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O que é ser pobre?

Categoria: Outros
O que é ser pobre?

A pergunta me pegou de surpresa. Fiquei parecendo peixe no rio tentando explicar o que é água. Sei o que é pobreza de sentir a falta das coisas, mas nunca havia conceituado minha condição social.

Poderia dizer que é pobre quem não tem dinheiro, mas quem não tem quanto dinheiro? Quem tem apenas 1 real é pobre com certeza da mesmo forma que quem tem 1 milhão é rico, mas em que momento entre um real e um milhão de reais uma pessoa deixa de ser pobre?

Na medida em que se vive pobre, a pobreza vai perdendo os contornos. Não que nos acostumemos com ela, pois ninguém se acostuma com coisa ruim, mas a gente segue adiante, quase indiferente. É quando descobrimos que a falta de sonho mata mais rápido do que a de dinheiro. Que o ato da criação, do qual dependemos muito mais que do dinheiro, continua de graça e que ser pobre não significa na verdade muita coisa.

Percebi que não fazia sentido explicar minha pobreza e na vida o que não faz sentido não merece nosso tempo. O cara que ficasse pobre para saber o que era ser pobre, pois eu estava ocupado demais lendo Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez...

Falando em Gabo, o cara escreveu um dos livros mais importantes da literatura mundial, na maior pindaíba. Segundo Eric Nepomuceno, seu tradutor

“no meio do caminho o dinheiro acabou, o Opel, foi primeiro penhorado, e depois vendido, e penhoradas foram as joias de Mercedes e vários utensílios domésticos, a televisão, o rádio. Amigos emprestaram dinheiro, e quando finalmente o livro acabou, Garcia Márquez e Mercedez deviam nove meses de aluguel, quatro meses de açougue, sabe-se lá quantos meses de quitanda e padaria, e não tinham mais nada para empenhar ou vender.”

Gabo me mostrou que nossos sonhos merecem mais atenção que nossa pobreza. Quando o pobre elege como prioridade deixar de ser pobre ele quase sempre se transforma num pobre mais lucrativo e acaba ficando ainda mais pobre. Não respondi a quem me perguntou o que era ser pobre. Preferi falar sobre o livro que estava lendo, mas o cara nunca lera Gabriel Garcia Marquez...
Era muito mais pobre do que eu!


Luiz Mozzambani Neto

Título: O que é ser pobre?

Autor: Luiz Mozzambani Neto (todos os textos)

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Pulp Fiction: 20 anos depois

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Tema: Arte
Pulp Fiction: 20 anos depois\"Rua
Faz hoje 20 anos que estreou um dos mais importantes ícones cinematográficos americanos.

Pulp Fiction é um marco do cinema, que atirou para a ribalta Quentin Tarantino e as suas ideias controversas (ainda poucos tinham visto o brilhante “Cães Danados”).

Repleto de referências ao cinema dos anos 70 e com uma escolha de casting excepcional, Pulp Fiction conquistou o público com um discurso incisivo (os monólogos bíblicos de Samuel L. Jackson são um exemplo disso), uma violência propositadamente mordaz e uma não linearidade na sucessão dos acontecimentos, tudo isto, associado a um ritmo alucinante.

As três narrativas principais entrelaçadas de dois assassinos, um pugilista e um casal, valeram-lhe a nomeação para sete Óscares da Academia, acabando por vencer na categoria de Melhor Argumento Original, ganhando também o Globo de Ouro para Melhor Argumento e a Palma D'Ouro do Festival de Cannes para Melhor Filme.

O elenco era composto por nomes como John Travolta, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Uma Thurman e (porque há um português em cada canto do mundo) Maria de Medeiros.

Para muitos a sua banda sonora continua a constar na lista das melhores de sempre, e na memória cinéfila, ficam eternamente, os passos de dança de Uma Thurman e Travolta.

As personagens pareciam ser feitas à medida de cada actor.
Para John Travolta, até então conhecido pelos musicais “Grease” e “Febre de Sábado à Noite”, dar vida a Vincent Vega foi como um renascer na sua carreira.

Uma Thurman começou por recusar o papel de Mia Wallace, mas Tarantino soube ser persuasivo e leu-lhe o guião ao telefone até ela o aceitar.

Começava ali uma parceria profissional (como é habitual de Tarantino) que voltaria ao topo do sucesso com “Kill Bill”, quase 10 anos depois.

Com um humor negro afiadíssimo, Tarantino provou em 1994 que veio para revolucionar o cinema independente americano e nasceu aí uma inspirada carreira de sucesso, que ainda hoje é politicamente incorrecta, contradizendo-se da restante indústria.

Pulp Fiction é uma obra genial. Uma obra crua e simultaneamente refrescante, que sobreviveu ao tempo e se tornou um clássico.
Pulp Fiction foi uma lição de cinema!

Curiosidade Cinéfila:
pulp fiction ou revista pulp são nomes dados a revistas feitas com papel de baixa qualidade a partir do início de 1900. Essas revistas geralmente eram dedicadas às histórias de fantasia e ficção científica e o termo “pulp fiction” foi usado para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas.

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Carla Correia

Título:Pulp Fiction: 20 anos depois

Autor:Carla Correia(todos os textos)

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