rua-direita rua-direita publicou: Adeus Colher De Pau
Longe vão os tempos em que se desenvolvia músculo a bater massas de bolos, ou outras, com uma colher de pau, frequentemente pesada e obstinada, em recipientes que teimavam em escorregar, não raras vezes, para o meio do chão.

As batedeiras vieram amenizar esta árdua tarefa, exigindo apenas o esforço de as ligar à corrente.

Também, são apenas batedeiras, não são robots, pelo que não se pode esperar que tomem a iniciativa de saltar por si próprias para a tomada…

Largaram-se as colheres de pau infectas, cuja madeira albergava colónias incontáveis de microorganismos prontinhos a ser ingeridos, e até os sonhos de Natal deixaram de ser pesadelos para quem tem a incumbência de os bater. Sim, porque era da mais elementar generosidade afirmar que custavam um bocadinho a amassar…

Com a utilização de batedeiras, poupa-se tempo e força. Esta maior disponibilidade e energia podem mais proveitosamente ser aplicadas, precisamente, na degustação do que se está a preparar.

Antigamente, nem genica já se tinha para rapar a tigela, sendo o sentimento mais preponderante a vontade de lançar tudo fora, sobretudo em ocasiões de menor predisposição ou habilidade.

Com as batedeiras, pelo menos, tem-se um bode expiatório, e se alguém ousar dizer que estamos a bater mal, isso será pura coincidência.