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Instrumentos de corda africanos

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Instrumentos de corda africanos

Existe uma grande variedade destes instrumentos, dos quais o mais simples é o arco de terra. Consiste num raminho flexível cravado na terra, em cuja parte superior se ata um pedaço de cordel esticado, que se enterra e se fixa com uma pedra para que não se solte.

Outro instrumento muito simples é o arco de boca. Trata-se de um arco feito de um ramo e uma corda que une os dois extremos do arco, formando uma boca. Uma secção da corda do arco, na extremidade ou no centro, aproxima-se da boca. Quando se percute o arco num determinado ponto, a forma e a medida da boca altera-se para amplificar determinadas partes incompletas produzidas pela corda.
Há outros mais completos, como a lira, a cítara, o alaúde e a kora, que têm caixa de ressonância. Os instrumentos de corda são sobretudo instrumentos solistas. Podem servir para acompanhar canções individuais ou recitais poéticos, para cantar louvores e ilustrar narrativas.

A cítara é um instrumento de corda usado por algumas comunidades africanas. A característica deste instrumento é a posição horizontal das suas cordas. Uma variedade dentro deste grupo é a cítara idiochord, cujas cordas são feitas com fibras da casca dos ramos, que formam a estrutura do instrumento. Um só raminho pode transformar-se numa cítara de uma corda apenas, tendo cuidado para não separar por completo do pauzinho a fibra que forma a corda.

A kora constitui, sem dúvida, o mais vistoso de todos os instrumentos de corda africanos. É originária, segundo se diz, da Guiné, e feita com uma meia cabaça grande, coberta de pele, por vezes ricamente decorada, que serve de caixa, e de um comprido braço cilíndrico. Leva uma ponte dentada, pela qual passam as suas 21 cordas. É um dos instrumentos característicos usados pelos griot (responsáveis pelo canto e conservação da própria História para a posteridade). Não é nada fácil tocar a kora. O griot coloca a caixa de ressonância virada para si e dedilha as cordas com ambas as mãos. Impressiona a doçura e, simultaneamente, a força intrínseca do seu som, sendo, talvez, o instrumento de corda africano que melhor exprime a íntima relação que existe entre o Homem e o mundo sobrenatural.

O mvet é apelidado por alguns autores de “harpa congolesa”, por outros de “harpa cítara” e por outros ainda, simplesmente, de “cítara”. O inventor foi o povo fang, da Guiné Equatorial e dos Camarões. Possui cordas esticadas ao longo de uma cana de bambu ou de um tronco de ráfia. Duas ou três cucurbitáceas, atadas à cana, servem de caixa de ressonância. O músico toca o instrumento enfeitando-se com colares, braceletes e muitas penas de aves. Logo que aparece no largo do mercado e inicia um passo de dança, os chocalhos e campainhas que traz presos aos tornozelos e aos braços animam a gente, que aceita o convite para a dança.

O khalam é um instrumento de corda muito vulgar no Senegal e na Gambia. Possui uma caixa harmónica, feita de uma madeira especial imposta pela tradição, e um braço rígido. Deste braço saem as cordas, que se estendem paralelamente à caixa de ressonância; as cordas, na variedade khalam denominadas diassaré, bappe e n’déré, são cinco; no tipo molo, é apenas uma. Geralmente, o khalam emprega-se tanto como instrumento solista como para acompanhar outros khalam. É um instrumento bastante apreciado pelos griot e, recentemente, entrou na música moderna africana. Uma famosa banda senegalesa quis mesmo adoptar o seu nome.

O mesenqo é conhecido com este nome na Etiópia e na Eritreia. Trata-se de um género de violino, com arco, feito de madeira e recoberto com pele de cabra. Possui uma única corda e a caixa de ressonância em forma de losango. É usado pelos wata, uma espécie de cantores-compositores-intérpretes, que costumam ser muito solicitados para festas sociais, sobretudo casamentos. O wata canta as glórias do anfitrião e enaltece a sua prole e o seu gado. Este violino usa-se também como instrumento solista nas procissões religiosas e noutras manifestações sociais. Nas festas mais solenes, chegam a tocar juntos de 15 a 20 destes instrumentos.

O uso das liras é frequente, em particular, na África Oriental. As cordas estendem-se desde a parte anterior da armação até à caixa de ressonância. Na Etiópia, há uma muito larga, chamada begana, que possui de oito a doze cordas e se usa sobretudo no tempo do Advento e noutras celebrações importantes da Igreja etíope, tendo, analogamente, emprego em festas profanas. A lira mais popular é a krar, bastante mais pequena que a begana, com seis cordas apenas. Tem uma base redonda, de madeira ou de lata, coberta com pele de novilho ou de ovelha e as cordas de intestino de animais. Por vezes, são as mulheres que a tocam.

A tidinit é um instrumento tradicional que a viola eléctrica votou ao abandono entre os exilados Sarauis, tendo recentemente voltado a despertar um certo interesse. A tidinit é um instrumento de quatro cordas de tripa ou nylon, todas elas de diferentes comprimentos, com a caixa escavada num tronco de madeira. Uma pele muito tensa faz as vezes da caixa de ressonância. O braço é cilíndrico e bastante fino. Este instrumento é utilizado somente por homens. As mulheres costumam tocar o t’bal, um tambor com cerca de 60 centímetros de diâmetro. Leva uma grossa pele de camelo ou cabra, montada num enorme tronco de madeira escavado.

A harpa é um instrumento formoso, misterioso, místico. Pode ser grande ou pequena e é, ao mesmo tempo, simples e complicada. Usa-se principalmente para acompanhamento dos cânticos, e o número de cordas varia conforme as zonas. A harpa monocórdica (de uma só corda) é uma espécie de instrumento de percussão: com efeito, o tocador marca o ritmo na caixa de ressonância e, ao mesmo tempo, faz vibrar a corda. A harpa adungu, usada no Uganda, tem uma caixa de ressonância feita com a carapaça de uma tartaruga. A caixa é totalmente coberta com uma pele e as cinco cordas são de nylon.

As harpas cundi ou nedomu apareceram na República Democrática do Congo (ex-Zaire) e são dos instrumentos mais apreciados na África subsariana. Muitas harpas apresentam na haste superior a cabeça de uma deusa, a mesma a quem são dirigidos os cânticos, as preces e as invocações para se conseguir um favor. A caixa de ressonância encontra-se integralmente recoberta com uma pele, onde se abriram pequenos orifícios redondos, que permitem ao som produzido pelas quatro cordas do instrumento sair por eles.
Muitas harpas são consideradas sagradas.



Maria Bijóias

Título: Instrumentos de corda africanos

Autor: Maria Bijóias (todos os textos)

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805 

Imagem por: Vikki Gregory's Flickr

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Comentários     ( 3 )    recentes

  • M.L.E.- Soluções de ClimatizaçãoAnna

    13-10-2016 às 22:28:15

    muito bom

    ¬ Responder
  • maycon nobrega

    13-06-2012 às 17:30:35

    eu gostei muito de sua historia

    queria senpre conpertilhar ela

    ¬ Responder
  • camilacamila

    09-05-2011 às 01:27:45

    eu adoro hestoria de cordel
    i tenho sertesa que vc gosta tanbem si no gosta um dia vai gosta
    BJS PRA TODO MUNDO

    ¬ Responder

Comentários - Instrumentos de corda africanos

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Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

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Texto escrito nos termos do novo acordo ortográfico.
Tema: DVD Filmes
Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.\"Rua
Este texto irá falar sobre o filme Ex_Machina, nele podem e vão ocorrer Spoillers, então se ainda não viram o filme, vejam e voltem depois para lê-lo.

Impressões iniciais:

Ponto para o filme. Já que pela sinopse baixei a expectativa ao imaginar que era apenas mais um filme de robôs com complexo de Pinóquio, mas evidentemente que é muito mais que isso.

Desde as primeiras cenas é possível perceber que o filme tem algo de especial, pois não vemos uma cena de abertura com nenhuma perseguição, explosão ou ação sem propósito, típica em filmes hollywoodianos.
Mais um ponto, pois no geral o filme prende mais nos diálogos cerebrais do que na história em si, e isso é impressionante para o primeiro filme, como diretor, de Alex Garland (também roteirista do filme). O filme se mostrou eficiente em criar um ambiente de suspense, em um enredo, aparentemente sem vilões ou perigos, que prende o espectador.

Entrando um pouco no enredo, não é difícil imaginar que tem alguma coisa errada com Nathan Bateman (Oscar Isaac), que é o criador do android Ava (Alicia Vikander), pois ele vive isolado, está trabalhando num projeto de Inteligência Artificial secreto e quando o personagem orelha, Caleb Smith (Domhnall Gleeson), é introduzido no seu ambiente, o espectador fica esperando que em algum momento ele (Nathan) se mostrará como vilão. No entanto isso ocorre de uma forma bastante interessante no filme, logo chegaremos nela.

Falando um pouco da estética do filme, ponto para ele de novo, pois evita a grande cidade (comum nos filmes de FC) como foco e se concentra mais na casa de Nathan, que fica nas montanhas cercadas de florestas e bastante isolado. Logo de cara já é possível perceber que a estética foi pensada para ser lembrada, e não apenas um detalhe no filme. A pesar do ambiente ser isolado era preciso demonstras que os personagens estão em um mundo modernizado, por isso o cineasta opta por ousar na arquitetura da casa de Nathan.

A casa é nesses moldes novos onde a construção se mistura com o ambiente envolta. Usando artifícios como espelhos, muitas paredes de vidro, estruturas de madeira e rochas, dando a impressão de camuflagem para a mesma, coisa que os ambientalistas julgam favorável à natureza. Por dentro se pode ver de forma realista como podem ser as smart-house, não tenho certeza se o termo existe, mas cabe nesse exemplo. As paredes internas são cobertas com fibra ótica e trocam de cor, um efeito que além de estético ajuda a criar climas de suspense, pois há momentos onde ocorrem quedas de energia, então fica tudo vermelho e trancado.

O papel de Caleb á ajudar Nathan a testar a IA de AVA, mas com o desenrolar da história Nathan revela que o verdadeiro teste está em saber se Ava é capaz de “usar”, ou “se aproveitar” de Caleb, que se demonstra ser uma pessoa boa.

Caleb é o típico nerd introvertido, programador, sem amigos, sem família e sem namorada. Nathan também representa a evolução do nerd. O nerd nos dias de hoje. Por fora o cara é careca, barbudão com uns traços orientais (traços indianos, pois a Índia também fica no Oriente), bebê bastante e ao mesmo tempo malha e mantém uma dieta saudável pra compensar. E por dentro é um gênio da programação que criou, o google, o BlueBook, que é um sistema de busca muito eficiente.

Destaque para um diálogo sobre o BlueBook, onde Nathan fala para Caleb:
“Sabe, meus concorrentes estavam tão obcecados em sugar e ganhar dinheiro por meio de compras e mídia social. Achavam que ferramenta de pesquisa mapeava O QUE as pessoas pensavam. Mas na verdade eles eram um mapa de COMO as pessoas pensavam”.

Impulso. Resposta. Fluido. Imperfeição. Padronização. Caótico.

A questão filosófica vai além disso esbarrando no conceito de “vontade de potência”, de Nietzche, mas sobre isso não irei falar aqui, pois já há textos muito bons por aí.

Tem outra coisa que o filme me lembrou, que eu não sei se é referência ou se foi ocasional, mas o local onde Ava está presa e a forma como ela fica deitada num divã, e questiona se Caleb a observa por detrás das câmeras, lembra o filme “A pele que habito” de Almodóvar, um outro filme excelente que algum dia falarei por aqui.

Talvez seja uma versão “O endoesqueleto de metal e silicone que habito”, ou “O cérebro positrônico azul que habito”, mesmo assim não podia deixar de citar a cena por que é muito interessante.

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Jhon Erik Voese

Título:Ex-Machina e a máxima: cuidado ao mexer com os robôs.

Autor:Jhon Erik Voese(todos os textos)

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Comentários

  • Suassuna 11-09-2015 às 02:03:47

    Gostei do texto, irei conferir o filme.

    ¬ Responder
  • Jhon Erik VoeseJhon Erik Voese

    15-09-2015 às 15:51:02

    Que bom, obrigado! Espero que goste do filme também!

    ¬ Responder

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