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Seja possuído(a) pela terra no Equador

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Alojamento
Seja possuído(a) pela terra no Equador

O Black Sheep Inn é um hotel ecológico e acessível que se encontra nas Andes do Equador, cuja principal característica assenta na cozinha vegetariana, com produtos orgânicos obtidos da própria terra. Os ingredientes para pratos como a tarte de pastor e o pão de banana acabadinho de sair provêm de uma horta biológica. A crença vai no sentido de que é importante para os seres humanos manter uma ligação à terra que os sustenta, respeitar e valorizar os recursos que consomem e, desta forma, adquirem capacidade para apreciar diferentes alimentos, arte, música, edifícios e… caminhos de vida. O clima e a cultura locais respondem a necessidades semelhantes de alimentação, abrigo, vestuário, família, etc., de maneiras distintas, pelo que as sociedades diferem nestes aspetos. Historicamente, a terra e as pessoas estão intrinsecamente ligadas, e a tradição dos nativos americanos acrescenta que as pessoas não podem possuir terras, sendo, pelo contrário, possuídas por elas no tempo que aí residem.

A cinco horas de viagem a partir de Quito, a capital, por meio de estradas esburacadas e tortuosas, a encosta de Black Sheep é um lugar perfeito para descobrir séculos de cultura e uma variedade incrível de ecossistemas. É possível fazer caminhadas, passeios a cavalo ou de bicicleta, visitas a mercados indígenas, entre outras atividades. O Parque Nacional de Cotopaxi (o mais alto vulcão do mundo), a floresta andina, as aldeias indígenas, a lagoa no centro da enorme cratera vulcânica de Quilotoa, a 3780 metros de altitude, e as ruínas do período pré-inca, são apenas alguns dos motivos de interesse.

A ecologia é uma preocupação constante, que se constata em cada pormenor do Black Sheep Inn. Reduzir, reutilizar e reciclar são as palavras de ordem. Por exemplo, a sauna, as paredes da casa de banho, muros e o barracão foram construídas com garrafas recicladas (de vinho e licor). Por outro lado, opta-se pela compra em massa de produtos, a fim de evitar embalagens não recicláveis. Reutilizam-se recipientes de plástico grandes (que servem de floreiras, armazenadores de água e leite, …), papel (o jornal é uma ótima cobertura para jardins, uma alternativa não tóxica para limpar vidros e espelhos e uma acendalha fantástica para o fogão a lenha), garrafas, restos da cozinha (que alimentam cães, galinhas, porcos, …), água e até dejetos humanos!

Em casa quarto, existem três recetáculos diferenciados de lixo. O que não pode ser reutilizado ou reciclado in loco é transportado para um centro de reciclagem patrocinado e apoiado pelo próprio hotel. Os desperdícios são praticamente nulos.

Não se vende água engarrafada, estimulando-se os clientes a encher as respetivas garrafas com água purificada. Os almoços são fornecidos em papel pardo cru, e, nas caminhadas, os visitantes incentivados a não levar, nem mais nem menos, do que trouxeram, que é como quem diz, a não apanhar nem deixar nada no caminho.

Os telhados são feitos em material transparente, proporcionando luz natural e acolhendo tanques de decantação de águas pluviais.

Os legumes são tratados de forma natural e as bactérias mortas com extracto de toranja, um poderoso desinfectante.

Paralelamente, estimula-se o comércio justo e a educação da população local, a todos os níveis. Foi fundada uma biblioteca musical, com o propósito de recuperar o folclore andino. A grande lição aqui implícita é que, muitas vezes, os nossos problemas se podem converter nas nossas soluções!...



Maria Bijóias

Título: Seja possuído(a) pela terra no Equador

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Imagem por: Neil Carey

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

Imagem por: Neil Carey

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