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Ser Avó nos Dias de Hoje é Diferente?

Categoria: Outros
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Comentários: 8
Ser Avó nos Dias de Hoje é Diferente?

Todos nós nos lembramos das nossas avós com algum carinho. As avós do nosso tempo estavam permanentemente em casa a cuidar de tudo e de todos. Levavam-nos à escola e nos intervalos, era vê-las de termo pequeno com leite quentinho e pão com marmelada.

As nossas avós tinham tempo para nós e muitas, que nem sabiam ler, ensinavam-nos cantigas e ditos engraçados. Quantos de nós tem memórias de avós que cozinhavam em lume brando durante toda a tarde, os manjares de que tanto temos saudades?

Os avôs eram uns mestres nos ensinamentos. Trabalhar madeira, plantar uma couve ou as cenouras, e muitos eram os que nos ensinaram a pescar. Mostravam-nos o mundo de maneira diferente, mas única.

Os nossos avós davam-nos amor e carinho, um miminho perfeito, mas uma chinelada também era permitida, e em muitos casos, na nossa geração, fez parte quase diária.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e naturalmente os avós também.

Os avós de hoje é totalmente diferente. Os avós de hoje trabalham como os pais e as mães, e muitos pequenos, não têm a sorte de poderem ser criados entre a casa dos progenitores e a dos avós.

Os avós têm pouco tempo porque, tal como os pais vivem na sociedade exigente que um dia também os nossos pequeno vão enfrentar. Os avós de hoje já não fazem o jantar a partir das 4 da tarde e já não podem levar o leite quentinho ao portão da escola primária.

Mas que recordação terão os nossos filhos relativamente aos avós de hoje? As melhores, pois são uns avós modernos.

Os avós de hoje não plantam batatas no quintal porque vivem num apartamento, mas sabem ensinar a ler e a escrever. Os avós dos dias de hoje, sabem jogar no computador, pesquisar na internet e discutir a contratação de jogadores de futebol.

Os avós dos dias de hoje, têm uma cultura melhor e uma forma diferente de ver a vida, e mesmo que ensinem os seus pequenos netos a cozinhar, a conversa é futurista, mesmo que contando histórias do tempo em que não havia televisão.

Os avós de hoje são tão doces como os de antigamente, mas já não dão chineladas, pois a pedagogia ensinou-lhes, através dos livros que um castigo era mais correcto.

Ser avós nos dias de hoje é gratificante, pois as mensagens no telemóvel já lhes permite uma comunicação que a distancia física os poderia impedir.

Ser avó s nos dias de hoje é tão saboroso como sempre foi, porque serem avós é serem pais duas vezes.


Carla Horta

Título: Ser Avó nos Dias de Hoje é Diferente?

Autor: Carla Horta (todos os textos)

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791 

Imagem por: In a N.Y. State Of Mind

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Comentários     ( 8 )    recentes

  • SophiaSophia

    26-05-2014 às 05:32:22

    Ser avós ainda possui um valor muito grande em nossas vidas.
    Cumprimentos,
    Sophia

    ¬ Responder
  • Carla HortaCarla Horta

    16-09-2012 às 18:33:53

    Olá Daniela. Obrigada! este texto deu-me imenso prazer a escrever pois tive uns avós que sempre me acompanharam. A minha filha tem a mesma sorte com as avós. cada uma à sua maneira, fazem com que ela tenha um conceito de família e de o que é ser neta fora das normas dos dias de hoje. Os avós, independentemente da geração, são peças fundamentais na estrutura familiar e no crescimento de qualquer criança.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoDaniela Vicente

    10-09-2012 às 21:43:57

    o seu texto é lindissimo. fez-me recordar a minha avó, dos jantares que ela fazia e especialmente no Natal, quando ela começava a preparar as coisas quase uma semana antes. o dia 24 era todo passado na cozinha fritar filhoses e coscorões. sabiam tão bem à meia-noite com café de borra feito também pela avó e uma belas gambas. humm... já estou com saudades. ela partiu quase a um ano, mas tenho saudades.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoCatarina

    24-07-2012 às 10:15:19

    Na nossa família só a minha mãe nunca trabalhou. Como o meu pai sempre ganhou muito bem, sempre optaram (ambos) a que ela nunca trabalhasse. Sempre me habituei a ter a minha mãe por perto a acompanhar tudo o que eu e a minha irmã fazíamos. Hoje em dia e com a minha filhota e com o meu sobrinho acontece o mesmo. A avó está sempre lá. Os netinhos podem ser mimados, mas esta mãe e avó dedicada é a mais mimada da família inteira. É o porto de abrigo, o abraço, a enfermeira, a motorista, a tudo na vida de todos nós. Mãe Isabel – Avó Bé, Tu és a mais fantástica de todas.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoJoana

    24-07-2012 às 10:14:58

    Inês, você tem muita sorte. Já não tenho sogros e a minha mãe é trabalhadora a tempo inteiro. Só aos fins-de-semana o meu filho vê os avós e não disfruta deles aquilo que todos gostaríamos. O ATL é sempre o porto de abrigo e sinto permanentemente que ele está a perder um mundo familiar maravilhoso. É a sociedade errada em que vivemos que é obrigatório trabalhar muito e gozar pouco dos filhos ou dos netos. Como é que isto se vai refletir no crescimento dele é a pergunta a que muitas vezes me imponho. Sinto-me muitas vezes triste por os fins-de-semana serem curtos e não poder gozar o meu filhote com os meus pais como gostava.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoInês

    23-07-2012 às 12:20:36

    A minha filha tem uma sorte do outro mundo. A minha mãe trabalha num horário muito reduzido, pelo que tem as tardes sempre livres. O meu pai e a minha sogra estão reformados. Isto permite que os avós estejam sempre disponíveis. São os avós que os vão buscar á escola, que os levam á natação e a outras atividades, o que também vai contra aquilo que eu tinha quando era miúda. Quando eu tinha a idade deles não haviam atividades extra-curriculares. O dia-a-dia das crianças de hoje também é diferente e mais rica.
    Apesar disso, plantar flores no quintal da avó paterna, aprender a subir ás arvores com o avô materno e comer lanchinhos deliciosos com a avó materna, fazem dos meus filhos as crianças mais sortudas do mundo.

    ¬ Responder
  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoMarisa

    23-07-2012 às 12:20:12

    "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Isto já dizia Luís de camões na sua imensa sabedoria. Tenho pena que os meus filhos não tenham tido uma infância em casa dos avós como eu tive em que a minha avó me levava arroz doce morninho à hora do lanche na escola, mas têm outras coisas maravilhosas. O meu pai joga computador com os meus filhos e a minha sogra leva a minha sobrinha a exposições de pintura. São avós de outra geração e quando há amor e sabedoria, quem ganham são sempre as crianças. Os valores que os mais velhos lhes podem transmitir é o mais importante, mesmo que o arroz doce seja só comido ao fim de semana quando os avós estão sem trabalhar.

    ¬ Responder
  • Lucas AlvesKarina

    04-06-2011 às 21:56:58

    Estamos perdendo a nossa cultura,a nossa tradição essa é a verdade!

    ¬ Responder

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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