
O fado é um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal e tem um significado intrínseco de destino, saudade. É esta última a palavra mais portuguesa de todas que, em qualquer língua para que se tente traduzir, não existe uma correspondência exata.
Se em décadas anteriores, Amália foi o grande expoente deste género musical, hoje em dia Mariza segue-lhe as pisadas. O maior guitarrista de fado português de todos os tempos foi, sem qualquer tipo de dúvida, Carlos Paredes.
O fado em Portugal divide-se em duas grandes escolas: a de Lisboa, mais castiça e vadia e a escola de Coimbra, mais sentida, chorosa e saudosista.
Não se sabe ao certo qual é a origem do fado, mas o maior consenso gira à volta da teoria de que este teria nascido a partir do cântico dos Mouros. Uma outra teoria também muito aceite é a de que este género musical provém do Lundum, música dos escravos brasileiros que chegavam de barco a Lisboa. A outra teoria sobre o nascimento do fado remonta à época dos Trovadores e dos Jograis, em que se considera que o fado é uma consequência direta das cantigas de amigo.
Todas estas teorias servem o facto de que o fado tem início em Lisboa, tendo sido depois transportado para Coimbra pelos estudantes universitários, que o moldaram e fizeram com que adquirisse características bem diferentes.
Coimbra sempre foi um centro cultural e não seria de estranhar que daí surgisse um género muito particular de fado. Sendo esta cidade um ponto de passagem entre jograis, estudantes ou feirantes, o ponto de encontro era a praça pública, onde a expressão musical atingia o seu expoente máximo. De entre todos os amores e encantos cantados por Coimbra, o fado dos grupos de estudantes sempre foi o mais reconhecido. Quem não sabe que o maior encanto de Coimbra é na hora da despedida?
Lisboa sempre foi um ponto de confluência nacional e internacional. O fado de Lisboa sempre foi um pouco mais vadio, mais escondido.
As casas de fado são os espaços recônditos onde se pede o beijo, onde se insulta o parceiro ou onde se pede sempre um pouco mais.
Lisboa é noite, é a vida aziaga, são os beijos na esquina. Coimbra é a paixão, é a saudade. Foram estas as diferenças na evolução natural que o fado levou.
Amália retratou o espírito português ao levar o fado a todos os continentes. Hollywood, o regime comunista da União Soviética e o Brasil, entre outros locais, fizeram parte do roteiro. Foi a sua estranha forma de vida que levou o fado ao mundo inteiro...