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Resenha: "Jardim de Inverno" (Krinstin Hannah)

Categoria: Literatura
Resenha: "Jardim de Inverno" (Krinstin Hannah)

Oi pessoas como vocês estão? Trago a vocês hoje resenha de mais uma autora best-seller do The New York Times (como será que se faz para ser considerado um autor best-seller? Por que eu já resenhei vários, mas não sei... alguém ai sabe?) Kristin Hannah (de quem eu também nunca tinha ouvido falar).

Bom se vocês forem se aventurar a ler este livro e gostarem de um bom drama, preparem seus lencinhos de papel. Vocês irão precisar. A contra-capa do livro diz que este é o romance mais bem escrito e comovente de Kristin, o que eu não posso avaliar já que não li os outros. Mas você com certeza vai se emocionar com a história destas três mulheres.

Meredith é a filha mais velha. Sempre cordata e obediente, fez o que todos esperavam dela: casou, teve filhos e, quando o pai ficou mais velho, assumiu o cuidado com o negócio da família: o pomar de macieiras Belye Nochi. Chegando aos 40, ela não sabe muito bem quando é que passou de senhorita para senhora.

Nina é a filha mais nova, uma fotógrafa impetuosa que viajou o mundo todo retratando dramas indizíveis, capturando momentos belíssimos e comoventes pelo olhar de sua lente. Nunca casou, e ter filhos é algo que não passa por sua cabeça de forma alguma.

Anya Withson era considerada uma mulher fria pelas filhas. Russa, sempre foi distante das filhas. Tanto a mãe, como as duas filhas, pareciam não ter absolutamente nada em comum. A única coisa que ainda fazia com que se sentissem uma família era o Sr Withson já que o pai, ao contrário de Anya, amava as filhas e se extremava nas demonstrações de carinho.

A única coisa que a mãe parecia fazer com as duas filhas era contar-lhes histórias – até isso acabou, quando Meredith tinha 12 anos e tentou encenar um dos contos de fadas para a mãe, durante uma festa natalina na casa em que moravam.
Meredith se virou, vendo a mãe no meio dos convidados, imóvel, o rosto pálido, os olhos azuis faiscando. Sangue escorria de sua mão. Ela havia quebrado o copo de coquetel e mesmo dali Meredith podia ver um caco de vidro fincado na mão dela.
- Chega – disse a mãe em tom ríspido. – Isso não é entretenimento para uma festa.
Os convidados não sabiam o que fazer; alguns levantaram, outros permaneceram sentados. A sala ficou em silêncio.
- Eu nunca deveria ter contado para vocês esses ridículos contos de fadas – Mamãe disse, o sotaque russo acentuado por causa da raiva. – Esqueci como meninas podem ser românticas e cabeça oca.
Desde este acontecimento da infância, Anya não contou mais histórias para as filhas, e estas simplesmente desistiram de ao menos tentar se aproximar da mãe. Só que agora, o pai das duas irmãs está morrendo e, em seu leito de morte, pede que as filhas se comprometam com ele, em um estranha promessa.
Ele segurou a mão dela e fitou os olhos marejados da filha.
- Importa sim – disse ele, os lábios tremendo, a voz tão fraca que ela mal conseguia ouvir. – Ela precisa de vocês... e vocês precisam dela. Prometa.
- Prometer o quê?
- Depois que eu me for. Conheça sua mãe.
- Como? - Ambos sabiam que não havia forma de se aproximar da mãe dela. – Eu tentei. Ela não fala conosco. Você sabe disso.
- Faça-a contar a história da camponesa e do príncipe. – Ao dizer isso, ele fechou os olhos novamente e sua respiração ficou ainda mais pesada. – Mas história inteira
Agora, Meredith e Nina terão que descobrir uma forma de se aproximarem – uma da outra e da mãe – enquanto esta última parece, gradativamente, perder a lucidez, e volta a lhes contar a história da camponesa, a mesma que sempre lhes contara quando eram pequenas – e que precipitou a desavença que pareceu fragmentar de forma tão permanente o relacionamento das três.

Só que as duas irmãs descobrirão que a mãe é uma mulher muito mais profunda do que imaginavam e que, por trás de seu semblante frio, carrega uma dor e tristeza que começarão a entender, quando descobrirem que a história da camponesa é muito mais do que uma forma que a mãe tinha de fazê-las dormir.

“Jardim de Inverno” é uma história belíssima e comovente, que vai falar sobre perdas devastadoras, mas também da possibilidade de superação e redenção. Sobre verdades escondidas por medo, mas também do amor incondicional que uma mãe pode ter por seus filhos – mesmo que estes venham a nunca ficar sabendo.

Agora só falta você comprar seu lencinho, e se aventurar pelas linhas lindamente traçadas por K. Hannah. Recomendadíssimo.


Sheila Schildt

Título: Resenha: "Jardim de Inverno" (Krinstin Hannah)

Autor: Sheila Schildt (todos os textos)

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Comentários - Resenha: "Jardim de Inverno" (Krinstin Hannah)

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Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

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Tema: DVD Filmes
Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.\"Rua
Este texto irá falar sobre o filme Ex_Machina, nele podem e vão ocorrer Spoillers, então se ainda não viram o filme, vejam e voltem depois para lê-lo.

Impressões iniciais:

Ponto para o filme. Já que pela sinopse baixei a expectativa ao imaginar que era apenas mais um filme de robôs com complexo de Pinóquio, mas evidentemente que é muito mais que isso.

Desde as primeiras cenas é possível perceber que o filme tem algo de especial, pois não vemos uma cena de abertura com nenhuma perseguição, explosão ou ação sem propósito, típica em filmes hollywoodianos.
Mais um ponto, pois no geral o filme prende mais nos diálogos cerebrais do que na história em si, e isso é impressionante para o primeiro filme, como diretor, de Alex Garland (também roteirista do filme). O filme se mostrou eficiente em criar um ambiente de suspense, em um enredo, aparentemente sem vilões ou perigos, que prende o espectador.

Entrando um pouco no enredo, não é difícil imaginar que tem alguma coisa errada com Nathan Bateman (Oscar Isaac), que é o criador do android Ava (Alicia Vikander), pois ele vive isolado, está trabalhando num projeto de Inteligência Artificial secreto e quando o personagem orelha, Caleb Smith (Domhnall Gleeson), é introduzido no seu ambiente, o espectador fica esperando que em algum momento ele (Nathan) se mostrará como vilão. No entanto isso ocorre de uma forma bastante interessante no filme, logo chegaremos nela.

Falando um pouco da estética do filme, ponto para ele de novo, pois evita a grande cidade (comum nos filmes de FC) como foco e se concentra mais na casa de Nathan, que fica nas montanhas cercadas de florestas e bastante isolado. Logo de cara já é possível perceber que a estética foi pensada para ser lembrada, e não apenas um detalhe no filme. A pesar do ambiente ser isolado era preciso demonstras que os personagens estão em um mundo modernizado, por isso o cineasta opta por ousar na arquitetura da casa de Nathan.

A casa é nesses moldes novos onde a construção se mistura com o ambiente envolta. Usando artifícios como espelhos, muitas paredes de vidro, estruturas de madeira e rochas, dando a impressão de camuflagem para a mesma, coisa que os ambientalistas julgam favorável à natureza. Por dentro se pode ver de forma realista como podem ser as smart-house, não tenho certeza se o termo existe, mas cabe nesse exemplo. As paredes internas são cobertas com fibra ótica e trocam de cor, um efeito que além de estético ajuda a criar climas de suspense, pois há momentos onde ocorrem quedas de energia, então fica tudo vermelho e trancado.

O papel de Caleb á ajudar Nathan a testar a IA de AVA, mas com o desenrolar da história Nathan revela que o verdadeiro teste está em saber se Ava é capaz de “usar”, ou “se aproveitar” de Caleb, que se demonstra ser uma pessoa boa.

Caleb é o típico nerd introvertido, programador, sem amigos, sem família e sem namorada. Nathan também representa a evolução do nerd. O nerd nos dias de hoje. Por fora o cara é careca, barbudão com uns traços orientais (traços indianos, pois a Índia também fica no Oriente), bebê bastante e ao mesmo tempo malha e mantém uma dieta saudável pra compensar. E por dentro é um gênio da programação que criou, o google, o BlueBook, que é um sistema de busca muito eficiente.

Destaque para um diálogo sobre o BlueBook, onde Nathan fala para Caleb:
“Sabe, meus concorrentes estavam tão obcecados em sugar e ganhar dinheiro por meio de compras e mídia social. Achavam que ferramenta de pesquisa mapeava O QUE as pessoas pensavam. Mas na verdade eles eram um mapa de COMO as pessoas pensavam”.

Impulso. Resposta. Fluido. Imperfeição. Padronização. Caótico.

A questão filosófica vai além disso esbarrando no conceito de “vontade de potência”, de Nietzche, mas sobre isso não irei falar aqui, pois já há textos muito bons por aí.

Tem outra coisa que o filme me lembrou, que eu não sei se é referência ou se foi ocasional, mas o local onde Ava está presa e a forma como ela fica deitada num divã, e questiona se Caleb a observa por detrás das câmeras, lembra o filme “A pele que habito” de Almodóvar, um outro filme excelente que algum dia falarei por aqui.

Talvez seja uma versão “O endoesqueleto de metal e silicone que habito”, ou “O cérebro positrônico azul que habito”, mesmo assim não podia deixar de citar a cena por que é muito interessante.

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Jhon Erik Voese

Título:Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

Autor:Jhon Erik Voese(todos os textos)

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Comentários

  • Suassuna 11-09-2015 às 02:03:47

    Gostei do texto, irei conferir o filme.

    ¬ Responder
  • Jhon Erik VoeseJhon Erik Voese

    15-09-2015 às 15:51:02

    Que bom, obrigado! Espero que goste do filme também!

    ¬ Responder

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