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Lembras-te?

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Outros
Lembras-te?

Lembras-te do alarido dos pássaros esvoaçando por sobre as árvores naquelas manhãs ensolaradas de há tantos anos atrás?
Lembras-te de quando corríamos todos juntos, descalços pela calçada?
Lembras-te das brincadeiras despreocupadas que fazíamos por todo o lugar?
Lembras-te de como éramos felizes nesse tempo? Como os dias eram compridos e dava tempo para fazer tudo o que queríamos fazer?
Lembras-te como podíamos deitar tarde e acordar ainda mais tarde sem que ninguém nos criticasse por isso? Foi há tanto tempo…

Hoje não se pode ser miúdo como há trinta anos atrás, hoje as crianças não podem correr livremente pelas ruas sem guarda ou proteção. Hoje podem ser apanhadas por vírus e bactérias que são inventados todos os dias… Hoje estes meninos que andam por aí podem ser encontrados por bandidos pedófilos, ser raptados, exportados, maltratados e mortos… Hoje o tempo passou e o evoluir da tecnologia, da ciência, da pedagogia, e de tantas outras “ias” não consegue defender as crianças indefesas de tanta loucura que anda por aí.

À medida que o tempo passa, à medida que a ciência avança, à medida que determinados vírus vão sendo banidos, vão surgindo outros de muito maiores proporções que não são mais do que as próprias pessoas, más, com intenções devoradoras, capazes de menosprezar tudo o que é bom, tudo o que é puro, tudo o que é digno e capaz, se isso favorecer o seu próprio interesse…

Hoje temos o mundo que nós próprios criámos. Nós, uma geração que brincava tranquilamente na rua, criámos um mundo que rouba essa possibilidade à geração vindoura.

Que fazer para mudar este estado de coisas? Nada a fazer pela humanidade… precisamos mudar nós próprios, fazer por nós próprios, um homem só não pode mudar o muno inteiro, ainda que muitos o têm influenciado com as suas atitudes e crenças particulares, mas cada ser humano pode mudar-se a si mesmo, policiar-se a si mesmo, e contribuir assim, para que à sua volta haja menos ódio, menos egoísmo, menos arrogância, menos maldade.

Se todos individualmente fizermos alguma coisa, todos juntos faremos muita coisa, e ainda que muitos não façam nada, isto não é desculpa para fazermos coisa nenhuma. O esforço individual é o que alimenta o conjunto. Sejamos indivíduos sem nunca esquecer que somos sociais, produto de uma sociedade que exige algo de nós. Os nossos antepassados deixaram-nos um legado que não temos sabido levar adiante, mas nunca é tarde para tentar. Nunca é tarde para começar. Nunca é tarde para fazer.


Ana Sebastião

Título: Lembras-te?

Autor: Ana Sebastião (todos os textos)

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Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Literatura
Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal\"Rua
Gertrude Stein foi uma escritora de peças de teatro, de peças de opera, de ficção, de biografia e de poesia, nascida nos Estados Unidos da América, e escreveu a Autobiografia de Alice B. Toklas, vestindo a pele, e ouvindo pela viva voz da sua companheira de 25 anos de vida, os relatos da historia de ambas, numa escrita acessível, apresentando situações caricatas ou indiscretas de grandes vultos da arte e da escrita da sua época. Alice B. Toklas foi também escritora, apesar de ter vivido sempre um pouco na sombra de Stein. Apesar de ambas terem crescido na Califórnia, apenas se conheceram em Paris, em 1907.


Naquela altura, Gertrude vivia há quatro anos com o seu irmão, o artista Leo Stein, no numero 27 da rue de Fleurus, num apartamento que se tinha transformado num salão de arte, recebendo exposições de arte moderna, e divulgando artistas que viriam a tornar-se muito famosos. Nestes anos iniciais em Paris, Stein estava a escrever o seu mais importante trabalho de início de carreira, Three Lives (1905).


Quando Gertrude e Alice se conheceram, a sua conexão foi imediata, e rapidamente Alice foi viver com Gertrude, tornando-se sua parceira de escrita e de vida. A casa, como se referiu atrás, tornou-se um local de reunião para escritores e artistas da vanguarda da época. Stein ajudou a lançar as carreiras de Matisse, e Picasso, entre outros, e passou a ser uma espécie de teórica de arte, aquela que descrevia os trabalhos destes artistas. No entanto, a maior parte das críticas que Stein recebia, acusavam-na de utilizar uma escrita demasiado densa e difícil, pelo que apenas em 1933, com a publicação da Autobiografia de Alice B. Toklas, é que o trabalho de Gertrude Stein se tornou de facto reconhecido e elogiado.


Alice foi o apoio de Gertrude, foi a dona de casa, a cozinheira, grande cozinheira aliás, vindo mais tarde a publicar algumas das suas receitas, e aquela que redigia e corrigia o que Gertrude lhe ditava. Assim, Toklas fundou uma pequena editora, a Plain Editions, onde publicava o trabalho de Gertrude. Aliás, é reconhecido nesta Autobiografia, que o papel de Gertrude, no casal, era o de marido, escrevendo e discutindo arte com os homens, enquanto Alice se ocupava da casa e da cozinha, e de conversar sobre chapéus e roupas com as mulheres dos artistas que visitavam a casa. Depois da morte de Gertrude, Alice continuou a promover o trabalho da sua companheira, bem como alguns trabalhos seus, de culinária, e um de memórias da vida que ambas partilharam.


Assim, este livro que inspirou o filme “Meia noite em Paris”, de Woody Allen, é um livro a não perder, já nas livrarias em Portugal, pela editora Ponto de Fuga.

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Liliana Félix Leite

Título:Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, pela primeira vez em Portugal

Autor:Liliana Félix Leite(todos os textos)

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