A Culpa É Dos Outros
Categoria: Relacionamentos
Temos que admitir que nós fazemos o possível para não assumir nossas próprias culpas. Existem até conceitos filosóficos que excluem tal afirmação. Mas o fato é que essa corrente de pensamento despende energia e tempo demais procurando costas alheias para assentá-las.
“A questão é que o alívio de transferir responsabilidades para os outros é ilusório”, explica a escritora e filósofa americana Marietta Mc Carty, autora do livro How Philosophy Can Save Your Life (Como a filosofia pode salvar sua vida, sem edição no Brasil).
Porque basta olhar de perto com a lente da consciência os fracassos da nossa vida para enxergar ali mais das nossas marcas do que somos capazes de admitir. “Transferir nossas responsabilidades para outras pessoas só ajuda a nos tornarmos mais impotentes perante elas, porque nos sentimos ainda mais incapazes de agir sobre nossa própria vida”, escreve ela.
“Se a culpa é do outro, ela não me pertence, então não tenho nada a fazer a respeito”, pensamos. Dessa forma, acabamos nos isentando não apenas da culpa, mas da capacidade de lidar com ela.
Essa isenção de nossos atos começa a se formar na infância. Quando nascemos, nossa família começa a nos passar a noção de responsabilidade a partir de valores pessoais, sociais, culturais e aprendemos a responder a uma autoridade superior que primeiramente serão os nossos pais.
Com esses valores introjetados, assumimos a responsabilidade por nossas ações e crescemos como pessoas responsáveis, capazes de desenvolver autonomia. “Se esses valores não nos forem inculcados, por carência deles, seja em nossa família, seja em nossa sociedade, passaremos a atribuir a culpa e a responsabilidade de nossos atos aos outros”, afirma a psicóloga Vera Chvatal.
Se na infância uma criança ainda não está apta a responder por todos os seus atos, ao longo da vida é certo que vamos ganhando liberdade para nos exprimirmos e fazermos aquilo que queremos através da conquista da autonomia que nos dá o poder.
É preciso, como defendia Kant, sair desse estado de infância e passar a assumir responsabilidades para termos uma vida mais plena. Porque o preço da inocência é mesmo a impotência. Fechar-se no quarto pode eximi-lo das consequências de seus atos. Mas ao mesmo tempo lhe tira o prazer de sair para brincar.
“A questão é que o alívio de transferir responsabilidades para os outros é ilusório”, explica a escritora e filósofa americana Marietta Mc Carty, autora do livro How Philosophy Can Save Your Life (Como a filosofia pode salvar sua vida, sem edição no Brasil).
Porque basta olhar de perto com a lente da consciência os fracassos da nossa vida para enxergar ali mais das nossas marcas do que somos capazes de admitir. “Transferir nossas responsabilidades para outras pessoas só ajuda a nos tornarmos mais impotentes perante elas, porque nos sentimos ainda mais incapazes de agir sobre nossa própria vida”, escreve ela.
“Se a culpa é do outro, ela não me pertence, então não tenho nada a fazer a respeito”, pensamos. Dessa forma, acabamos nos isentando não apenas da culpa, mas da capacidade de lidar com ela.
Essa isenção de nossos atos começa a se formar na infância. Quando nascemos, nossa família começa a nos passar a noção de responsabilidade a partir de valores pessoais, sociais, culturais e aprendemos a responder a uma autoridade superior que primeiramente serão os nossos pais.
Se na infância uma criança ainda não está apta a responder por todos os seus atos, ao longo da vida é certo que vamos ganhando liberdade para nos exprimirmos e fazermos aquilo que queremos através da conquista da autonomia que nos dá o poder.
É preciso, como defendia Kant, sair desse estado de infância e passar a assumir responsabilidades para termos uma vida mais plena. Porque o preço da inocência é mesmo a impotência. Fechar-se no quarto pode eximi-lo das consequências de seus atos. Mas ao mesmo tempo lhe tira o prazer de sair para brincar.