Cancro do colo do útero
Existem neste tipo de cancro, como aliás noutros, fatores de risco que, a verificarem-se, e sobretudo em concomitância, podem potenciar o desenvolvimento da patologia cancerosa. A infeção pelos vírus do papiloma humano (HPV), assaz frequente, aparece como uma das principais causas. Este conjunto de vírus é passível de infetar o colo do útero e induzir adulterações nas respetivas células, podendo ocasionar verrugas, cancro e outras complicações genitais. A transmissão faz-se de pessoa a pessoa por via sexual, e a maioria dos adultos já terá tido contacto com HPV. Há maneiras de evitar a propagação do HPV a outros indivíduos, que o médico saberá indicar.
O exame de Papanicolau permite descobrir mutações nas células do colo do útero originadas por HPV, que, a serem tratadas, por exemplo congelando ou queimando o tecido infetado, ou recorrendo a fármacos, não evoluem, em grande parte dos casos, para neoplasia do colo do útero. A vacinação, administrada ao género feminino entre os 9 e os 26 anos, já adotada pelo plano Nacional de Saúde português, protege contra dois subtipos de infeção por HPV, capazes de gerar tumor do colo do útero.
Possuir um sistema imunitário enfraquecido, por qualquer razão (VIH, medicação que iniba o referido sistema, etc.), incrementa, igualmente, o perigo de aparecimento deste cancro. Os médicos aconselham a estas mulheres, tal como às que têm idade igual ou superior a 40 anos (uma vez que o carcinoma do colo do útero acomete mais a partir desta idade), um rastreio regular.
Por outro lado, o risco de infeção por HPV, logo de cancro do colo do útero, é acrescido em mulheres que tenham, ou já tenham tido, muitos parceiros sexuais, ou mantenham relações sexuais com homens que tenham tido muitas parceiras sexuais.
O tabagismo aumenta também o risco, assim como tomar a pílula por períodos de cinco ou mais anos e ter muitos filhos. Em qualquer destes casos, a junção da infeção por HPV aumenta o risco de cancro do colo do útero.
A manifestação de sintomas pode ser sinal da progressão do carcinoma do colo do útero, uma vez que as alterações pré-cancerígenas e os cancros precoces não provocam, regra gera, dores ou outros indícios. Deste modo, não há que esperar padecer de qualquer anomalia para fazer o rastreio. Quando a enfermidade se agrava, porém, podem surgir um ou mais dos seguintes prenúncios: hemorragia vaginal anormal, ou entre períodos menstruais regulares, ou depois da relação sexual, ou após a menopausa; aumento do tempo e intensidade dos períodos menstruais; dor pélvica; acréscimo do corrimento vaginal; dor durante o ato sexual. De salientar que estes sintomas não são exclusivos de neoplasia do colo do útero; eles podem denunciar infeções ou outros problemas de saúde, pelo que só o médico está apto a fazer o despiste.
O rastreio é essencial para encontrar modificações cervicais antes da manifestação dos sintomas. Ele possibilita ao especialista a assinalação de células aberrantes que, tratadas, têm fortes probabilidades de não evoluir para cancro cervical.
O exame de Papanicolau, geralmente não doloroso, é utilizado, precisamente, para analisar as células cervicais. Os médicos recomendam que se faça regularmente. Usualmente, as mulheres devem começar a efetuar este exame três anos após o início da vida sexual ou aos 21 anos, consoante o que acontecer primeiro. Três anos é, igualmente, o intervalo de tempo aconselhado entre cada um destes exames para a maioria das mulheres, estando dispensadas as que foram submetidas a histerectomia (cirurgia para remoção do útero e do colo do útero). Não obstante, se a intervenção cirúrgica tiver tido como propósito o tratamento de células pré-cancerígenas, o rastreio deve continuar a ser levado a cabo.
A biopsia é outro meio de deteção do cancro do colo do útero. Se ela patentear carcinoma, o médico realizará um exame pélvico completo, para aferir acerca da extensão da doença. Pode ocorrer uma recidiva do cancro do colo no útero neste órgão ou noutro qualquer ao fim de um certo tempo. Os raios-X, a TAC (Tomografia Axial Computorizada), a ecografia e a RM (Ressonância Magnética) possibilitam mostrar se e para onde se disseminou o tumor. Atenção: há pessoas que são alérgicas aos materiais de contraste empregues em alguns destes exames, e é preciso informar o médico ou enfermeiro a respeito de hipotéticas alergias!
Cirurgia, radioterapia, quimioterapia, radioterapia com quimioterapia ou uma combinação dos três métodos, são as formas de tratamento, eventualmente coadjuvadas com medicação para atenuar os efeitos secundários. De ressalvar que médico e doente podem trabalhar em consonância na conceção de um plano terapêutico ajustado às necessidades e aos valores pessoais da paciente.
Comentários ( 5 ) recentes
- Briana
18-07-2014 às 20:47:23Os cuidados devem ser feitos, não sabemos o que poderá nos acontecer. Bom é sempre cuidar da saúde, principalmente, a mulher. O colo do útero é um dos mais difíceis de tratar e pode até se tornar um câncer...
¬ Responder - telma
22-04-2012 às 19:30:42esta com 13 dias que fiz uma hesterectomia continuo sentindo muita coceira na vagina com uma secreção amarelada eu queria saber se é normal
¬ Responder - willy
14-09-2011 às 18:47:49eu quero saber o que forma o útero?
¬ Responder - monica
28-11-2009 às 17:21:32De uns meses para cá , tenho sentido um desconforto no colo do útero , não só durante as relaçõe sexuais, como tb nos períodos pré mestruais, tendo inclusive, queda de pressão, o que pode ser?
¬ Responder - marcia
28-10-2009 às 18:35:22sinto muita dor pelvica, e as vezes muita coceira na vagina acompanhada de corrimento, sem odor, mais a coceira e muito forte. o que pode estar acontecendo?
¬ Responder