Muitas vezes, pensa-se que se começa a ter doenças cardíacas por uma questão de genética, idade, problemas da vida ou elementar inevitabilidade. Pois bem, a saúde do nosso coração está mais nas nossas mãos do que imaginamos, e circunstâncias que nos passam, amiúde, despercebidas podem despoletar a patologia coronária.

O colesterol exagerado é um dos inimigos mais públicos, porque amplamente divulgado. Toda a gente tem colesterol. E convém que assim seja, já que ele é indispensável para que as células orgânicas se regenerem, substituam e desenvolvam. Não obstante, e dado que não se dilui no sangue, o colesterol tem de ser transportado entre células através de lipoproteínas, que não devem apresentar valores elevados, porque quanto maior for a acumulação destas proteínas, maior será a probabilidade de se armazenarem nas paredes das artérias, constituindo, deste modo, obstáculo à passagem da circulação sanguínea para o coração e para o cérebro. Neste sentido, as carnes vermelhas devem ser substituídas por peixes gordos e proteínas vegetais, como a soja. Para reduzir o colesterol de maneira natural há que recorrer à actividade física e consumir esteróis vegetais. Estes são extractos naturais de plantas com uma estrutura idêntica ao colesterol, que dificultam e impedem a sua absorção.

Por outro lado, a raiva e a hostilidade, acolhidas de forma habitual e persistente, também são factores de risco para eventos cardiovasculares. De facto, atacam o sistema imunitário e colocam vários órgãos em perigo. Portanto, se é daquelas pessoas que “ferve em pouca água”, ou pressente que quase nem precisa de “água” para “ferver” (!), descontrolando-se com situações aparentemente banais, preste atenção, pois essa atitude é passível de lhe acarretar dissabores bem piores do que conflitos com familiares, amigos ou colegas de trabalho!...

A boa notícia é que a Psicologia fornece técnicas de gestão da raiva descontrolada, onde se incluem a meditação, o yoga do riso (que sugere o riso, mesmo forçado, como mecanismo desencadeante do bom humor), a prática de hobbies ou de exercício físico, entre outros auxiliares com valores científicos comprovados. O exercício físico constitui um dos métodos naturais mais eficazes para melhorar a função cardíaca e regular a tensão arterial.

Optar por um estilo de vida saudável, alimentos certos e cinco minutos de exercitação diária soam como música para o seu coração. Se lhe der a “melodia” correcta, ele não falhará um compasso e a restante “orquestra” do seu organismo agradece. É que, basicamente, estamos a tratar do “órgão-rei”, que é, simplesmente, o “maestro”!