A subjetividade das lembranças
No filme “Violação de privacidade”, estrelado pelo ator Robin Williams e dirigido por Omar Naim, essa subjetividade pode ser observada de forma explícita. No filme, algumas pessoas possuem um implante de memória responsável por registrar, sem intervenção de perceções ou crenças pessoais, tudo o que a pessoa vê, ouve e faz. Após a morte dessa pessoa, o implante é retirado e os melhores momentos de sua vida repassados em seu funeral.
Um dos personagens, cujo pai acabara de morrer, questiona o funcionário da empresa, responsável pelo implante, se houve alguma alteração, pois suas lembranças são diferentes das imagens do filme. Outro, o personagem principal, que acreditava ter sido responsável pela morte de um garoto na sua infância, após acessar seu implante ainda em vida, descobre que o quê ele lembrava ser sangue, na verdade, era óleo e que o menino, que parecia inerte no chão, ainda respirava e se mexia quando ele saíra correndo assustado do local.
A realidade é recriada de acordo com nosso estado emocional, medos, experiências, dúvidas e paradigmas. O exemplo do filme é um caso extremo, ocorrido com uma mente facilmente impressionável – a de uma criança, mas alterações como essas acontecem o tempo inteiro em escalas menores, criando várias realidades simultâneas que, se não podem ser chamadas de irreais, também não podem ser chamadas de absolutamente reais.
As lembranças são subjetivas e, por isso, a verdade nunca é uma só!
Comentários ( 1 ) recentes
- Rosana Pegoraro
10-01-2010 às 16:04:38Interessante este texto. Me fez refletir sobre algumas lembranças nebulosas que tenho. Será que elas são realmente como me lembro?
¬ Responder
Sempre acreditei que uma história sempre tem mais de uma verdade, pois a verdade é subjetiva, é algo em que a gente acredita ser verdade, mesmo que equivocados.
O equívoco sobre uma verdade, é um mentira???