Bem vindo à Rua Direita!
Eu sou a Sophia, a assistente virtual da Rua Direita.
Em que posso ser-lhe útil?

Email

Questão

a carregar
Textos | Produtos                                                    
|
Top 30 | Categorias

Email

Password


Esqueceu a sua password?
Início > Textos > Categoria > Literatura > SER MISERÁVEL

SER MISERÁVEL

Categoria: Literatura
Visitas: 122
SER MISERÁVEL

Ser miserável é viver sob a ponte,
Não ter água da fonte,
Não comer, não beber e quase não viver.

Ser miserável é não poder ter prazer,
Não ter livros pra ler,
Não ter caminhos a percorrer.

Ser miserável é viver isolado,
Como um doente terminal,
Consciente do seu final.

Ser miserável é ter o passado negado,
Ter uma vida restrita,
Na calçada em que habita.

Ser miserável é estar desprotegido,
A mercê dos perigos,
Aguardando o ocorrido.

Ser miserável é esquecer a limpeza,
Conhecer os odores humanos,
Ter pensamentos insanos.

Ser miserável é viver na pobreza,
Ter a certeza que ninguém te vê,
E não quer estar com você.

Ser miserável é acordar todo dia,
Sem pensar no amanhã,
Acreditando que será melhor.

Ser miserável é nos dias frios,
Conseguir um jornal,
E por isso se achar o tal.

Ser miserável é olhar para o lado,
Se sentir retratado,
E não ficar zangado.

Ser miserável pode trazer muitas coisas,
Garra para a sobrevivência,
Esperança no futuro.

Ser miserável é não ter escolhas,
Saber que a vida não é boa,
E mesmo assim insistir.

Ser miserável por consequência,
É diferente de ser um miserável por opção.

Ser miserável é olhar o mendigo dormindo,
Atear fogo em seu corpo,
E achar bom ele estar morto.

Ser miserável é discutir com um velhinho,
E só por discordar do que ele tem a falar,
Espancar seu corpo até matar.

Ser miserável é violar uma flor,
E durante seus gritos de dor,
Conseguir imaginar que aquilo é amor.

Ser miserável é atirar num estranho,
Podando seus sonhos,
E não se sentir medonho.

Ser miserável é em nome do dinheiro,
Prejudicar o mundo inteiro,
E se achar um grande investidor.

Ser miserável é não ajudar um miserável,
É não dividir a comida,
E apesar de bem vestida,
Ser mais pobre que o miserável.

Ser miserável e não respeitar o direito do outro,
Sempre achar que o seu livro é sagrado,
E o do outro é descartável.
Ser miserável é gritar suas verdades,
Ignorando as maldades,
Que diz acreditar.

Ser miserável é ver o sofrimento do outro,
E se ele fizer parte do seu rol de inimigos,
Desejar que tivesse um fim preciso.

Ser miserável é achar o outro diferente,
Sem perceber que a desigualdade,
Reside apenas na sua mente.

Ser miserável é viver na miséria,
Miséria da fome,
Miséria da alma,
Miséria de amor,
Miséria de valores.

Quando o ser conseguir vencer seu lado miserável por opção,
E ajudar o miserável por consequência,
Poderá eliminar da existência toda a miséria dos miseráveis.

E como em um passe de mágica nos tornaremos seres mais humanos.


Maria Cecilia Barbosa de Oliveira

Título: SER MISERÁVEL

Autor: Maria Cecilia Oliveira (todos os textos)

Visitas: 122

8 

Comentários - SER MISERÁVEL

voltar ao texto
  • Avatar *     (clique para seleccionar)


  • Nome *

  • Email

    opcional - receberá notificações

  • Mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios


  • Notifique-me de comentários neste texto por email.

  • Notifique-me de respostas ao meu comentário por email.

Pulp Fiction: 20 anos depois

Ler próximo texto...

Tema: Arte
Pulp Fiction: 20 anos depois\"Rua
Faz hoje 20 anos que estreou um dos mais importantes ícones cinematográficos americanos.

Pulp Fiction é um marco do cinema, que atirou para a ribalta Quentin Tarantino e as suas ideias controversas (ainda poucos tinham visto o brilhante “Cães Danados”).

Repleto de referências ao cinema dos anos 70 e com uma escolha de casting excepcional, Pulp Fiction conquistou o público com um discurso incisivo (os monólogos bíblicos de Samuel L. Jackson são um exemplo disso), uma violência propositadamente mordaz e uma não linearidade na sucessão dos acontecimentos, tudo isto, associado a um ritmo alucinante.

As três narrativas principais entrelaçadas de dois assassinos, um pugilista e um casal, valeram-lhe a nomeação para sete Óscares da Academia, acabando por vencer na categoria de Melhor Argumento Original, ganhando também o Globo de Ouro para Melhor Argumento e a Palma D'Ouro do Festival de Cannes para Melhor Filme.

O elenco era composto por nomes como John Travolta, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Uma Thurman e (porque há um português em cada canto do mundo) Maria de Medeiros.

Para muitos a sua banda sonora continua a constar na lista das melhores de sempre, e na memória cinéfila, ficam eternamente, os passos de dança de Uma Thurman e Travolta.

As personagens pareciam ser feitas à medida de cada actor.
Para John Travolta, até então conhecido pelos musicais “Grease” e “Febre de Sábado à Noite”, dar vida a Vincent Vega foi como um renascer na sua carreira.

Uma Thurman começou por recusar o papel de Mia Wallace, mas Tarantino soube ser persuasivo e leu-lhe o guião ao telefone até ela o aceitar.

Começava ali uma parceria profissional (como é habitual de Tarantino) que voltaria ao topo do sucesso com “Kill Bill”, quase 10 anos depois.

Com um humor negro afiadíssimo, Tarantino provou em 1994 que veio para revolucionar o cinema independente americano e nasceu aí uma inspirada carreira de sucesso, que ainda hoje é politicamente incorrecta, contradizendo-se da restante indústria.

Pulp Fiction é uma obra genial. Uma obra crua e simultaneamente refrescante, que sobreviveu ao tempo e se tornou um clássico.
Pulp Fiction foi uma lição de cinema!

Curiosidade Cinéfila:
pulp fiction ou revista pulp são nomes dados a revistas feitas com papel de baixa qualidade a partir do início de 1900. Essas revistas geralmente eram dedicadas às histórias de fantasia e ficção científica e o termo “pulp fiction” foi usado para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas.

Pesquisar mais textos:

Carla Correia

Título:Pulp Fiction: 20 anos depois

Autor:Carla Correia(todos os textos)

Alerta

Tipo alerta:

Mensagem

Conte-nos porque marcou o texto. Essa informação não será publicada.

Pesquisar mais textos:

Deixe o seu comentário

  • Nome *

  • email

    opcional - receberá notificações

  • mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios