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A Dádiva

Categoria: Literatura
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A Dádiva

«A Dádiva» é um livro de Toni Morrison que conta um pouco da história do conturbado nascimento dos Estados Unidos, num cenário de enormes divisões sociais e religiosas, opressões e assanhados preconceitos, ingredientes perfeitos para o estabelecimento da escravatura e da profunda aversão a pessoas de raça diferente. Este pequeno livro que explica acontecimentos da História foi escrito pelo punho de alguém que ficará também para a História por ter sido a primeira mulher negra a ser galardoada com o Prémio Nobel da Literatura (em 1993). Com apenas 144 páginas, tradução de Fernanda Pinto Rodrigues e publicação pela Editorial Presença, esta é uma obra de indiscutível grandiosidade, quer pelo tema tratado, quer pela forma de escrita.

Trata-se de uma narrativa cativante que retrata a América do Norte nos finais do século xvii, que de forma variada, categórica e bela embrulha a História em poesia e rigor psicológico. Tido como o melhor romance do ano pelo «Sunday Times» e um dos melhores dez livros do ano de 2008 pelo «The New York Times», este livro versa o apólogo de uma escrava vendida pela sua mãe a um fazendeiro de Maryland que iria mudar a sua vida. Jacob Vaark é o comerciante anglo-holandês que a aceitou como meio de pagamento de uma dívida desse fazendeiro, não obstante o seu não envolvimento na então emergente transacção de escravos. Florens é a menina negra que incarna o que se esconde por detrás de qualquer género de submissão (mesmo a da paixão), e o alcance dessa privação da liberdade em termos dos malefícios para quem está assim dependente, sobretudo no que se refere à alma.

É deliciosa a maneira como esta escritora (que recebeu, para além do Prémio Nobel, outros dois prémios literários de monta: o Pulitzer Prize, em 1988, e o National Book Critics Circle Award, em 1977), que foi professora na Universidade de Howard e na de Princeton, em Albany, bem como editora sénior na Random House, em Nova Iorque, durante aproximadamente 20 anos, descreve o percurso de Florens, os fossos raciais que se foram criando, os ódios e os amores de uma sociedade fragmentada, que endeusa os brancos e escraviza e esmaga os negros.

Ao ler «A Dádiva», tem-se, em alguns trechos, a sensação de uma falta de ar momentânea, tal é a beleza contida no relato. Esta produção literária condensa na sua pequenez a grandiosidade de quem escreve com o coração nas mãos.

Maria Bijóias

Título: A Dádiva

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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Fine and Mellow

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Tema: Música
Fine and Mellow\"Rua
"O amor é como uma torneira
Que você abre e fecha
Às vezes quando você pensa que ela está aberta, querido
Ela se fechou e se foi"
(Fine and Melow by Billie Holiday)

Ao assistir a Bio de Billie Holiday, ocorreu-me a questão Bluesingers x feminismo, pois quem ouve Blues, especialmente as mais antigas, as damas dos anos 10, 20, 30, 40, 50, há de pensar que eram mulheres submissas ao machismo e maldade de seus homens. Mas, as cantoras de Blues, eram mulheres extremamente independentes; embora cantassem seus problemas, elas não eram submissas a ponto de serem ultrajadas, espancadas... Eram submissas, sim, ao amor, ao bom trato... Essas mulheres, durante muito tempo, tiveram de se virar sozinhas e sempre que era necessário, ficavam sós ou mudavam de parceiros ou assumiam sua bissexualidade ou homossexualidade efetiva. Estas senhoras, muitas trabalharam como prostitutas, eram viciadas em drogas ou viviam boa parte entregues ao álcool, merecem todo nosso respeito. Além de serem precursoras do feminismo, pois romperam barreiras em tempos bem difíceis, amargavam sua solidão motivadas pelo preconceito em relação a cor de sua pele, como aconteceu a Lady Day quê, quando tocava com Artie Shaw, teve que esperar muitas vezes dentro do ônibus, enquanto uma cantora branca cantava os arranjos que haviam sido feitos especialmente para ela, Bilie Holiday. Foram humilhadas, mas, nunca servis; lutaram com garra e competência, eram mulheres de fibra e cheias de muito amor. Ouvir Billie cantar Strange Fruit, uma das primeiras canções de protestos, sem medo, apenas com dor na alma, é demais para quem tem sentimentos. O brilho nos olhos de Billie, fosse quando cantava sobre dor de amor ou sobre dor da dor, é insubstituível. Viva elas, nossas Divas do Blues, viva Billie Holiday, aquela que quando canta parte o coração da gente; linda, magnifica, incomparável, Lady Day.

O amor vai fazer você beber e cair
Vai fazer você ficar a noite toda se repetindo

O amor vai fazer você fazer coisas
Que você sabe que são erradas

Mas, se você me tratar bem, querido
Eu estarei em casa todos os dias

Mas, se você continuar a ser tão mau pra mim, querido
Eu sei que você vai acabar comigo

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Sayonara Melo

Título:Fine and Mellow

Autor:Sayonara Melo(todos os textos)

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