Sabe-se que tudo o que envolva álcool deve ser consumido com particular moderação e bom senso, para se evitar cair em excessos. Por outro lado, os médicos recomendam a ingestão de (só) um copo de vinho tinto às refeições, como forma de prevenir eventuais doenças cardiovasculares.

Descobriu-se recentemente que um outro (e também alcoólico) néctar dos deuses, chamado cerveja, contribui, de forma considerável, para a manutenção da densidade óssea feminina, evitando, assim, a osteoporose. A conclusão surgiu no seguimento da realização de um estudo levado a cabo por cientistas espanhóis, residentes na Universidade de Extremadura e envolveu cerca de 1700 mulheres, abstémias e consumidoras regulares de cerveja.

Após os testes (através de exames às mãos, local do corpo onde a osteoporose ataca primeiramente), as diferenças evidenciaram-se: as abstémias revelaram uma menor densidade óssea comparativamente com as consumidoras regulares de cerveja. O peso, a idade e a quantidade de consumo de álcool foram fatores integrantes do estudo e determinantes na ponderação dos resultados obtidos.

Esta discrepância deve-se, aparentemente, à presença de uma hormona, o fitoestrogénio, semelhante à ação do estrogénio no organismo feminino, e que pode ser encontrada em alimentos como a cevada e a soja. O fitoestrogénio contribui, segundo se apurou, para a manutenção da densidade óssea das mulheres em idade madura, prevenindo a osteoporose, doença caracterizada pelo aumento do espaço entre os diversos compostos do osso (medula, fibras, minerais e vasos sanguíneos), ou seja, pelo aumento da porosidade («osteo» = osso e «porose» = característica do que é poroso). Este aumento da porosidade óssea conduz, invariavelmente, às fraturas dos ossos, mais frequentes e graves na idade avançada. O problema ataca principalmente as mulheres que atravessam o período da menopausa, uma vez que o estrogénio, hormona responsável pela proteção dos ossos, deixa de ser produzida nesta altura da vida, momento em que os suplementos hormonais se tornam num recurso válido.

Contudo, os cientistas alertam para o facto de que o consumo de cerveja deve ser feito de forma racional (e racionada), uma vez que não é a bebida em si que produz efeitos benéficos na saúde óssea feminina, mas sim o fitoestrogénio, hormona que, de facto, se encontra presente na cerveja. Assim, alertam contra eventuais excessos e previnem que o consumo exagerado de álcool acaba por ter um efeito oposto nos ossos, desgastando-os com maior rapidez.

Aconselha-se, portanto, comedimento e temperança. Beba cerveja, mas com moderação!