Ó Evaristo, tens cá disto?
Com constantes crises de asma, muitos eram os dias em que não saía de casa. Não havia escola, nem brincadeiras com os colegas e amigos. Os dias eram passados em casa, na cama ou, quando a febre dava tréguas, no sofá. Nesses dias, o vídeo era o meu grande amigo e aliado! Todas as cassetes, originais ou com “gravações caseiras”, em que se aproveitava para gravar aquele filme que passava na televisão pública (únicos canais na altura), eram devoradas pelo aparelho! No início, não havia muita variedade. Talvez 2 ou 3 com desenhos animados, que o meu pai comprou a pensar em mim, e outras tantas com Festivais da Eurovisão e uns clássicos portugueses.
Como a escolha não era muito variada e depois de me cansar dos desenhos animados, enveredei pelo mundo dos clássicos portugueses. Apesar de serem a preto e branco, eram falados em português, pelo que acompanhava a história com facilidade. E como me divertia! Comecei pela “Canção de Lisboa”, grande sucesso com magníficas interpretações de Vasco Santana, Beatriz Costa e António Silva.
Ria-me com as piadas fáceis e com a animação das músicas e actores. Depois, quando os meus pais descobriram que achava piada a este tipo de filmes, arranjaram cópias ou originais de “O Leão da Estrela”, “O Páteo das Cantigas”, “O Grande Elias”, “O Costa do Castelo”... enfim, eram já vários, mas que eu via e revia, de tal forma que decorei várias passagens que ainda hoje recordo!
Bem sei que não serei a única que recorda claramente a cena em que o Evaristo da drogaria fica bastante irritado por fazerem um trocadilho fácil com o seu nome, mas sou, provavelmente, das portuguesas mais novas que revê estes filmes com muita saudade. Saudades de uma época em que não era nascida.
Comentários ( 1 ) recentes
- Ana Claudia
15-11-2009 às 23:13:27Gostei muito do que disseste está muito bem escrito e ditalografado também. beijinhos
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