Bem vindo à Rua Direita!
Eu sou a Sophia, a assistente virtual da Rua Direita.
Em que posso ser-lhe útil?

Email

Questão

a carregar
Textos | Produtos                                                    
|
Top 30 | Categorias

Email

Password


Esqueceu a sua password?
Início > Textos > Categoria > Literatura > Historia do Diabo

Historia do Diabo

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Categoria: Literatura
Comentários: 1
Historia do Diabo

Rodrigo estava nervoso, nunca pensava que aquilo se ia tornar realidade, mas assim era. Era o número 13, tinha tirado, realmente pensou, que aqui seria sorte. Viu o fulano que estava sua frente a sair como uma expressão de alegria, que jamais tinha visto em qualquer rosto. Ouviu o chamamento pelo o seu número, andando entrou da sala sinistra.

Vendo a secretária encontrava-se uma placa dourada do senhor que o ia receber´, estava escrito “Luciano D. Faustino”

-Bons dias, José Rodrigo, muito prazer em ter connosco. Apertando a mão do Rodrigo com muita afeção, Faustino era alto e grande, tinha uma voz sensual mas agradável, um bigode e uma pera, estava completamente vestido de vermelho, sentaram-se.
-Ora, muito bem. Diga-me o que lhe atrapalha? (Suspirou Rodrigo com muita força)
-Quero ser feliz.
-Feliz? Bem feliz como?
-Bem eu quero só estar feliz.
-Deseja dinheiro? Sexo? Poder?
-Apenas desejo ser feliz, e pensei que pronto tivesse uma solução.
-Bem vou pensar do seu caso. Mas realmente fez-me um pedido difícil de ser realizado, tem que me dizer o que lhe faz mais feliz. Sodomia?
-Bem eu nunca experimentei. Mas confesso que não é exatamente aquilo que eu vejo como felicidade.
-Vocês se calhar está a espera de talvez uma felicidade mais espiritual?
-Sim.
-Lamento mas nós efetuamos uma aproximação mais abstrata.
-E qual será a aproximação mais abstrata da felicidade?
-Boa pergunta. Isso provavelmente será dependente do ponto de vista de cada um.
-Então, nós estamos dum impasse, certo?
-Olhe e que tal se eu lhe desse um cardápio? Assim via o preço das coisas, via o queria e depois contactava-nos.
-Pois, porque não?

Assim foi, Rodrigo despediu-se de Faustino. Foi para casa consultar o cardápio. O cardápio tinha tudo de coisas muito exóticas: “aumento de vida”, “partir a boca a um amigo/inimigo”, “noiva por encomenda”, “carro ultra bom”, ”viagens grátis para uma vida inteira” etc. Realmente Rodrigo permanecia indeciso enquanto aquilo que devia fazer, conseguia perceber que a sua fome e seda, seriam saciadas de várias maneiras, que podia viver uma vida grande dependendo do que pudesse dar, mas ainda assim acreditava que era tudo curto-prazo, queria algo que restasse muito tempo. Mas o que seria algo que restasse muito tempo?
De manhã Rodrigo visitou novamente o Sr. Faustino.

-Tomei uma decisão.
-Muito bem. Então o que irá ser?
Rodrigo sentia-se um homem novo, decidiu visitar o seu amigo Patrício que tinha enlouquecido alguns anos atrás. Patrício encontrava-se fraco, tinha um crânio um pouco proeminente, mas de resto parecia saudável, bem talvez não psicologicamente.
-Então Patrício como tens indo?
-Tenho sonhado.
-Com o quê?
-Búfalos lilás, que tinha uma cabeça grande, florestas assustadoras, bengalas de aço, um urso falante, o de costume.
-Tens muita imaginação.
-Talvez…
-Sabes porque eu vim visitar-te?
-Diz-me.
-Bem porque eu vendia a minha alma, e recebi o poder de conseguir felicidades.
-Como isso é feito.
-Deste momento, eu quero que sejas feliz.
-E se eu não quiser ser feliz.
-Então, eu estarei arder sem razão.
-Lamento… mas eu não quero ser feliz.
-Porque não?
-Porque… é aquilo que eu quero.
-De certeza?
-Sim.
-Certo compreendido.
-A felicidade não é um botão mágico.
-Talvez.
Rodrigo retirou-se.
-Bem eu não achei a felicidade.
-O poder foi lhe dado, infelizmente há pouco que lhe possa fazer por si, terá que pagar a sua divida.
-A minha divida será paga, sem dúvida. Mas eu só tenho uma pergunta.
-Qual?
-A felicidade existe.
-Não.

Rodrigo então aceitou o seu destino. Como é que se pode sentir a felicidade? O nosso cérebro produz químicos que faz todas as nossas reações e respostas. Aquilo que temos de felicidade era que era dado quando caçávamos, para continuar a dar estimulo para a próxima caçada, realmente se calhar a felicidade é falsa, e tudo o que temos é uma ilusão. Rodrigo sentiu isso era esse o seu pior destino, compreendia que não valia a pena, felicidade era falsa e inexistente.

Do dia seguinte Rodrigo deixou de ser feliz


Fim.


Manuel Velez

Título: Historia do Diabo

Autor: Manuel Velez (todos os textos)

Visitas: 0

607 

Deixe o seu comentárioDeixe o seu comentário

Comentários     ( 1 )    recentes

  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoDaniela Vicente

    10-09-2012 às 13:19:05

    Não tinha ouvido essa história, mas gostei da forma como contou a história e gostei. Sem dúvida é uma lição de vida figurada na personagem de Rodrigo. Engraçado que estamos sempre aprender, mesmo quando não estamos receptivos, naqueles dias em que nada parece interessante. A história impressionou-me e parabéns pelo tema tão inédito e insólito. O título não faz jus à história. Até porque muitas pessoas têm algumas reticências da figura do Diabo.

    ¬ Responder

Comentários - Historia do Diabo

voltar ao texto
  • Avatar *     (clique para seleccionar)


  • Nome *

  • Email

    opcional - receberá notificações

  • Mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios


  • Notifique-me de comentários neste texto por email.

  • Notifique-me de respostas ao meu comentário por email.

Pulp Fiction: 20 anos depois

Ler próximo texto...

Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: Arte
Pulp Fiction: 20 anos depois\"Rua
Faz hoje 20 anos que estreou um dos mais importantes ícones cinematográficos americanos.

Pulp Fiction é um marco do cinema, que atirou para a ribalta Quentin Tarantino e as suas ideias controversas (ainda poucos tinham visto o brilhante “Cães Danados”).

Repleto de referências ao cinema dos anos 70 e com uma escolha de casting excepcional, Pulp Fiction conquistou o público com um discurso incisivo (os monólogos bíblicos de Samuel L. Jackson são um exemplo disso), uma violência propositadamente mordaz e uma não linearidade na sucessão dos acontecimentos, tudo isto, associado a um ritmo alucinante.

As três narrativas principais entrelaçadas de dois assassinos, um pugilista e um casal, valeram-lhe a nomeação para sete Óscares da Academia, acabando por vencer na categoria de Melhor Argumento Original, ganhando também o Globo de Ouro para Melhor Argumento e a Palma D'Ouro do Festival de Cannes para Melhor Filme.

O elenco era composto por nomes como John Travolta, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Uma Thurman e (porque há um português em cada canto do mundo) Maria de Medeiros.

Para muitos a sua banda sonora continua a constar na lista das melhores de sempre, e na memória cinéfila, ficam eternamente, os passos de dança de Uma Thurman e Travolta.

As personagens pareciam ser feitas à medida de cada actor.
Para John Travolta, até então conhecido pelos musicais “Grease” e “Febre de Sábado à Noite”, dar vida a Vincent Vega foi como um renascer na sua carreira.

Uma Thurman começou por recusar o papel de Mia Wallace, mas Tarantino soube ser persuasivo e leu-lhe o guião ao telefone até ela o aceitar.

Começava ali uma parceria profissional (como é habitual de Tarantino) que voltaria ao topo do sucesso com “Kill Bill”, quase 10 anos depois.

Com um humor negro afiadíssimo, Tarantino provou em 1994 que veio para revolucionar o cinema independente americano e nasceu aí uma inspirada carreira de sucesso, que ainda hoje é politicamente incorrecta, contradizendo-se da restante indústria.

Pulp Fiction é uma obra genial. Uma obra crua e simultaneamente refrescante, que sobreviveu ao tempo e se tornou um clássico.
Pulp Fiction foi uma lição de cinema!

Curiosidade Cinéfila:
pulp fiction ou revista pulp são nomes dados a revistas feitas com papel de baixa qualidade a partir do início de 1900. Essas revistas geralmente eram dedicadas às histórias de fantasia e ficção científica e o termo “pulp fiction” foi usado para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas.

Pesquisar mais textos:

Carla Correia

Título:Pulp Fiction: 20 anos depois

Autor:Carla Correia(todos os textos)

Alerta

Tipo alerta:

Mensagem

Conte-nos porque marcou o texto. Essa informação não será publicada.

Pesquisar mais textos:

Deixe o seu comentário

  • Nome *

  • email

    opcional - receberá notificações

  • mensagem *

  • Os campos com * são obrigatórios