As Intermitências da Morte, de José Saramago
Tudo começa num dia que não há mortes. Era o primeiro dia do ano, e ninguém tinha morrido.
Para as pessoas era uma maravilha, pois agora já não havia morte, nem "tu para o paraíso, tu para o purgatório, tu para o inferno".
Passados sete meses, apareceu em cima da mesa do diretor de televisão uma carta. A carta dizia que a partir do dia em questão, à meia noite, as pessoas começavam a morrer novamente. Às vinte e três horas e cinquenta minutos o presidente teve um infarto do miocárdio e morre logo após a última badalada da meia-noite. A carta estava certa.
Quando a morte voltou, deu início ao envio de cartas a prevenir que daqui a oito dias os recetores morreriam.
A partir daí, começa uma caça à morte para descobrir quem era ela. As primeiras pistas foram, que a morte era, uma mulher que rondava pelos seus trinta e seis anos.
De forma inesperada, uma carta da morte foi devolvida. A pessoa em questão, que ia receber a carta da sua morte, um violoncelista, já devia ter morrido à dois dias, aos quarenta e nove anos, e agora já tinha cinquenta anos.
A morte ficou desconcertada perante este acontecimento. Saiu à cidade para visitar o violoncelista, viu os seus hábitos, costumes, resumindo, como era a sua vida.
Um dia, a morte para resolver este assunto de uma vez por todas, decide entregar as suas funções, por uma semana, à sua gadanha, que sempre a acompanhava e transformou-se em mulher.
Saiu à cidade, comprou bilhetes para o concerto do violoncelista e instalou-se num hotel.
No dia do concerto, lá estava a morte. Encontraram-se, falaram-se, uma conversa um pouco estranha, o que levou o violoncelista a pedir-lhe para não se verem mais.
No mesmo dia, já passava da meia-noite, a morte ligou-lhe, para pedir desculpas pelo sucedido. No dia seguinte, a morte não ligou, no Sábado não apareceu no concerto como tinha dito ao violoncelista.
No Domingo, como é habitual, o violoncelista foi passear o seu cão ao jardim e, senão que, encontra a morte sentada no banco de jardim. Sentou-se ao pé dela, falou-lhe que estava apaixonada por ela. A morte, perante aos seus sentimentos nada disso, simplesmente, entregou-lhe a carta. Despedem-se e ela segue o seu caminho.
No mesmo dia, a morte foi a casa do homem. Ele tocou para ela e depois perderam-se nos braços um do outro. Ele adormeceu, ela não. Levantou-se para ir embora e deixar lá a carta, mas não teve coragem. Destruiu a carta e voltou para a cama. Pela primeira vez, a morte adormeceu.
«No dia seguinte ninguém morreu.»
Para as pessoas era uma maravilha, pois agora já não havia morte, nem "tu para o paraíso, tu para o purgatório, tu para o inferno".
Passados sete meses, apareceu em cima da mesa do diretor de televisão uma carta. A carta dizia que a partir do dia em questão, à meia noite, as pessoas começavam a morrer novamente. Às vinte e três horas e cinquenta minutos o presidente teve um infarto do miocárdio e morre logo após a última badalada da meia-noite. A carta estava certa.
Quando a morte voltou, deu início ao envio de cartas a prevenir que daqui a oito dias os recetores morreriam.
A partir daí, começa uma caça à morte para descobrir quem era ela. As primeiras pistas foram, que a morte era, uma mulher que rondava pelos seus trinta e seis anos.
De forma inesperada, uma carta da morte foi devolvida. A pessoa em questão, que ia receber a carta da sua morte, um violoncelista, já devia ter morrido à dois dias, aos quarenta e nove anos, e agora já tinha cinquenta anos.
A morte ficou desconcertada perante este acontecimento. Saiu à cidade para visitar o violoncelista, viu os seus hábitos, costumes, resumindo, como era a sua vida.
Um dia, a morte para resolver este assunto de uma vez por todas, decide entregar as suas funções, por uma semana, à sua gadanha, que sempre a acompanhava e transformou-se em mulher.
Saiu à cidade, comprou bilhetes para o concerto do violoncelista e instalou-se num hotel.
No dia do concerto, lá estava a morte. Encontraram-se, falaram-se, uma conversa um pouco estranha, o que levou o violoncelista a pedir-lhe para não se verem mais.
No mesmo dia, já passava da meia-noite, a morte ligou-lhe, para pedir desculpas pelo sucedido. No dia seguinte, a morte não ligou, no Sábado não apareceu no concerto como tinha dito ao violoncelista.
No mesmo dia, a morte foi a casa do homem. Ele tocou para ela e depois perderam-se nos braços um do outro. Ele adormeceu, ela não. Levantou-se para ir embora e deixar lá a carta, mas não teve coragem. Destruiu a carta e voltou para a cama. Pela primeira vez, a morte adormeceu.
«No dia seguinte ninguém morreu.»