
Na atualidade, a internet ocupa um espaço assombrosamente titânico nas nossas vidas, tanto na esfera pessoal, como profissional. Aliás, tudo o que se possa dizer sobre este tema em particular resultará num enorme lugar-comum, uma vez que o fenómeno já foi entranhado e infinitamente pensado. A sua forte expansão começou a dar-se em finais dos anos 90 (há apenas escassos dez anos) e a sua popularidade alimentou-se, essencialmente, de personalidades famosas, de coberturas mediáticas e de web-novidades. A web-avalanche revelou-se de tal forma avassaladora que, em apenas uma década tudo mudou e a vida (principalmente a dos jovens) passou a girar (e muitas vezes a depender) do misterioso – e simultaneamente transparente – mundo da internet.
Assim, fenómenos como o Youtube, o Twitter, o Messenger, MySpace, Facebook, Hi5 e outros associados fizeram disparar o número de utilizadores online. Num instante, toda uma multidão passou a ter a sua própria página personalizada na internet, onde os dados pessoais, como fotografias, nome, idade, preferências musicais, gastronómicas, cinematográficas, literárias, estado civil e orientação sexual passaram a estar expostos e a ser partilhados com meio mundo.
O milagre da comunicação à velocidade da luz concretizou-se e, neste momento, é possível manter um contacto próximo (ainda que virtual) no quotidiano com outra pessoa a milhares de quilómetros de distância. Os mais críticos desta nova era da comunicação referem as desvantagens e aspetos perniciosos destas formas de convivência, afirmando que tanta exposição pessoal acaba por ser enganadora e as pessoas conhecem-se menos bem agora (falando através de uma máquina) do que na era pré-internet (em que as pessoas, nomeadamente os mais jovens comunicavam, conviviam e interagiam de forma natural, porque presencial). De qualquer forma, o fenómeno instalou-se e, mais do que repudiá-lo, talvez seja mais sensato tentar compreendê-lo (nem que seja para nos tornarmos em pessoas do nosso tempo, tolerantes, abertas e capazes de percebermos o mundo em que vivemos).
Por outro lado, coberturas mediáticas de eventos/incidentes e catástrofes naturais também impulsionaram o mercado da internet. Pensemos no furacão Katrina, no tsunami da Ásia, em 2005, no próprio 11 de setembro, com milhares de visionamentos do vídeo do atentado, nos atentados de Londres e de Madrid, na divulgação do escândalo sexual Lewinsky-Clinton (para cujo exagero mediático contribui decisivamente a internet), na cobertura do Live 8 e, finalmente, no enérgico contributo de personalidades famosas no mundo da internet, como sejam Paris Hilton, Lindsay Lohan, Sarah Silverman, Lisa Kudrow, Jimmy Fallon e Trent Reznor.
Conclua-se, talvez (porque no que toca a web-problemáticas as conclusões são quase inadmissíveis), que a internet cresceu de forma hercúlea e quase sobre-humana muito à custa de fenómenos e de extraordinárias facilidades de comunicação que proporcionou a toda uma geração. E vai continuar a crescer...