O prazer de conduzir uma mota em segurança
Quando se pretende adquirir um veículo motorizado de duas rodas há que ter em atenção diversos factores tais como as características que dizem respeito à motorização e à performance bem como factores externos, nomeadamente os perigos que jazem na via pública e poderão aumentar o risco de queda. Lembremo-nos de que a este respeito o piso está sempre em constante mudança. Os locais por onde passamos diariamente podem parecer os mesmos. Podemos até achar que os conhecemos. Ora nessa presunção cometemos o erro fatal do descuido que conduz ao esquecimento do perigo que oferecem.
Voltemos novamente às características de motorização e performance. Qual a potência do motor? Qual o peso da moto? Saber se a posição de condução é confortável ou desconfortável. Saber se o motor é a quatro tempos ou a dois tempos visto que as motorizações a dois tempos abreviam o tempo de resposta do motor aumentando a sua rotatividade tornando a moto muito mais rápida e a sua condução mais agressiva.
Outro aspecto que não deve ser desvalorizado é a condução. A melhor atitude a tomar é para todos os efeitos a chamada condução defensiva. Prever, antecipar no que for possível as acções dos outros condutores e dos peões. O ideal seria adoptar e colocar todas as capacidades e técnicas de condução ao serviço da segurança. Reunir o fascínio do entusiasta, que, não obstante o prazer que decorre da condução, quer tornar a moto mais segura para todos aqueles que partilham a estrada.
As motos em si não mais perigosas do que qualquer outro veículo. Possuem talvez uma taxa de factores associados que as tornam mais vulneráveis, mais propensas à falha admitindo assim menos oportunidades de erro.
O compromisso entre o prazer da condução e a segurança permite a redução do perigo, assegurando o aumento da qualidade com base numa educação contínua. Para este efeito existem escolas com critérios reconhecidos que ensinam técnicas de condução que englobam arranque e paragem, mudanças de faixa, desempenho em curva, paragens bruscas e alternâncias apertadas, reconhecimento de obstáculos e sua ultrapassagem, equilíbrio e equipamentos de protecção.
Tudo isto para aumentar a compreensão da segurança, ajudar a identificar quais as capacidades concretas de condução de cada um, e, sobretudo, para o desenvolver estratégias de condução que assegurem efectivamente uma relação directa com o perigo.
Comentários ( 2 ) recentes
- Fábio Pereira
23-04-2009 às 18:23:41Eu discordo com o que o leitor escreveu, um motard não tem de ser alguém, que ao subir para a mota perde a noção das coisas. Ser motard é uma maneira de viver, é verdade, mas viver aproveitando as coisas belas que a vida tem e por isso mesmo há que conduzir defensivamente, andar SEMPRE equipado, etc.
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Por isso venho dizer para não colocarem meia dúzia de maus exemplos junto de todos os restantes e rotularem todos com o mesmo carimbo. - Rua da Esquerda (oposição)
11-03-2009 às 01:56:00OK: segurança, protecção, coisas lindas e tal.. Vamos ser um pouco mais realistas e vamos dividir os potenciais compradores de uma moto em 2 grupos: os "tótós", que por necessidade se vêem obrigados a deslocar-se sobre 2 rodas, e os motards, ou melhor, os que procuram na moto o mesmo que procuram numa mulher: prazer. Os da 2ª categoria não gostam de ouvir falar de condução defensiva, gostam sim de rodar o punho até ao limite, de passar entre carros e se for preciso olhar para trás e fazer um "fixe" ao puto que o vê passar pela janela do carro do pai (que entretanto o proibiu de abrir o vidro porque está vento e pode constipar-se)... O verdadeiro motard gosta de sentir o vento, de tocar ojoelho no chão nas curvas ( e de preferência ficar com ele arranhado para mostrar aos amigos)... Gosta de tudo aquilo de que teve de abdicar à medida que os cabelos brancos começaram a ultrapassar os outros (excepto os carecas, claro)... Gosta do perigo... Gostava que o Dakar voltasse a ser o que era no início, o mais duro rali do mundo, numa altura em que os pilotos se orientavam pelo sol e em que o GPS não significa mais que "Grande Porra este Sol"... Gosta da vida tal como ela é: uma estrada com um piso em constante mudança...
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