: D. Maria, em 1342, D. Luís, em 1344, e D. Fernando, o futuro D. Fernando I, a 31 de Outubro de 1345.

Com D. Constança Manuel, veio D. Inês de Castro, dama desta. O amor é conhecido por todos, pois atravessou o tempo até aos nossos dias. D. Pedro apaixonou-se por D. Inês, e o amor foi recíproco. Tiveram quatro filhos: D. Afonso, em 1350, D. João, em 1352, D. Dinis, em 1353, e D. Beatriz, em 1354.

D. Constança morreu em 1345, e com a sua morte D. Pedro juntou-se publicamente com D. Inês. Temendo os herdeiros da dama galega, D. Afonso IV não hesitou em eliminar a grande ameaça ao herdeiro do trono e à paz do país. D. Inês foi sentenciada a 7 de Janeiro de 1355, num dia em que o infante tinha saído para caçar. Antes disso, os amantes viveram anos felizes longe das intrigas da corte.

Quando soube da morte da sua mada, D. Pedro procurou vingar-se, chegando mesmo a entrar em guerra civil com o pai. Assinou a paz de Canaveses.

Subiu ao trono com a morte do seu pai, a 28 de Maio de 1357. Sem a presença do seu pai a ofuscar-lhe os objectivos, D. Pedro I continuou a sua vingança mandando matar os carrascos de D. Inês de Castro. Em 1360, confirmou o casamento com a dama galega. Mandou construir um túmulo para a sua amada e fê-la rainha depois de morta, como diz Luís de Camões. Fez também um túmulo para si, e mandou-o colocar perto do de D. Inês, no Mosteiro de Alcobaça.

D. Pedro ainda teve outra amante, D. Teresa Lourenço, de quem teve o último filho, D. João, futuro D. João I, mestre de Avis. Faleceu em Estremoz, a 18 de Janeiro de 1367.


Daniela Vicente

Título: D. Pedro I, o Cruel

Autor: Daniela Vicente (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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