Bem vindo à Rua Direita!
Eu sou a Sophia, a assistente virtual da Rua Direita.
Em que posso ser-lhe útil?

Email

Questão

a carregar
Textos | Produtos                                                    
|
Top 30 | Categorias

Email

Password


Esqueceu a sua password?
Início > Textos > Categoria > Outros > O papel cultural das Comitivas de Queima do Alho

O papel cultural das Comitivas de Queima do Alho

Categoria: Outros
Comentários: 2
O papel cultural das Comitivas de Queima do Alho

Queima do Alho é o nome dado à comida do peão de boiadeiro, mas que no contexto cultural abrange mais que a culinária, alargando-se para todo um contexto cultural que engloba importantes manifestações da cultura caipira.

O peão de boiadeiro, sendo um caipira viajante, realizava durante as marchas muitas trocas culturais entre cidades, povoados e fazendas. Nos chamados “pontos de pouso” (que poderiam ser fazendas, pequenos povoados e vilas ou mesmo trechos do estradão) os peões das comitivas boiadeiras interagiam entre si e com a comunidade através de manifestações culturais que se realizavam principalmente em torno do ato de sua alimentação, descanso e lazer.

Devido à dureza do trabalho, era necessário que a comida fosse forte, de sustança, como diz o caipira, para que os peões pudessem aguentar o tranco. O cardápio podia variar de região pra região, mas o básico, o que geralmente não faltava, era o arroz carreteiro, o feijão gordo, a paçoca de carne e o churrasco na chapa. O cozinheiro seguia na frente do grupo (geralmente composta de sete a oito peões) levando as bruacas que eram caixas de couro que guardavam mantimentos e utensílios necessários à preparação da comida.

Como as viagens eram longas, às vezes com duração de meses, além da comida para o corpo fazia-se necessário também alimentar o espírito. Temos então as figuras indispensáveis do violeiro, do contador de causo, do berranteiro, do cantador, do catireiro, etc. Mesmo desempenhando uma atividade profissional das mais penosas, os peões das comitivas boiadeiras já disseminavam a cultura caipira. Além de trabalhadores, sempre foram fazedores de cultura.

Com o fim do ciclo das boiadas, a cultura boiadeira passou a ser representada pelas Comitivas de Queima do Alho que reproduzem o contexto cultural antigo em concursos e eventos culturais e festivos. Temos hoje no interior, e mesmo na capital, centenas de comitivas que se organizam com o intuito de preservar a tradição do peão de boiadeiro. Umas com mais teor cultural, outras com menos, mas todas intimamente ligadas aos costumes e artes dos caipiras antigos que transportavam boiadas.

O peão de boiadeiro é um personagem de grande relevância no imaginário do povo e está presente em inúmeras manifestações culturais na área de abrangência da cultura caipira. Com a americanização do nosso rodeio muitos são levados a confundi-lo com o caubói, mas a confusão é motivada pela ignorância cultural, pois peão é peão e caubói é caubói. Nem precisa ler muito para descobrir que a diferença é muito grande.

O papel das atuais comitivas de Queima do Alho é representar o momento da parada das boiadas nos pontos de pouso. Neste sentido, cada comitiva se comporta como um museu que ao mesmo tempo em que preserva o passado ressignifica o fazer cultural caipira adaptando-o ao mundo moderno.

Participar de uma Queima do Alho, além de gostoso, é importante para o fortalecimento de nossa identidade cultural caipira. Queimemos então o alho!


Luiz Mozzambani Neto

Título: O papel cultural das Comitivas de Queima do Alho

Autor: Luiz Mozzambani Neto (todos os textos)

Visitas: 0

196 

Deixe o seu comentárioDeixe o seu comentário

Comentários     ( 2 )    recentes

  • Marcos Roberto Pres. CMTV PEMP

    09-03-2015 às 21:51:01

    Primeiramente Boa Noite, Sou Pres. da Comitiva Pula Em Mim Perereca temos 2 anos ai de estrada e gostaria de dizer que temos imensa honra em poder fazer nem que seja só um pouquinho da História ai do Sertão desse mundão Sertanejo representado por diversas Comitivas seja as de larga tradição como as de menos mais todas ligadas em um só proposito que é de não deixar a Cultura morrer que isso é coisa nossa do Brasil e Luiz que belo texto parabéns e nós da Comitiva PEMP temos Orgulho em poder ser seguidores dessa Tradição e o que depender de mim e amigos ela não morre jamais...

    ¬ Responder
  • Luiz Mozzambani NetoLuiz Mozzambani Neto

    11-03-2015 às 20:26:51

    Obrigado pelas palavras e parabéns pelo trabalho da comitiva! Como escritor e pesquisador trabalho na defesa da cultura através das letras mas são vocês com vossas comitivas quem de fato mantém a Queima do Alho! Estamos juntos nesta luta! Abraços!

    ¬ Responder

Comentários - O papel cultural das Comitivas de Queima do Alho

voltar ao texto
  • Avatar *     (clique para seleccionar)


  • Nome *

  • Email

    opcional - receberá notificações

  • Mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios


  • Notifique-me de comentários neste texto por email.

  • Notifique-me de respostas ao meu comentário por email.

Futuro da Tecnologia, Qual o Limite?

Ler próximo texto...

Tema: Informática
Futuro da Tecnologia, Qual o Limite?\"Rua
Futuro da Tecnologia, Qual o Limite?

Bom, Não é de hoje que tecnologia vem surpreendendo a todos nós com grandes revoluções e os custos que diminuem cada vez mais.
Hoje em dia é comum ver crianças com smarthphones com tecnologia que a 10 anos atrás nem o celular mais moderno e caro do mercado tinha.
Com isso surgiram sugiram vários profetas da tecnologia e visionários, tentando prever qual será o próximo passo.

E os filmes retratam bem esse tema e usam essa formula que atrai a curiosidade das pessoas.
Exemplos:

Minority report - A nova lei de 2002 (Imagem)

Transcendence de 2014

Em Transcendence um tema mais conspiratório, onde um ser humano transcende a uma consciência artificial e assim se torna imortal e com infinita capacidade de aprendizagem.
Vale a pena ver tanto um quanto o outro filme. Algumas tecnologias de Minority Report, como utilizar computadores com as mãos (caso do kinect do Xbox 360 e One) e carros dirigidos automaticamente, já parecem bem mais próximo do que as tecnologias vistas em Transcendence, pois o foco principal do mesmo ainda é um tema que a humanidade engatinha, que é o cérebro humano, a máquina mais complexa conhecida até o momento.

Eu particularmente, acredito que em alguns anos teremos realmente, carros pilotados automaticamente, devido ao investimento de gigantes como o Google e o Baidu nessa tecnologia.

Também acho que o inicio da colonização de Marte, vai trazer grandes conquistas para humanidade, porém grandes desafios, desafios esses que vão nos obrigar a evoluir rapidamente nossa tecnologia e nossa forma de encarar a exploração espacial, não como um gasto, mas sim como um investimento necessário a toda humanidade e a perpetuação da sua existência.

A única salvação verdadeira para humanidade e para o planeta terra, é que seja possível o ser humano habitar outros planetas, seja localizando planetas parecidos com a terra ou mudando planetas sem condições para a vida em planetas habitáveis e isso só será possível com gente morando nesses planetas, como será o caso do Marte. O ser humano com a sua engenhosidade, aprendeu a mudar o ambiente a sua volta e assim deixou de ser nômade e da mesma forma teremos que aprender a mudar os mundos, sistemas, galáxias e o universo a nossa volta.

Espero que tenham gostado do meu primeiro texto.
Obrigado à todos!
Até a Próxima!


Pesquisar mais textos:

Érico da Silva Kaercher

Título:Futuro da Tecnologia, Qual o Limite?

Autor:Érico da Kaercher(todos os textos)

Alerta

Tipo alerta:

Mensagem

Conte-nos porque marcou o texto. Essa informação não será publicada.

Pesquisar mais textos:

Deixe o seu comentário

  • Nome *

  • email

    opcional - receberá notificações

  • mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios