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Quero ser uma televisão!

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: TV HIFI
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Comentários: 1
Quero ser uma televisão!

Este pode ser o clamor de quem se sente preterido ou delegado para segundo ou terceiro plano pela caixinha que veio revolucionar o mundo inteiro. A partir da sua entrada no quotidiano de quase toda a gente, o universo mudou e jamais voltará a ser o que era. Mais do que um veículo de informação, a televisão constitui um bilhete para viagens inimagináveis através do transporte, em segurança, a mundos desconhecidos, a realidades imperscrutáveis, a culturas distantes, a saberes impensáveis, a doces ilusões.

Muitas vezes, sobretudo em produções fictícias, confunde-se o que é fábula com a própria verdade da existência. Este facto pode comportar riscos mais ou menos graves, sobretudo para os protagonistas de papéis menos simpáticos, que além de serem vaiados em praça pública, são, amiúde, vítimas da materialização da agressividade latente daqueles que habitualmente acompanham o desenrolar da sua personagem naquele momento e anseiam proteger os “bons da fita”. Isto será sinónimo de um belíssimo desempenho, mas convém manter a integridade física para continuar o trabalho…

Independentemente de se gostar mais disto e menos daquilo, o certo é que, regra geral, se coloca a emissão televisiva à frente de muitas coisas… e pessoas. Deste modo, perdeu-se um pouco a noção da importância do diálogo e o silêncio é quebrado por um televisor em cada divisão da casa. Bom, parece que, por enquanto, a casa de banho tem sido poupada… Não obstante, há quem gostasse de ocupar o lugar da televisão, isto é, ter um espaço de destaque, reunir a família em seu redor, ser levado a sério quando fala, ver-se no centro das atenções, ser ouvido sem interrupções, receber cuidado semelhante ao do aparelho quando não funciona, ter a capacidade de divertir a todos, enfim, simplesmente experimentar o que vive qualquer televisão!

Um garoto teria ainda mais alguns itens a acrescentar a este rol de desejos: ter a companhia do pai quando chega a casa, mesmo que cansado, a alegria originada na procura que a mãe faz da sua companhia quando se sente só e aborrecida, em vez de o ignorar, e a satisfação de observar os irmãos a disputá-lo, a competir para estar com ele, como fazem com a TV.
Certamente que uma criança gostaria e necessitaria de sentir que a família, de vez em quando, deixa tudo de lado para passar alguns momentos com ela! Como, aliás, qualquer indivíduo minimamente sensível. Neste contexto, talvez não fosse de todo descabida a definição que um petiz deu de telescópio à professora: «É um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.»

Maria Bijóias

Título: Quero ser uma televisão!

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Comentários     ( 1 )    recentes

  • SophiaSophia

    04-06-2014 às 06:44:06

    Boa reflexão! Quero ser uma televisão é o que muita gente gostaria de ser...heheh
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder

Comentários - Quero ser uma televisão!

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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