Em 1851, um golpe levado a cabo por Saldanha depôs Costa Cabral do governo, dando origem a uma nova etapa do Liberalismo, a Regeneração. Procedeu-se à revisão da Carta Constitucional, assegurou-se o rotativismo partidário e promoveu-se reformas económicas capazes de levar o país ao progresso.

A Regeneração apostou no sector dos transportes e nos meios de comunicação procurando o desenvolvimento e modernização deste sistema. Esta política designou-se de Fontismo devido ao seu grande dinamizador, António Maria Fontes Pereira de Melo, um engenheiro que chefiava o Ministério das Obras, Comércio e Indústria.

Este implementou um grande investimento na rede rodoviária. Registou-se um crescente número de estradas macadamizadas. Também implementou uma revolução ferroviária – o primeiro traço ferroviário ligava Lisboa ao Carregado e foi inaugurado por D. Pedro V. Construiu-se pontes para facilitar a circulação. A nível de portos, restaurou-se o porto de Lisboa e deu-se início ao porto de Leixões. O telégrafo foi instalado em 1857, o telefone já existia em Lisboa e no Porto em 1882 e os correios sofreram várias reformas. Em 1882, ouve uma liberalização do comércio: as taxas desceram sobre as importações.

Portugal aderiu às exposições internacionais, que proporcionavam as actualizações científicas e tecnológicas. A abertura do mercado externo beneficiou a agricultura. Libertaram-se as terras dos vínculos feudais, aboliram-se pastos, baldios e arroteamentos para aumentar a superfície cultivada, reduziu-se o pousio para aproveitar mais a terra, difundiram-se as máquinas agrícolas e, mais tarde, cresceu a utilização de adubos químicos. Para a Inglaterra e para a França iam as maiores exportações portuguesas: gado vivo, vinho, cortiça, laranjas, casulos de seda e frutos secos. A indústria também mereceu atenção. Formaram-se técnicos e diversificaram-se vários ramos industriais.

Destacaram-se o ramo do papel, tabaco, fósforos, conservas de peixe e moagem. Registou-se um crescente aperfeiçoamento tecnológico.

No entanto, Portugal tinha uma fraca competitividade, dependendo do capital estrangeiro. O Estado aumentou os impostos para aumentar as receitas, mas não bastou. A dívida pública crescia e o défice orçamental estava cada vez mais elevado. Portugal tinha a bancarrota à vista. Para a agravar a situação, a economia brasileira também estava mal, reduzindo-se, assim, as remessas dos emigrantes portugueses. Em 1892, Portugal declara a banca rota.